Traços de Chico Xavier

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CAPÍTULO 7
Ilustração tribal

O Médium dos Impactos


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I - O Homem Francisco de Paula Cândido nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade de Minas Gerais, no dia 2 de abril de 1910 e seus pais foram João Cândido Xavier, simples operário, e Maria João de Deus, humilde lavadeira, desencarnados, respectivamente, e, 1960 e 1915. Ficaria, entretanto, famoso e conhecido no mundo pelo nome literário de Francisco Cândido Xavier ou, simplesmente, Chico Xavier.

Seus 67 anos nesta encarnação constituem uma epopeia marcada pelos dissabores da orfandade, pela doença, pela pobreza material, pela capacidade de trabalho, pela disciplina e perseverança, sobretudo pela mais extremada dedicação a uma causa, a mais nobre e sagrada de todas: a da Doutrina Espírita, a de Jesus.

Houve compensações? Sim, as de ordem espiritual, as mais valiosas.

O próprio Chico Xavier diz: "Tenho tido uma compensação muito maior que aquela que pudesse vir ao meu encontro através do dinheiro: é a compensação da amizade. O espiritismo e a mediunidade trouxeram-me amigos tão queridos, que me dispensam tanto carinho, que eu me considero muito mais feliz com estes tesouros do coração, como se tivesse milhões à minha disposição. " (ver Entrevistas, edição do Instituto de Difusão Espírita, SP, 1975, pág. 23, tópico "O Salário da Mediunidade").


Órfão de mãe aos cinco anos, sua infância foi difícil e sua instrução não passou do primário, depois melhorada por força do estudo exigido para o melhor desempenho das tarefas mediúnicas. A este respeito, o próprio Chico Xavier esclareceu (ver No Mundo de Chico Xavier, de Elias Barbosa): "Em 36 anos de convívio estreito, quase diário, ele (Emmanuel) me traçou programas e horários de estudo, nos quais a princípio incluiu até datilografia e gramática, procurando desenvolver os meus singelos conhecimentos de curso primário, em Pedro Leopoldo, o único que fiz até agora, no terreno da instrução oficial. " Exerceu os empregos mais humildes, como servente de fábrica de tecidos (aos 9 anos), ajudante de cozinheiro, empregado de armazém e funciona, Coração generoso, ala simples, sempre procurou minorar o sofri-

mento Pequenos e rápidos exemplos de como Chico Xavier se considera realmente perante o mundo: "Estou na situação de laranjeira de condição extremamente inferior quando recebe a enxertia. Os frutos generosos são filhos da planta nobre que concedeu a laranjeira pobre e triste a honra de lhe ser, por algum tempo, o magnânimo inquilino. Retirada a dadivosa ocupante, o vegetal que fica é resíduo inútil. . . " (Ditado a Clovis Tavares, em Trinta anos com Chico Xavier, pág. 11). ". . . receber livros dos 1nstrutores Espirituais não me cria privilégio algum, que estou apenas cumprindo um dever e que sou m médium tão falível quanto qualquer outro, com necessidade constante de oração e trabalho, boa vontade e vigilância. . . Sei que sou um espírito imperfeito e muito endividado, com necessidade constante de aprender, trabalhar, dominar-se e burilar-me, perante as leis de Deus. " (No Mundo de Chico Xavier, de Elias Barbosa).

De uma entrevista concedida por Chico Xavier e publicada no Anuário Espírita de 1967, portanto há 10 anos, vamos citar resumidamente algumas das respostas que deu ao repórter a seu próprio respeito e que, sabemos, continuam válidas até hoje: a velhice não o preocupa; não se considera cansado: o tempo o vai amadurecendo a pouco e pouco; sente-se alegre e otimista; ama a vida (Presença Divina em toda parte); encara a morte como "mudança completa de casa sem mudança essencial da pessoa"; mudou-se de Pedro Leopoldo por motivo de saúde; não tem carro nem empregados; a saúde está relativamente bem, exceção natural dos olhos que sempre os teve enfermos; sente dores comumente; faz tratamento rigoroso e constante; considera que a cegueira "seria uma provação sem ser uma tragédia"; sofreria se ofendesse ou prejudicasse alguém; chora como qualquer pessoa; gosta de animais, de solidão, às vezes; trabalha, mesmo aposentado, embora tire alguns dias de férias anuais; gosta de fazendas, praias, de viagem de ônibus, de preferência com amigos, de andar a pé; desculpa sempre as ofensas, que recebe como avisos preciosos; gosta de literatura, de pintura, de cinema (de filmes que nos façam sentir melhores);

ouve música; lê jornais para informar-se; levanta-se cedo; de manhã trabalha com os amigos espirituais; almoça ao meio-dia, comida do interior, comum; bebe água; não dorme após o almoço; gosta de doces, de café, não fuma; de tarde, trabalha no serviço da doutrina; não janta; de noite trabalha; deita-se tarde; dome tranquilo; tem bons sonhos.

II - O Médium Francisco Cândido Xavier, para nós, é o maior médium do mundo pelos seguintes motivos: a) capacidade de sintonia com muitas entidades espirituais, mais de 500 espíritos diversos;

b) quantidade de obras publicadas, ou seja, na da menos de 150 com tiragem total de milhões de exemplares;

c) diversificação das obras publicadas, que abrangem numerosos assuntos, compreendendo poesias, romances, contos, crônicas, história geral e do Brasil, ciência, filosofia, religião, etc. ;

d) qualidade das obras publicadas, de elevada concepção moral e educativa;

e) tempo de exercício ininterrupto da mediunidade: 50 anos completos;

f) variedade das aptidões mediúnicas, reunidas num só instrumento: audiência, vidência, cura, transporte, materialização, psicofonia, psicografia;

g) cumprimento integral e exemplar do mandato mediúnico.

A atividade mediúnica de Chico Xavier pode ser assim esquematizada: 1º período - dos 5 aos 17 anos (1927), em que vê o espírito da mãe desencarnada e escreve, ditado por um espírito, uma página sobre História do Brasil, destinada a um concurso entre escolares (1922, aos doze anos de idade), bem como outra composição sobre a areia, também ditado pela entidade amiga. 2º período - de 1928 a 1931, em que recebe mensagens de adestramento da psicografia, muitas delas publicadas em órgãos da imprensa profana, como Jornal das Moças, Suplemento Literário de O JORNAL, Almanaque das Lembranças, de Portugal. Essas mensagens foram inutilizadas por ordem de Emmanuel. Nesse período os trabalhos do sensitivo eram publicados com a assinatura F. Xavier. 3º período - de 1931 até hoje; mediunidade dirigida, orientada por Emmanuel, guia e protetor espiritual do médium, de que resultou o acervo apreciável de obras mediúnicas as mais diversas, a começar pelo Parnaso de Além-Túmulo, conjunto de maravilhosas poesias, publicado pela primeira vez em 1932.

A primeira atividade espírita de Chico Xavier se deu no dia 7 de maio de 1927, numa reunião de preces em benefício da irmã doente, Maria Xavier Pena, reunião essa orientada por José Hermínio Perácio que, juntamente com a esposa, D. Carmem Perácio, fundariam pouco depois, o "Centro Espírita Luiz Gonzaga", insto é, em 21 de junho do mesmo ano.

Em 1927, no dia 18 de julho, uma sexta-feira, no "Centro Espírita Luiz Gonzaga", em Pedro Leopoldo, escreveu sua primeira mensagem, ditada PR "Um Espírito Amigo", a respeito de um tema evangélico, "um apelo ao cumprimento de nossos deveres espíritas perante Jesus. " Em 18 de janeiro de 1929, D. Carmen Pena Perácio teve linda visão, prenunciadora na missão espiritual de Chico Xavier, de psicografar o livro mediúnico: vê uma "chuva" deles caindo sobre o médium.

Numa Tarde de domingo, no lugar "Açude", junto à linha férrea, em 1931, numa reunião de preces ao ar livre, Chico vê Emmanuel pela primeira vez, na figura de um velhinho apoiado num bordão: só mais tarde o vê na figura do Senador romano.

Em 1931 recebe os poemas do Parnaso, que é publicado em 1932. Era o começo de uma longa atividade mediúnica cujos frutos constituem, hoje, uma vasta e bem caracterizada literatura espírita, ao lado das obras nãomediúnicas.

O aparecimento do Parnaso causou o primeiro impacto na comunidade espírita, com intensa repercussão no meio profano, fato que exporemos melhor em outro artigo.

Em 1944, com a publicação de obras mediúnicas assinadas por Humberto de Campos, espírito, e psicografadas por Chico Xavier, novo impacto provoca grande celeuma no meio espírita, pois a viúva do famoso escritor promove ação judicial contra o médium e a Federação Espírita Brasileira, a respeito dos direitos autorais devidos. As obras de Emmanuel, as de André Luiz, provocam também outros impactos emocionais, levando os espíritas à leitura e ao estudo de livros opulentos de ensinamentos e sabedoria, trazendo para as fileiras espíritas numerosos adeptos, convencidos das verdades eternas expostas nos livros mediúnicos. Outros impactos viriam.

A mediunidade é explosiva em Chico Xavier. Poderia ter sido fenomenal como audiente, vidente, em efeitos físicos, em ectoplasmia. Devia sê-lo, somente, na psicografia, pois que era seu objetivo maior dar livros, livros à mão cheia e mandar o povo pensar. . .

Em efeitos físicos sabe-se que produziu, assim mesmo, coisas maravilhosas. Conta Joaquim Alves (Jô) que um caramujo grande, belo, molhado de água salgada e gelada, com restos de areia fresca, foi jogado aos seus pés, em reunião com o Chico, trazido por Scheilla, reunião esta que se realizava no Triângulo Mineiro, a centenas de quilômetros do mar.

De outra feita, é uma rosa amarela, com as pétalas orvalhadas, que é trazida do Norte do País para reunião mediúnica. É ainda Jô que nos revela o aparecimento, numa sessão, de grandes espíritos materializados: Cidália, madrasta de Chico; Meimei, com suas ondas de perfume, numa roupa Romana de tonalidade azulínea, trazendo no peito uma Via Láctea, com miríades de estrelas tremeluzindo com invulgar fulgor, nas mãos uma rocha representando a fé; Emmanuel, que fala aos presentes; Scheilla, que radiografa o estômago de um doente, permitindo aos presentes verem as vísceras em funcionamento, e Auta de Souza. Aberta a porta da cabina, o médium, Chico Xavier, dormia e de seu peito irradiava um foco de luz, que formava no espaço a palavras AMOR.

Mais alguns exemplos emocionantes de fatos mediúnicos devidos a Chico Xavier: Ermelinda de Paula Peixoto, conta-nos Clóvis Tavares (Presença de Chico Xavier, de Elias Barbosa, pág. 65), numa reunião em Campos, com Chico Xavier, pede-lhe que escreva em seu álbum alguns sonetos do Parnaso. Isto feito, Ermelinda passa a ler o que fora escrito e depara com esta quadra, intitulada "Apelo a Ermelinda" e assinada por Casimiro Cunha: "Ermelinda, a nossa Escola É um templo de Amor e Luz!. . .

Eleva-te. Vence o mundo!

Vai trabalhar com Jesus".

Ermelinda põe-se a chorar, comovida e explica que abandonara a "Escola Jesus Cristo", de evangelização, que frequentava, mas voltaria a se matricular, o que de fato fez.

O mesmo Clovis Tavares, em Trinta Anos com Chico Xavier, relata o seguinte: em 15 de outubro de 1966, em Uberaba, em reunião com o Chico, este lhe comunica estar presente um espírito jovem que se diz chamar Emília Neves, desencarnada em 1938 e que, por algum tempo, frequentara a escola Jesus Cristo, de Campos. Noutra reunião à noite, o mesmo espírito, também presente e visível aos olhos do médium, dita para ele um bilhete, em que diz ter morrido em 20/03/1938 e não em 20/08/1938, como antes anotara o Chico. Emília Neves havia desencarnado em Itaperuna e lá obteve, Clóvis Tavares, a informação do fato e da data indicada pelo Espírito, mediante cópia da certidão de óbito, que estampa em seu livro (rodapé: pág. 169).

Conta Newton Boechat (Presença de Chico Xavier pág.
127) que Dna.

Esmeralda Bittencourt, cooperadora da seara, morava com a filha na rua Itapira, no Rio, onde conhecera um açougueiro português, de nome Manuel, de estatura média, pela avermelhada, que lhe externara o desejo de ingressar em certa ordem espiritualista de Lins. Dna. Esmeralda lhe retrucara que nada melhor havia, nesse particular, que a Doutrina Espírita, com seus postulados e suas diretas consequências aplicáveis na vida de relação humana.

O açougueiro, entretanto, realizou seu desejo. Um dia, a filha anuncia à Dna. Esmeralda que o Manuel Templário, como o chamavam então, havia desencarnado.


Anos depois, Dna. Esmeralda vai a Pedro Leopoldo e o Chico, que psicografava, pára, por instantes e lhe diz:

—Estou vendo ao lado da senhora uma entidade espiritual, de estatura média, pele avermelhada, abraçando-a carinhosamente e perguntando se se lembra dele: dá o nome de Manuel Templário.


E diante da senhora que chorava, emocionada, acrescentou o médium:

—O nosso Manuel pede que lhe diga que a senhora tinha razão no caso da organização secreta, a qual, em verdade, não lhe auxiliou a libertação espiritual da maneira decisiva. Nada melhor do que a Doutrina Espírita para simplificar nossas vidas. " Jean Manzon e David Nasser na época obscuros repórteres, vão a Pedro Leopoldo e, dizendo-se jornalistas franceses, entrevistam Chico Xavier, fazendo o que quiseram. De volta ao Rio trazem dois livros, oferta do Chico, e ao abri-los, deparam com dedicatórias do médium, em que os cita pelos próprios nomes.

Chico Xavier tem respondido a muitas perguntas em numerosas ocasiões em que é entrevistado, seja por espíritas, seja por leigos, no jornal, no rádio, na televisão. Vamos citar aqui algumas das respostas que ele deu a assuntos os mais diversos, mas de grande importância para todos nós. Colocamo-nos no II - O MÉDIUM, porque o próprio Chico sempre fala orientado por Emmanuel, ou como sensitivo de grande acuidade espiritual, intuitivamente: a) sobre a operação plástica, esclareceu que se a Providência Divina no-la concedeu, será naturalmente para que venhamos a valorizar, cada vez mais, o veículo físico pelo qual nos externamos na Terra, por ser a plástica regeneradora um fator de grandes estímulos psicológicos par que a alegria de viver não feneça em nossos corações e para que possamos trabalhar com mais interesse, com mais estímulo, no rendimento de nossa vida para o bem de todos;

b) sobre o congelamento de um ser vivo, explicou que o Espírito fica mais ou menos ligado ao corpo se houver vida orgânica assegurada por métodos científicos, podendo o espírito também desempenhar alguma tarefa, em desdobramento, enquanto ligado ao corpo;

c) quanto à alimentação de um ser vivo, explicou que ainda é necessária para muitas pessoas que, somente com a evolução, poderão dispensá-la sem prejuízo de qualquer espécie; deve ser evitada em excesso, pelo menos;

d) quanto às comunicações com os desencarnados, o médium assim se manifestou: "Do ponto de vista literário, muitas vezes tenho tido a visita de poetas e escritores que desejam escrever sobre os temas que os sensibilizaram neste mundo, mas sem maior proveito para a fé. Eles, às vezes, querem escrever, conversar. Falam de páginas maravilhosas, se fossem escritas; contudo, Emmanuel corrige o assunto e não permite que as páginas venham por nosso intermédio, porque ele considera que do Mundo Espiritual para nós deve vir aquilo que for construtivo, que possa nos ajudar;

e) a respeito do divórcio, disse Chico Xavier certa vez que é medida humana; que processos novos de vivência possam se inspirar nessa lei de libertação, que é uma lei justa em favor da pás de nossos lares, com emancipação para o homem e para a mulher, sem a ilusões e fantasias do amor possessivo, do amor egoístico, de um lado ou do outro, porque cada um é senhor do próprio destino;

f) o homossexualismo mereceu o seguinte comentário: não devemos desconsiderar, de maneira nenhuma, a maioria de nossos irmãos que vieram e estão na Terra com condições inversivas do ponto de vista do sexo, realizando tarefas muito edificantes em caminho de redenção de seus próprios valores íntimos. Consideramos isso com muito respeito. . .

g) o tema do amor livre foi assim considerado pelo médium: o sexo é responsável quando instrumento do amor. Portanto, as nossas ligações de natureza sexual devem obedecer ao critério da lei, da palavra empenhada, do compromisso, da monogamia enfim, embora nos amemos infinitamente uns aos outros; no terreno do sexo, o amor precisa de represa para que ele não faça um inundação destrutiva, criando calamidades sentimentais ou suscetíveis de arrasar com a família, com a nossa organização social;

h) o aparecimento na televisão, quando antes não dava entrevistas, é assim explicado por Chico Xavier: "Nosso Emmanuel sempre me disse: "Após o centésimo livro mediúnico, nós permitiremos que você converse algumas vezes publicamente com os nossos irmãos". Então, depois dos 100 livros, o que foi completado em 1969, ele permitiu que eu viesse algumas vezes à televisão";

i) sobre as viagens ao exterior, tão comentadas, disse: "Creio que visitei países do exterior por acréscimo de misericórdia Divina, pois, realmente, não tenho títulos nem merecimento para viagens culturais. " j) o transplante de órgãos foi visto assim pelo médium: "A causa da rejeição remonta ao corpo espiritual e não poderia exigir que a ciência abrace afirmativas nossas, sem experimentação positiva. O problema dos transplantes é legítimo e deve ser levado a diante. Os espíritos acham muito natural venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles que possam utilizá-los com segurança e proveito. A doação de órgãos não traz dor nem maiores consequências ao espírito que desencarna. O doador, naturalmente, não tem, em absoluto, sofrimento algum, mesmo porque a morte quase nunca é dolorosa, exceto em casos excepcionais. Os espíritos auxiliam os médicos em suas tarefas. O receptor tem uma sobrevida, que lhe pode ser muito útil e o doador terá contribuído para o progresso da medicina no mundo";

k) relativamente ao tubo de ensaio para produção do bebê de proveta, disse o médium: "Tenho ouvido por diversas vezes o espírito de Emmanuel a respeito disso. Ele diz que o nosso respeito à Ciência deve ser inconteste e que o progresso da Ciência é infinito, porque a solução do problema do tudo de ensaio para o descanso do claustro materno, é visível. Mas, restará à Ciência um grande problema, o problema do amor com que o espírito reencarnante é envolvido no lar pelas vibrações de carinho, de esperança, ternura e confiança de pai e mãe. . . " O médium admirável nos levaria a encher páginas e mais páginas, por isso acrescentamos apenas o seguinte: O prof. Herculano Pires, em Quarenta Anos no Mundo da Mediunidade, de Roque Jacinto, fala-nos de Chico, O Interexistente, explicando que pessoas como Sócrates, Descartes, Joana D’Arc não apenas existiram mas também interexistiram. Quer dizer, cada uma delas existia ao mesmo tempo no aqui e no agora, como homem no mundo, e existia no além, como homem fora do mundo. Assim também é o Chico. Nos médiuns, continua o prof. Herculano Pires, a duplicidade vivencial se acentua de tal maneira que eles vivem ao mesmo tempo na duas formas de existência, neste intercâmbio que achamos interexistencial. Entretanto, observa o prof. Herculano, é bom esclarecer que o além não está além de nós mesmos, está pelo contrário, infiltrado no aquém; misturado ao aqui e ao agora, da mesma maneira que o espírito está infiltrado no corpo e com ele fundido. Chico Xavier vive, como sensitivo de extraordinária capacidade perceptiva, no mundo da matéria e do espírito, ao mesmo tempo!. . .


Pedro Franco Barbosa Jornal Espírita, julho de 1977, São Paulo, SP.



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