Celeiro de Bênçãos
Versão para cópiaExpiação
Derreados e vencidos pelas constrições dos sofrimentos excruciantes, parecem abandonados... Cegos carregando a surdez e silenciado? no impedimento da palavra, dão a impressão de condenados... Paralíticos em deplorável conjuntura, sob o constrangimento de limites que o camartelo do destino impôs, antes que os membros se movimentassem... Alienados que transitam por paisagens tristes e tormentosas, sem esperança, em alucinações indizíveis... Criaturas com distrofias de várias formas e doenças de muitos nomes sob o implacável jugo do sofrimento, como se estivessem esquecidas... Angústias e distonias, incapacidades e distúrbios, histerismo e misérias múltiplas, dizimando vítimas inermes que lhes caem nas malhas, em contínuo, espraiando-se entre os homens...
E tantos outros processos regenerativos, em nome da Legislação Superior, fazem os trânsfugas e infratores expiarem, através do cadinho da carne, os incontáveis crimes a que se entregaram, infrenes.
Recomeçam na linha da agonia que sofrem, em decorrência da impiedade que impuseram.
Refazem o caminho sobre os pelagos que eriçaram nas águas da existência planetária.
Não estão, porém, à mercê do abandono, mas sob a assistência corretiva da Justiça.
O fruto podre reproduz a planta mediante a semente sadia aproveitada. A água lodosa recupera a limpidez no filtro que a purifica. Brilha a pedra sob o buril lapidador. Modela-se o ferro, em brasa viva, ante a ação contínua do malho e da bigorna.
Fracassando na prova escolhida, retorna o calceta pela expiação remissora. O suicida rebelde recomeça com a agonia a que se impôs levianamente e de que se desejava liberar...
O homicida covarde retorna sob as dilacerações que produziu na vida que tomou nas mãos criminosas... Cada agressor, desta ou daquela natureza, todo burlador reiterado da verdade, volve ao palco da ilusão carnal, em condição carcerária para refletir e recuperar, preparando, na masmorra que elaborou para o próprio insulamento, os futuros dias claros de esperança e ação relevante que virão.
Diante deles, os irmãos que expiam, reflete e refaze tuas atitudes, aproveitando o ensejo de que dispões para a elaboração dos felizes dias porvindouros. Se expias, agradece a Deus e confia no amanhã. Como são bem-aventurados os justos e os bons, os piedosos e os mansos, os misericordiosos e os pacíficos, também o são aqueles que se recuperam, sob a sujeição divina, sem revoltas nem mágoas, começando desde agora a libertação que anseiam e por que lutam.