Obreiros da Vida Eterna

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Capítulo XIX

A serva fiel


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Liberto, Cavalcante oferecia-me amplo ensejo a infatigáveis pesquisas. A injeção sedativa, veiculando anestésicos em dose alta, afetara-lhe o corpo perispirítico, como se fora choque elétrico. Devido a isso, ele permanecia quase inerte, ignorando-se a si mesmo. Inquirido por mim, vezes diversas, não sabia concatenar raciocínios para responder às questões mais rudimentares, alusivas à própria identidade pessoal.

Notando o meu interesse a respeito do assunto, Jerônimo, após ministrar-lhe os primeiros socorros magnéticos, na Casa Transitória, prestou-me os seguintes esclarecimentos:

— Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades elétricas específicas. Combinar aplicações químicas com as verdadeiras necessidades fisiológicas, constituirá, efetivamente, o escopo da Medicina no porvir. O médico do futuro aprenderá que todo remédio está saturado de energias electromagnéticas em seu raio de ação. É por isso que o veneno destrói as vísceras e o entorpecente modifica a natureza das células em si, impondo-lhes incapacidade temporária. A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la. Segundo sabemos, em plano algum a Natureza age aos saltos. O perispírito, formado à base de matéria rarefeita, mobiliza igualmente trilhões de unidades unicelulares da nossa Esfera de ação, que abandonam o campo físico saturadas da vitalidade que lhe é peculiar. Daí os sofrimentos e angústias de determinadas criaturas, além do decesso. Os suicidas costumam sentir, durante longo tempo, a aflição das células violentamente aniquiladas, enquanto os viciados experimentam tremenda inquietação pelo desejo insatisfeito.

A elucidação era lógica e humana. Fui compreendendo, por minha vez, pouco a pouco, a importância do desapego às emoções inferiores para os homens e mulheres encarnados na Crosta. Matéria e espírito, vaso e conteúdo, forma e essência, confundiam-se aos meus olhos como a chama da vela e o material incandescente. Integrados um no outro, produziam a luz necessária aos objetivos da vida.

O exame dos casos de morte trouxera-me singular enriquecimento no setor da ciência mental. O Espírito, eterno nos fundamentos, vale-se da matéria, transitória nas associações, como material didático, sempre mais elevado, no curso incessante da experiência para a integração com a Divindade Suprema. Prejudicando a matéria, complicaremos o quadro de serviços que nos é indispensável e estacionaremos, em qualquer situação, a fim de restaurar o patrimônio sublime posto à nossa disposição pela Bondade Imperecível. Tanto seremos compelidos ao trabalho regenerador, na encarnação, quanto na desencarnação, na existência da carne quanto na morte do corpo, tanto no presente quanto no futuro. Ninguém se colocará vitorioso no cume da vida eterna, sem aprender o equilíbrio com que deve elevar-se. Daí as atividades complexas do caminho evolutivo, as diferenciações inumeráveis, a multiplicidade das posições, as escalas da possibilidade e os graus da inteligência, nos variados Planos da vida.

Para solucionar instantes problemas de Cavalcante, o nosso dirigente designou o padre Hipólito para segui-lo de mais perto, orientando-o quanto à renovação. O “convalescente” fixava-nos, receoso, crendo-se vítima de pesadelo, em hospital diferente. Declarava-se interessado em continuar no corpo terrestre, chamava a esposa insistentemente, repetia descrições do passado com admirável expressão emotiva. Por mais de uma vez, repeliu Jerônimo, com severa argumentação. Ao lado de Hipólito, porém, aquietava-se, humilde. Influíam nele o respeito e a confiança que se habituara a consagrar aos sacerdotes. Nosso companheiro possuía sobre o recém-liberto importante ascendente espiritual. Poderia beneficiá-lo com mais facilidade e em menos tempo. Apesar disso, contudo, nosso Assistente ministrava-lhe com regularidade recursos magnéticos, erguendo-lhe o padrão de saúde espiritual.

O desencarnado ia despertando com extremo vagar, demorando-se longo tempo a reapossar-se de si. Eram, todavia, impressionantes seus colóquios com o irmão Hipólito, nos quais crivava o ex-sacerdote de intempestivas interrogações. À medida que as suas condições mentais melhoravam, apertava o cerco. Queria saber onde se localizavam o Céu e o inferno; pedia notícias dos santos, pretendendo visitar aqueles a quem consagrava mais entranhada devoção; rogava explicações referentes ao limbo; reclamava o encontro com parentes que o haviam precedido no túmulo; solicitava elucidações sobre o valor dos sacramentos da Igreja Católica; comentava a natureza dos diversos dogmas, até que, certo dia, chegou ao despautério de perguntar se não lhe seria possível obter uma audiência com Deus, na Corte Celeste. Hipólito precisava mobilizar infinita boa vontade para tratar com respeito e proveito tamanha boa-fé.

A Irmã Zenóbia vinha frequentemente assistir ao curso dos surpreendentes diálogos e, de uma feita, quando nos achávamos juntos, a pequena distância do enfermo, comentou, risonha:

— Nossa antiga Igreja Romana, tão venerável pelas tradições de cultura e serviço ao progresso humano, é, de fato, na atualidade, grande especialista em “crianças espirituais”…

Examinando as dificuldades naturais do serviço de esclarecimento, Jerônimo recomendou a Hipólito e a Luciana dispensarem ao recém-liberto os recursos possíveis, em virtude da escassez de tempo.

Vinte e cinco dias já haviam transcorrido sobre o início da tarefa.

— Precisamos regressar, — informou o Assistente, — precisamos regressar logo se verifique a vinda de Adelaide, () que não se demorará nesta fundação mais de um dia. Cumpre-nos, pois, acelerar a preparação de Cavalcante, com todas as possibilidades ao nosso alcance.

E os companheiros desvelavam-se, carinhosos. No fundo, todos sentíamos saudades do lar distante, que nos congregava em bênçãos de paz e luz. O próprio Fábio, equilibrado e bem disposto, colaborava para a solução do assunto, suspirando pela penetração nos santuários de Mais Alto.


Atendendo à divisão dos serviços, Jerônimo e eu continuamos em ação no instituto evangélico, onde a serva leal de Jesus receberia a carta liberatória. Adelaide, porém, parecia não depender de algemas físicas. Não consegui, por minha vez, auscultar-lhe o espesso organismo, porque a nobre missionária, em virtude de avançado enfraquecimento do corpo, abandonava-o ao primeiro sinal de nossa presença, colocando-se, junto de nós, em sadia palestra.

Geralmente, companheiros distintos de nosso Plano participavam-nos dos ágapes fraternos.

Na antevéspera do desenlace, tive ocasião de observar a extrema simplicidade do abnegado Bezerra de Menezes, que se encontrava em visita de reconforto junto à servidora fiel.

— Não desejo dificultar o serviço de meus benfeitores, — dizia ela, algo triste, — e, por isso, estimaria conservar boa forma espiritual no supremo instante do corpo.

— Ora, Adelaide, — considerou o apóstolo da caridade, — morrer é muito mais fácil que nascer. Para organizar, na maioria das circunstâncias, são precisos, geralmente, infinitos cuidados; para desorganizar, contudo, basta por vezes leve empurrão. Em ocasiões como esta, a resolução é quase tudo. Ajude a você mesma, libertando a mente dos elos que a imantam a pessoas, acontecimentos, coisas e situações da vida terrena. Não se detenha. Quando for chamada, não olhe para trás.

E sorrindo:

— Lembre-se de que a mulher de Lot, convertida em estátua de sal, (Gn 19:26) não é símbolo inexpressivo. Há criaturas que, no instante justo de abandonarem a carne, às vezes doente e imprestável, voltam o pensamento para o caminho palmilhado, revivendo recordações menos construtivas… Tropeçam nas próprias apreensões, como se estas fossem pedras soltas ao léu, na senda percorrida, e ficam longos dias fisgadas no anzol do incoerente e insatisfeito desejo, sem suficiente energia para uma renúncia nobilitante.

— Espero, — asseverou a interlocutora, em tom grave, — que os amigos me auxiliem. Sinto-me socorrida, amparada, mas… tenho medo de mim mesma.

— Preocupada assim, minha amiga? — Tornou o antigo médico, satisfeito. — Não vale a pena. Compreendo-lhe, todavia, a ansiedade. Também passei por aí. Creia, entretanto, que a lembrança de Jesus, ao pé de Lázaro, foi ajuda certa ao meu coração, em transe igual. Busquei insular-me, cerrar ouvidos aos chamamentos do sangue, fechar os olhos à visão dos interesses terrenos, e a libertação, afinal, deu-se em poucos segundos. Pensei nos ensinamentos do Mestre, ao chamar Lázaro, de novo, à existência, e recordei-lhe as palavras: — “Lázaro, sai para fora!” (Jo 11:43) Centralizando a atenção na passagem evangélica, afastei-me do corpo grosseiro sem obstáculo algum.

A simplicidade do narrador encantava.

Adelaide sorriu, sem no entanto disfarçar a preocupação íntima.

Valendo-se da pausa, Jerônimo aduziu:

— Aliás, cumpre-nos destacar as condições excepcionais em que partirá nossa amiga. Em tais circunstâncias, apenas lastimo aqueles que se agarram em demasia aos caprichos carnais. Para esses, sim, a situação não é agradável, porquanto o semeador de espinhos não pode aguardar colheita de flores. Os que se consagram à preparação do futuro com a vida eterna, através de manifestações de espiritualidade superior, instintivamente aprendem todos os dias a morrer para a existência inferior.

Reparei que a abnegada irmã se mostrava mais calma e confortada, a essa altura.

Interrompeu-se a conversação, porque Adelaide foi obrigada a reanimar repentinamente o corpo, a fim de receber a última dose de medicação noturna. Ao regressar ao nosso Plano, Jerônimo ofereceu-lhe o braço amigo para rápida excursão ao estabelecimento de Fabiano.

A Irmã Zenóbia desejava vê-la, antes do desenlace. A grande orientadora do asilo errático admirava-lhe os serviços terrestres e, por mais de uma vez, valeu-se de seu fraternal concurso em atividades de regeneração e esclarecimento.

Adelaide acompanhou-nos, contente.

Em breves minutos, recebidos pela administradora, como que se repetia a mesma palestra de minutos antes, apenas com a diferença de que Zenóbia tomara a posição reanimadora do devotado Bezerra.

A bondosa discípula de Jesus, em vias de retirar-se da Crosta, era alvo do carinho geral.

Depois de considerações convincentes por parte de Zenóbia, que se esmerava em ministrar-lhe bom ânimo, Adelaide, humilde, expôs-lhe as derradeiras dificuldades.

Ligara-se, fortemente, à obra iniciada nos Círculos carnais e sentia-se estreitamente ligada, não somente à obra, mas também aos amigos e auxiliares. Por força de circunstâncias imperiosas, acumulava funções diversas no quadro geral dos serviços. Possuía toda uma equipe de irmãs dedicadíssimas, que colaboravam com sincero desprendimento e alto valor moral, no amparo à infância desvalida. Se estimava profundamente as cooperadoras, era, igualmente, muito querida de todas elas. Como se haveria ante as dificuldades que se agravavam? No íntimo, estava preparada; no entanto, reconhecia a extensão e a complexidade dos óbices mentais. Seu quarto de dormir, na casa terrena, semelhava a redoma de pensamentos retentivos a interceptarem-lhe a saída. Quanto menos se via presa ao corpo, mais se ampliava a exigência dos parentes, dos amigos… Como portar-se ante essa situação? Como fazer-lhes sentir a realidade? Enlaçara-se em vastos compromissos, tornara-se, involuntariamente, a escora espiritual de muitos. Entretanto, ela mesma reconhecia a imprestabilidade do aparelho físico. A máquina fisiológica atingira o fim. Não conseguiria manter-se, ainda mesmo que os valores intercessórios lhe conseguissem prorrogação de tempo.

A orientadora escutou-a, atenta, qual médico experimentado em face de doente aflito, e observou, por fim:

— Reconheço os obstáculos, mas não se amofine. A morte é o melhor antídoto da idolatria. Com a sua vinda operar-se-á a necessária descentralização do trabalho, porque se dará a imposição natural de novo esforço a cada um. Alegre-se, minha amiga, pela transformação que ocorrerá dentro em pouco. Reanime-se, sobretudo, para que a sua situação se reajuste naturalmente sem qualquer ponto de interrogação ao término da experiência atual.

Silenciou durante alguns momentos e notificou, em seguida:

— Temos ainda a noite de amanhã. Aproveitá-la-ei para dirigir-me aos seus colaboradores, em apelo à compreensão geral. Amigos nossos contribuirão para que se reúnam em assembleia, como se faz indispensável.

A visitante agradeceu, penhorada.

Prosseguimos na mesma vibração de cordialidade, mas Zenóbia modificou o rumo da palestra.

Abandonando os assuntos de morte e sofrimento, comentou os serviços edificantes que levava a efeito, junto de certa expedição socorrista, cujos membros realizavam admiráveis experiências no instituto, nos dias em que se desobrigavam dos trabalhos imediatos na Crosta. E discorreu tão brilhantemente sobre a tarefa, que Adelaide olvidou, por minutos, a situação que lhe era peculiar, interessando-se vivamente pelos lances descritivos. A providência coroava-se de animadores resultados, porque a conversação diferente fizera-lhe enorme bem, propiciando-lhe provisório apaziguamento mental.

A desencarnante tornou ao corpo, bem disposta, reanimada.


No decurso do dia, Jerônimo e a diretora da Casa Transitória combinaram medidas relativas à reunião da noite. O Assistente empregaria todo o esforço para que a organização fisiológica da enferma estivesse nas melhores condições, enquanto dois ativos auxiliares de Zenóbia se incumbiriam de cooperar para a condução do pessoal de Adelaide à assembleia.

O dia, desse modo, esteve cheio de tarefas referentes à articulação prevista.

Através de reiterados passes magnéticos sobre os órgãos da circulação, — nos quais o meu concurso foi dispensado por desnecessário, em vista da extrema passividade da enferma, — Adelaide entrou em fase de inesperada calma, tranquilizando o campo das afeições terrenas.

Renovaram-se, de súbito, as esperanças. A reação orgânica surgira, dentro de novo impulso, melhorando o quadro dos prognósticos em geral. Multiplicaram-se as vibrações de paz e as preces de reconhecimento.

Em vista disso, iniciou-se, com grande facilidade, após a meia-noite, o trabalho preparatório da grande reunião.

Auxiliadores de nosso Plano trouxeram companheiros da instituição, localizados em regiões diversas, provisoriamente desenfaixados do corpo físico pela atuação do sono.

Integrando a turma de trabalhadores que organizavam o ambiente, reparei, curioso, que a maior percentagem de recém-chegados se constituía de mulheres e cumpre-nos anotar que dava satisfação observar-lhes a reverência e o carinho. Todos traziam a mente polarizada na prece, em favor da benfeitora doente, para elas objeto de admiração e ternura. Fitavam-nos, respeitosas e tímidas, endereçando-nos pensamentos de súplica, sem lembranças inúteis ou nocivas. Os poucos homens que compareceram estavam contagiados pela veneração coletiva e mantinham-se na mesma posição sentimental.

A elevação ambiente espalhava fluidos harmoniosos, possibilitando agradáveis sensações de confiança e tranquilidade.

Por sugestão de Jerônimo, a reunião seria realizada no extenso salão de estudos e preces públicas, devidamente preparado. Para esse fim, não poupáramos esforço. Acionando peças de eficaz cooperação, submetemos a enorme dependência a rigoroso serviço de limpeza. Os componentes da assembleia podiam descansar tranquilos, sem o assédio de correntes mentais inferiores. Luzes e flores de nossa Esfera espargiam notas de singular encantamento. Por isso mesmo, era belo apreciar o contínuo ingresso das senhoras que, em oração, a distância do organismo grosseiro, irradiavam de si próprias admiráveis expressões de luz nitidamente diferençadas entre si.

Conservávamo-nos junto de todos, em atitude vigilante, para manter o imprescindível padrão vibratório, quando, em seguida à primeira hora, a Irmã Zenóbia, acompanhada de beneméritos amigos da casa, deu entrada no recinto, conduzindo Adelaide, extremamente abatida.

A diretora da organização transitória de Fabiano tomou o lugar de orientação e, antes de interferir no assunto principal que a trazia até ali, ergueu a destra, rogando a bênção divina para a comunidade que se reunia, atenciosa e reverente.

Tive, então, oportunidade de verificar, mais uma vez, o prodigioso poder daquela mulher santificada. Sua mão despedia raios de claridade safirina, com tanta prodigalidade, que nos proporcionava a ideia de estar em comunicação com extenso e oculto reservatório de luz.

Finda a saudação, pronunciada com formosa inflexão de ternura, mudou o tom de voz e dirigiu-se aos ouvintes, com visível energia:

— Minhas irmãs, meus amigos, serei breve. Venho até aqui somente fazer-vos pequeno apelo. Não ignorais que nossa Adelaide necessita passagem livre a caminho da espiritualidade superior. Enferma desde muito, cooperou conosco, anos consecutivos, dando-nos o melhor de suas forças. Dócil às influências do bem, foi valioso instrumento na organização desta casa de amor evangélico. Administrou a obra com cuidado e, muita vez, em nosso instituto de socorro, fora dos Círculos carnais, recebemos preciosa colaboração de seu esforço, de sua boa vontade.

Endereçou o olhar firme à assistência e obtemperou:

— Porque a detendes? Há dias, o quarto de repouso físico da doente que nos é tão amada permanece enlaçado com pensamentos angustiosos. São forças que partem de vós, sem dúvida, companheiros ciosos do trabalho em ação, mas esquecidos do “faça-se a vossa vontade” (Mt 6:10) que devemos dirigir ao Supremo Senhor, em todos os dias da vida. Lastimo as circunstâncias que me compelem a falar-vos com tamanha franqueza. Entretanto, não nos resta alternativa diferente. Acreditais na vitória da morte, em oposição à gloriosa eternidade da vida? Adelaide apenas restituirá maquinaria gasta ao laboratório da Natureza. Continuará, porém, contribuindo nos serviços da verdade e do amor, com ânimo inextinguível. Quanto a vós, não olvideis a necessidade de ação individual, no campo do bem. Que dizer do viticultor que estima o valor da vinha somente através dos serviços de alheias mãos? como apreciar o amante das flores que nunca desceu a cultivar o próprio jardim? Não façais a consagração da ociosidade, mantendo-vos a distância do desenvolvimento de vossas possibilidades infinitas. Indubitavelmente, cooperação e carinho são estimulantes sublimes na execução do bem, mas, há que evitar a intromissão do fantasma do egoísmo a expressar-se em tirania sentimental. Não podemos asseverar que impedis propositadamente a liberação da companheira de cárcere. A existência carnal constitui aprendizado demasiadamente sublime para que possamos reduzi-la à classe de mera enxovia comum. Não, meus amigos, não nos abalançaríamos a semelhante declaração. Referimo-nos tão só ao violento impulso de idolatria a que vos entregais impensadamente, pelos desvarios da ternura mal compreendida. A aflição com que intentais reter a missionária do bem, é filha do egoísmo e do medo. Alegais, em favor do vosso indesejável estado dalma, a confiança de que Adelaide se tornou depositária fiel, como se não devêsseis desenvolver as faculdades espirituais que vos são próprias, criando a confiança positiva em Deus e em vós mesmos, no trabalho improrrogável de auto-realização, e pretextais orfandade espiritual simplesmente pelo receio de enfrentar, por vós mesmos, as dores e os riscos, as adversidades e os testemunhos inerentes à iluminação do caminho para a vida eterna. Valei-vos da bendita oportunidade para repetir velha experiência de incompreensível idolatria. Converteis companheiros de boa vontade, mas tão necessitados de renovação e luz quanto vós mesmos, em oráculos erguidos em pedestais de barro frágil. Criais semideuses e gastais o incenso de infindáveis referências pessoais, estabelecendo problemas complexos que lhes reduzem a capacidade de serviço, olvidando as sementes divinas de que sois portadores. Corporificais o ídolo no altar da mente, infundindo-lhe vida fugaz e, indiferentes à gloriosa destinação que o Universo vos assinala, estimais o menor esforço que vos encarcera em automatismos e recapitulações. Se o ídolo não vos corresponde à expectativa, alimentais a discórdia, a irritação, a exigência; se falha, após o início da excursão para o conhecimento superior, senti-vos desarvorados; se rola do pedestal de cera, experimentais o frio pavor do desconhecido pelo auto-relaxamento na renovação própria. Porque erigir semelhantes estátuas para a contemplação, se as quebrareis, inelutavelmente, na jornada de ascensão? Não vos fartastes, ainda, das peregrinações sobre relíquias estraçalhadas? Compreendendo-nos as deficiências mentais na conquista da vida eterna, a vontade do Supremo Senhor colocou nos pórticos da legislação antiga o “não terás outros deuses diante de mim”. (Ex 20:3) O Pai conhece-nos a viciação milenária em matéria de inclinações afetivas e prevenia-nos o espírito contra as falsas divindades. Recorremos a semelhantes figuras, na reduzida esfera de nossas cogitações do momento, com o propósito de levar a vossa compreensão a círculos mais altos, para assim vos desprenderdes da irmã devotada e digna servidora, que vos precederá na grande jornada liberativa.

A palavra de Zenóbia causava extraordinária impressão nos ouvintes. As muitas senhoras e os poucos cavalheiros presentes, tocados pela intensa luz da orientação e desarmados pela sua palavra sábia e sublime, revelavam indisfarçável emoção no aspecto fisionômico. A oradora fez delicado gesto de benevolência e prosseguiu:

— Não somos infensos às manifestações de carinho. A saudade e o reconhecimento caminham juntos. Todavia, no âmbito das relações amistosas, toda imprudência resulta em desastre. Que seria de nós, se Jesus permanecesse em continuado convívio com as nossas organizações e necessidades? Não passaríamos, talvez, de maravilhosas flores da estufa, sem vida essencial. Por excesso de consulta e abuso de confiança, não desenvolveríamos a capacidade de administrar ou de obedecer. Baldos de valor próprio, erraríamos de região em região, em compactos rebanhos de incapazes, à procura do Oráculo Divino. Talvez, em vista disso, o Mestre Sábio tenha limitado ao mínimo de tempo o apostolado pessoal e direto, traçando-nos serviços dignificantes para muitos séculos, em poucos dias. Deu-nos a entender, desse modo, que o homem é coluna sagrada do Reino de Deus, que o coração de cada criatura deve iluminar-se, como Santuário da Divindade, para refletir-lhe a grandeza augusta e compassiva. Não vos esqueçais, meus amigos, de que todos nós, individualmente considerados, somos herdeiros ditosos da sabedoria e da luz.

Zenóbia interrompeu-se e, nesse instante, como se lhe atendessem, de Muito Alto, os apelos silenciosos, começaram a cair sobre nós raios de luz balsamizante, acentuando-nos a sensação de felicidade e contentamento.

Decorrido longo silêncio, durante o qual a diretora do instituto de Fabiano pareceu consultar as disposições mais íntimas da assembleia, voltou a dizer, em tom significativo:

— Afirmais mentalmente que Adelaide é a viga mestra deste pouso de amor, que surgirão dificuldades talvez invencíveis para que seja substituída no leme da orientação geral; entretanto, sabeis que vossa irmã, não obstante os valores incontestáveis que lhe exornam a personalidade, foi apenas instrumento digno e fiel desta criação de benemerência, sem ter sido, porém, sua fundadora. Afeiçoou-se ao espírito cristão, ao qual nos adaptaremos por nossa vez, e foi utilizada pelo Doador das Bênçãos nos trabalhos de extensão do Evangelho Purificador. Não lhe deponhais na fronte amiga a coroa da responsabilidade total, cujo “peso de glórias” deve repartir-se com todos os servos sinceros das boas obras, como se dividem, inevitavelmente, os valores da cooperação. Adelaide conhece a sua condição de colaboradora leal e não deseja lauréis que de modo algum lhe pertencem. Aguarda, apenas, que os companheiros de luta transfiram ao Cristo o patrimônio do reconhecimento, rogando simplesmente as afeições, a simpatia e a compreensão para as suas necessidades na vida nova. Libertemo-la, pois, oferecendo-lhe pensamentos de paz e júbilo, partilhando-lhe a esperança na esfera mais elevada.

Logo após, a orientadora terminou, orando sentidamente e suplicando para todos nós a bênção divina do Pai Poderoso e Bom.

Diversos ouvintes não se demoraram no recinto, regressando ao ambiente comum sob a custódia de amigos vigilantes. Algumas senhoras, contudo, aproximaram-se da oradora, endereçando-lhe palavras de alegria e gratidão.

Mais alguns minutos e a assembleia dispersava-se, tranquila. Por fim, despediram-se igualmente a Irmã Zenóbia e os outros companheiros.


Adelaide, ao retornar à matéria, respira, radiante. Entretanto, pelo soberano júbilo daquela hora, ganhou tamanha energia no corpo perispiritual que o regresso às células de carne foi complicado e doloroso. Súbito mal-estar invadiu-a, ao entrar em contato com os depauperados centros físicos.

Tomava-os e abandonava-os, sucessivamente, como pássaro a sentir a exiguidade do ninho.

Indagando de Jerônimo quanto à surpresa, dele recebeu a explicação necessária.

— Depois da palavra esclarecida de Zenóbia, — disse afavelmente o mentor, — extinguiram-se as correntes mentais de retenção que se mantinham pelo entendimento fraterno da comunidade reconhecida. Privou-se o corpo carnal do permanente socorro magnético, ao qual o afluxo dessas correntes alimentava, atenuando-lhe a resistência e precipitando a queda do tono vital. Além disso, o contentamento desta hora robusteceu-lhe, sobremaneira, os centros perispirituais. Impossível, dessa forma, evitar a sensação angustiosa no contato com os órgãos doentios.

E, com benévola expressão, afagou carinhosamente a enferma, falando-lhe, em seguida a breve intervalo:

— Não se incomode, minha amiga! O casulo reduziu-se, mas suas asas cresceram… Pense, agora, no voo que virá.


Adelaide esforçou-se para mostrar satisfação no semblante novamente abatido e rogou, tímida, lhe fosse concedido o obséquio de tentar, ela própria, a sós, a desencarnação dos laços mais fortes, em esforço pessoal, espontâneo.

Jerônimo aquiesceu, satisfeito.

E, mantendo-nos de vigilância em câmara próxima, deixamo-la entregue a si mesma, durante as longas horas que consumiu no trabalho complexo e persistente.

Não sabia que alguém pudesse efetuar semelhante tarefa, sem concurso alheio, mas o orientador veio em socorro de minha perplexidade, esclarecendo:

— A cooperação de nosso Plano é indispensável no ato conclusivo da liberação; todavia, o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido, durante a experiência terrestre, o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada. Não há, portanto, motivo para surpresa. Tudo depende de preparo adequado no campo da realização.

Meu dirigente explicara-se com muita razão. Efetivamente, só no derradeiro minuto interveio Jerônimo para desatar o apêndice prateado.

A agonizante estava livre, enfim!…

Abriu-se a casa à visitação geral.

Evangelizados pelo verbo construtivo de Zenóbia, os cooperadores encarnados, embora não guardassem minudentes recordações, sustentaram discreta atitude de respeito, serenidade e conformação.

A denodada batalhadora, agora liberta, esquivou-se gentilmente ao convite para a partida imediata. Esperou a inumação dos despojos, consolando amigos e recebendo consolações.

Depois de orar, fervorosamente no último pouso das células exaustas, agradecendo-lhes o precioso concurso nos abençoados anos de permanência na Crosta, Adelaide, serena e confiante, cercada de numerosos amigos, partiu, em nossa companhia, a caminho da Casa Transitória, ponto de referência sentimental da grande caravana afetiva…




André Luiz
Francisco Cândido Xavier

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Mateus 6:10

Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;

mt 6:10
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João 11:1

ESTAVA então enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta.

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João 11:2

E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos; cujo irmão Lázaro estava enfermo.

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João 11:3

Mandaram-lhe pois suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas.

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João 11:4

E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus; para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.

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João 11:5

Ora Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.

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João 11:6

Ouvindo pois que estava enfermo ficou ainda dois dias no lugar onde estava.

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João 11:7

Depois disto, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judeia.

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João 11:8

Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá?

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João 11:9

Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo:

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João 11:10

Mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz.

jo 11:10
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João 11:11

Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.

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João 11:12

Disseram pois os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo.

jo 11:12
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João 11:13

Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono.

jo 11:13
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João 11:14

Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto;

jo 11:14
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João 11:15

E folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis: mas vamos ter com ele.

jo 11:15
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João 11:16

Disse pois Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele.

jo 11:16
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João 11:17

Chegando pois Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura.

jo 11:17
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João 11:18

(Ora Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios.)

jo 11:18
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João 11:19

E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão.

jo 11:19
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João 11:20

Ouvindo pois Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro: Maria, porém, ficou assentada em casa.

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João 11:21

Disse pois Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.

jo 11:21
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João 11:22

Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá.

jo 11:22
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João 11:23

Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.

jo 11:23
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João 11:24

Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.

jo 11:24
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João 11:25

Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;

jo 11:25
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João 11:26

E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?

jo 11:26
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João 11:27

Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.

jo 11:27
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João 11:28

E, dito isto, partiu, e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está cá, e chama-te.

jo 11:28
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João 11:29

Ela, ouvindo isto, levantou-se logo, e foi ter com ele.

jo 11:29
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João 11:30

(Ainda Jesus não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.)

jo 11:30
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João 11:31

Vendo pois os judeus, que estavam com ela em casa e a consolavam, que Maria apressadamente se levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para chorar ali.

jo 11:31
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João 11:32

Tendo pois Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.

jo 11:32
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João 11:33

Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se.

jo 11:33
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João 11:34

E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê.

jo 11:34
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João 11:36

Disseram pois os judeus: Vede como o amava.

jo 11:36
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João 11:37

E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?

jo 11:37
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João 11:38

Jesus pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, veio ao sepulcro; e era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ela.

jo 11:38
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João 11:39

Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias.

jo 11:39
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João 11:40

Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?

jo 11:40
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João 11:41

Tiraram pois a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido.

jo 11:41
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João 11:42

Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste.

jo 11:42
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João 11:43

E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora.

jo 11:43
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João 11:44

E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir.

jo 11:44
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João 11:45

Muitos pois dentre os judeus, que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera, creram nele.

jo 11:45
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Gênesis 19:26

E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.

gn 19:26
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Êxodo 20:3

Não terás outros deuses diante de mim.

ex 20:3
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