Quando Voltar a Primavera

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PROGINASMA HISTÓRICO

Descendendo de tribos hebraicas anteriores ao século XII a.C., que teriam sido formadas pelos filhos de Jacó, as terras de Canaã seriam reunidas em um reino a partir de 1025 a.C., aproximadamente, sob a tutela de Saul...

A história de Israel, porém, se perde na história da própria antiguidade oriental, porquanto ditas tribos que habitavam aquelas terras eram os descendentes do povo que Moisés libertara do Egito, da escravidão, do passado...

Seria David, porém, o grande estruturador que consolidaria mais tarde o reino, tornando Jerusalém sua capital.

Os seus limites se ampliaram, então, com as terras da Galileia e a parte este do rio Jordão.

Com Salomão, a nação se transformou em um povo próspero, em cujo reinado ergueu, entre obras notáveis, o Templo que lhe perpetuaria o nome e de que se orgulharia toda a raça israelita através dos tempos.

Posteriormente à morte do grande e sábio rei, foi dividida, separando-se as dez tribos que formaram o reino de Israel, sob Jeroboão, e as duas últimas constituindo o reino de Judá, sob a inspiração e governo de Roboão, por volta de 933 a.C.

As rivalidades e disputas existentes entre o reino setentrional (Israel) e os povos circunvizinhos, especialmente os de Damasco, enfraqueceram-no, quase o dizimaram; desse modo, seria esmagado pelos assírios sob Sargão II, que lhe destruiu Samaria, sua bela capital, aproximadamente em 722 a.C. (Sugerimos ao leitor interessado em outros pormenores consultar o livro Primícias do Reino, de nossa autoria, na parte dos "Respingos históricos". LEAL (nota da autora espiritual) Inicialmente, antes de serem conquistadas pelos hebreus, as terras que formariam a cidade de Jerusalém eram denominadas Jebus (cidade dos jebuseus).

Quase XX séculos a.C., apareceram as primeiras referências ao nome Jerusalém em textos egípcios mui antigos, que era tida como pertencente aos cananeus. Foi Davi quem a conquistou para o seu povo...

Após Salomão que a embelezou, reforçando sua defesa e tornando-a grande centro comercial, foi vencida e pilhada por Sheshonk, faraó do Egito, por volta do X século a.C.

Roubada, sucessivamente, por filisteus, árabes e povos errantes do deserto, sofreu um terremoto sob o reinado de Oseias.

Nabucodonosor II, da Babilônia, destruiu-a em sanha de ódio por volta do sexto século a.C., sendo por Ciro, rei dos persas, devolvida aos judeus, pouco menos de cinquenta anos depois.

Nos séculos seguintes, voltou a sofrer o peso e o jugo de Alexandre Magno, dos ptolomeus, dos selêucidas, dos romanos...

Nesse período nasceu Jesus.

As tradições sofriam, então, a influência helenizante e a interferência romana que lhe modificaram singularmente os hábitos, os costumes, a política...

Os ódios respingavam os ácidos da intriga, do divisionismo, das ambições desmedidas, esfacelando, inclusive, a família ancestral.

Jesus, que viveu nessa época, passou por ela e previu-lhe a destruição...

Tito, em 70, derrubou-a.

Em 132, sofreu a injunção da diáspora...

Constantino, em 323, homenageando Jesus e os seus dias, fê-la cidade cristã.

(...) Persas, árabes e seljúcidas maltrataram-na, e estes últimos, ao perseguirem os cristãos, foram motivos indiretos das Cruzadas...

Cristãos, muçulmanos que tinham à frente Saladino, novamente cristãos e muçulmanos, turcos e ingleses tentaram dominá-la, entre os rios de sangue e o fumo que ascendia dos incêndios contínuos que a enfraqueceram e devoraram através dos séculos; e ainda hoje! ...


* * *

O reino de Israel, ao tempo de Jesus, se distendia entre montanhas, planícies, desertos áridos, campos e terras férteis, litorais e lagos que o refrescavam.

A ardência, no verão, fazia-se amenizar durante a quadra hibernal, num cromo deslumbrante.

Das planuras do Hermon às terras quentes do Jordão há toda uma variação de climas e cores.

Na parte sul, o deserto de Negeve, abrasador no verão, se torna frio no inverno, enquanto na Galileia o calor dos meses quentes cede lugar às chuvas abundantes e ao frio, na quadra oposta...

País de contrastes, Israel!

A Natureza, suas paisagens bucólicas e tristes, onde Jesus viveu e pregou, podem ser denominadas como um quinto Evangelho, tal a autenticidade das narrações dos quatro outros que colocam beleza e vida nos rebordos e fossos imundos, nas praias e montes, nas aldeias e campos férteis, dos quais Ele retirou a musicalidade para o eterno poema da Boa-nova.

O país era de pequena dimensão geográfica, a fim de facilitar a locomoção do Rei Excelso, a vencer-lhe as distâncias, a esparzir o pólen da esperança e colocar o bálsamo da paz em todos, por toda parte.

O lago de Genesaré, tranquilo, subitamente vencido por tormentas, é um díptico que recorda a natureza humana susceptível às paixões e tema ao convite da harmonia; o Jordão coleante entre loendros em perene eflorescência, transbordando sob as neves derretidas que caem do alto Hermon; Cafarnaum, verde e suave, com suas gentes simples, analfabetas e afáveis, e a Judeia árida, rude e violenta como os seus filhos - eis os locais onde Ele viveu.

Na Galileia, entre outros momentos épicos e apoteóticos, estão as "Bodas de Caná", o "Sermão da Montanha", o convite ameno aos apóstolos no meio das ramarias verdes, aos céus azuis-violeta, junto às águas piscosas...

Na Judeia se viveram os momentos graves: o "Sermão Profético", as perseguições, o beijo de Judas, a negação de Pedro, a prisão infame, a crucificação odienta, a morte...

A ressurreição, porém, está além de qualquer lugar - é o acume de todos os altiplanos, a glória estelar, a ponte de eterna luz para a ascensão de todos.

Milhares de manuscritos, de cópias relataram Sua vida e Seus feitos.

Os quatro narradores — Mateus, Marcos, Lucas e João —, no entanto, são de uma veracidade tal, que os seus escritos são a mesma Mensagem e Vida retratados por escribas diferentes na cultura, na emotividade e nos interesses distintos, convergindo e centralizando a incomum personagem que é Jesus!

Lê-los é provar as angústias do mundo e o néctar dos Céus, a fim de saber dos paladares, qual se deve escolher.

A História diz ser autêntica a Sua vida, embora alguns historiadores tentem negá-la.

As informações seguras e corretas situam-na no tempo e nos fastos da época. Os evangelistas não foram romancistas, historiadores, antes narradores de uma vida que foi maior do que todas as vidas.

Nem ficção nem comentários extravagantes nas suas palavras.


Testemunhas uns, outros ouviram os fatos da boca de testemunhas que com Ele viveram; todos, porém, inspirados e conduzidos nas informações por Ele e Seus embaixadores invisíveis -

embaixadores que também eram do Reino Indestrutível.

Lucas situa os fatos em detalhes históricos, comoventes e fidedignos: "Nos dias de Herodes, houve um sacerdote chamado Zacarias... "

(1-5) e mais adiante: "No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe, de Abilene (Ktúria e Traconítida), sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás... " Mateus escreveu os "ditos do Senhor" entre 50 a 55; Marcos narrou os fatos num período que vai de 55 a 62, em Roma, ao lado de Pedro; Lucas fez o mesmo logo depois, por volta de 63... João escreveu o evento místico entre 96 e 104, ainda em Éfeso, para onde fora desde Domiciano, quando partiria da Terra, no reinado de Trajano, naquele mesmo ano, 104, em idade muito avançada, não obstante lúcido.

Por volta de 63, aproximadamente, Lucas narrou os At, utilizando-se das informações que lhe chegaram por personagens que participaram daqueles acontecimentos inesquecíveis. (Há divergências entre os estudiosos e historiadores. Preferimos esse período.) Aguas abençoadas de córregos - os textos evangélicos — que fluem na direção do mesmo rio: a verdade. (Vide o Posfácio do livro Primícias do Reino) Passaram fastos históricos, sucederam-se civilizações e culturas, povos substituíram povos, homens se foram e renasceram noutras épocas enquanto Jesus continua o mesmo.

O homem de hoje que O busca, encontra-O compassivo e gentil a aguardá-lo, como ao jovem rico disse no passado, ao entardecer, à entrada da cidade: "Vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, vem e segue-me. Estou esperando por ti Sim, Jesus espera...



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Lucas 3:1

E NO ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judeia, e Herodes tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe tetrarca da Itureia, e da província de Traconites, e Lisâneas tetrarca da Abilínia.

lc 3:1
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Lucas 3:2

Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias.

lc 3:2
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