Momentos De Consciência
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CONSCIÊNCIA E ALIENAÇÕES MENTAIS
A consciência encontra-se no homem em todos os estágios do seu processo evolutivo.
Nas faixas primarias manifesta-se como lampejos de discernimento, que o propelem para a conquista de degraus e patamares mais elevados.
Não obstantes a predominância dos instintos agressivos, vez que outra ela surge e clareia a noite tormentosa dos impulsos imediatistas, ampliando os horizontes de percepção do ser.
ais tarde, á medida que a razão se desenvolve, a capacidade de consciência se dilata, podendo ser vítima dos mecanismos escapistas da astúcia e do intelecto, que a adormecem, lesam-na ou intoxicam-na com os vapores perniciosos da frieza emocional.
Assim mesmo, ela rompe as dificuldades e lucila, abrindo espaços para o discernimento e os conflitos que decorrem da sua percepção ante os atos incorretos.
Somente quando o indivíduo vence as etapas primárias, e as experiências se fazem mais significativas, mediante a compreensão do sentido elevado da vida, é que ela se manifesta com plenitude e passa a comandar o direcionamento da existência, revelando-se vitoriosa.
A consciência é o árbitro interno, que se encarrega de estabelecer as diretrizes de segurança para a vida.
Variando a sua lucidez conforme o estágio de desenvolvimento alcançado, somente quando se torna equânime, pode conduzir o ser com sabedoria.
Enquanto é severa, exigindo rudes reparações em relação ao erro praticado, detém-se no primarismo do desforço.
Se, por outro lado, apresenta-se benigna em relação aos enganos, falta-lhe a maturidade que a capacita para a superior finalidade.
A consciência estua, quando, refletindo as leis de Deus, direciona a criatura para o bem, a ventura, o avanço tranquilo em clima de fé e esperança.
A consciência enobrecida estabelece o programa de reparação com fundamento nas leis do amor, e o de evolução nos mesmos códigos, sempre apoiada à justiça e à verdade.
Na psicogênese profunda das alienações mentais encontra-se a consciência de culpa, geradora dos tormentos que se apresentam como processos de reedificação, recompondo os painéis do dever mediante os dolorosos mecanismos da desordem mental.
O desarranjo dos equipamentos psíquicos proporciona ao espírito sofrimentos insuspeitáveis, como forma rigorosa de apaziguamento da consciência.
Sendo o homem o autor da sua realidade moral, através da conduta que se permite no curso das existências corporais, em cada etapa elabora o método de crescimento interior pelo que realiza.
Quando delinque, insculpe a fogo no seu arcabouço profundo os meios reparadores, particularmente na área mental.
Ignoradas as ações infelizes que a justiça humana não alcança, a consciência, que sabe, desarticula os complexos mecanismos da razão em desequilíbrio, que somente a dor expungitiva recomporá.
No quadro das alienações mentais, seja nas psicopatologicas conhecidas e academicamente estudadas ou nas graves obsessões, é a consciência culpada que faculta a instalação do mal, que se exterioriza de maneira rigorosa em processo de reajustamento e reequilíbrio.
A consciência equânime se mantém com os recursos dos bons pensamentos e das reflexões, que são os meios valiosos ao alcance do ser para a sua plena edificação.
A consciência lúcida e tranquila é a terapeuta segura para as alienações mentais, razão pela qual todo paciente que requeira a saúde, não se deve escusar ao trabalho hercúleo de pacificar-se, usando a oração, a meditação, o autoconhecimento e as ações enobrecedoras, equipamentos esses propiciatórios para uma consciência de paz, responsável pela conquista do progresso.
Na questão de número 834, de O Livros dos Espíritos, ALLAN KARDEC indaga: É responsável o homem pelo seu pensamento ? Perante Deus, é.
Somente a Deus sendo possível conhecê-lo, ele o condena ou absolve, segundo a sua justiça.
As alienações mentais são, pois, a condenação de Deus aos pensamentos e atos incorretos da consciência primária e equivocada.