Espelhos da Alma: Uma Jornada Terapêutica
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LIÇÃO ESPÍRITA
Internara a filinha num Lar de crianças sem pais. Vendendo ilusões, fora antes vendida a um bordel, quando ludibriada nos sentimentos de menina moça.
Comprometera-se não visitar a filha, a fim de fazê-la ignorar a origem. Desejava-a feliz, fosse educada, que lhe desse uma profissão digna e despediu-se emocionada, de alma amarfanhada.
Quatro anos depois, sucumbindo ao peso de cruel enfermidade, buscou rever a filha. Apresentou-se como lhe fora tia. A pequena, porém, chamou-a "mamãe". Sem ocultar as lágrimas, reiterou-se a condição de tia, cuja irmã desencarnara em situação dolorosa...
Sentia-se desencarnar e informara ao diligente benfeitor da filha que eram poucos os seus dias na Terra. Suplicou desvelado carinho para a menina. Recusou-se receber qualquer assistência e partiu... Um ano após, volveu, renovada.
—Gostaria que o senhor me ouvisse - solicitou. E narrou que a enfermidade psíquica de uma amiga de infortúnio levara –as a um Centro Espírita, que funcionava no bairro de angústias, onde viviam. Encontrara ali amparo, assistência moral, orientação. A pesado sacrifício, começou a frequentar a casa.
À medida que recobrava a saúde, oportunamente, deparouse naquele recinto com o homem que a infelicitara. Dominada pelo ódio, que lhe irrompeu intempestivo, acusou-o diante de todos, apontando como o destroçador de sua vida...
—É verdade! - Retrucava o acusado - naquele tempo, eu era igualmente um enfermo... do espírito. E rogou-lhe perdão. Ela se comoveu. Afinal, sob o ódio havia o amor magoado.
Tornaram-se amigos. Há pouco tempo ele lhe prometera matrimônio. Dissera que a amava. Aceitara-o. ???ele retirou-se do "comércio carnal" em que vivia e alugara um apartamento onde a hospedou com dignidade. Respeitavam-se. Casaram-se logo depois.
—Seria possível, agora, conduzir a filha para o lar?
—Indagou, ansiosa.
—Sem dúvida - concordou o amigo.
prometeu, então, retornar depois, em companhia do esposo.
Ao fim da semana, Jovial, fazia-se acompanhar do cônjuge. Comprovaram a situação nova: Moral e legal. Quando a filinha foi abraçá-la e o dirigente do Lar, que se tratava da sua genitora, respondeu a menina:
—??Eu sabia! Orava a Jesus para que Ele me trouxesse minha mãe de volta.
Reabilitados, agora abrem as mãos da caridade aos que padecem, laborando no santuário onde receberam a meditação espírita para a paz.
A lição espírita promove o homem e reabilita-o.
Só é legítima a crença que soergue e enobrece o crente. O Espiritualismo, por tal razão, é o consolador, pois que, enxugando as lágrimas, liberta o que chora, levantando-o e dignificando-o, a fim de que não volte à furna do desespero onde se evadiu.