Vitória da Vida

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CAPÍTULO 1
Ilustração tribal

Nota Explicativa


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"Só então o Espírito se reconhece como tal e compreende que não pertence mais ao número dos vivos.

Este fenômeno se explica facilmente. Surpreendido de improviso pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que nele se operou; considera ainda a morte como sinônimo de destruição, de aniquilamento. " "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. (Comentários à questão 165. 29ª Edição da FEB) A dor selvagem, que assoma violenta, quando da ocorrência da morte física de um ser querido, somente encontra lenitivo na fé religiosa, balsâmica e consoladora.

É ela que aponta o rumo do equilíbrio, ante a esperança da vida futura e do reencontro confortador com aquele que abandonou a vida corporal.

Não obstante a sua presença em muitas consciências e corações humanos, ocorrências se dão, que, pelo inesperado e pela violência, traumatizam e desconcertam as criaturas, que tombam na revolta ou na depressão, ficando estioladas, vencidas...

A incerteza quanto à sobrevivência ao túmulo é fenômeno dos mais comuns, mesmo entre os indivíduos de correta formação religiosa.

A falta de uma estrutura experimental, de um fato probante da imortalidade, uma notícia de como se encontra o ser querido, constituem motivo de sofrimento dilacerador para quem fica na saudade, devendo prosseguir na viagem pela névoa carnal.

Outrossim, a dúvida quanto à vigência do conhecimento do que se passa no mundo espiritual e de como se manifesta a vida fora da matéria, torna-se um ácido a queimar interiormente, instalando a revolta contra as Leis de Deus, ou produzindo indiferença magoada em relação ao futuro.

A morte é, sem dúvida, um grande enigma, passo avançado no rumo do desconhecido, responsável por danos graves no equilíbrio emocional do homem e na economia social da vida.

Considerada como geradora de neuroses e psicoses de largo porte, leva suas vítimas a estados lamentáveis, quando não as conduz ao suicídio.

Por onde passa, deixa profundos sulcos de dor e de amargura.

O desconhecimento da sua realidade responde por prejuízos incontáveis entre os indivíduos.

Quando se pensa ou se fala na morte, um véu de tristeza empana a claridade da alegria e um fatalismo pernicioso parece encerrar os objetivos da existência corporal.

Por esta razão, foi cunhado o brocardo, a respeito do qual "a vida se fina na presença da morte".

Ao Espiritismo, porém, coube o extraordinário mister de desvelar o que ocorre além do túmulo, demitizando a morte e o seu mistério.

Através da mediunidade retornam os que pareciam mortos, todavia, se encontram mais vivos e exuberantes do que anteriormente.

Depoimentos são apresentados, fatos vêm relatados com naturalidade e as mais variadas demonstrações da identidade e da personalidade são oferecidos, em inconteste demonstração da supervivência do Espírito e da sua comunicação com os seres amados.

Detalhes do fenômeno da morte e do despertamento do além, de conversas mantidas diante do cadáver, de acontecimentos do lar, antes e depois da desencarnação, caligrafia, voz, gestos e hábitos são repetidos de forma a não mais permanecerem equívocos quanto à continuação da vida após a disjunção cadavérica.

Essas narrativas, escritas ou faladas, mediante manifestações ectoplasmáticas memoráveis, descrevem o novo habitat os seus habitantes, trazendo de volta à memória humana os antepassados e amigos que pareciam extintos, e, no entanto, vivem.

São felizes ou desventurados os Espíritos, conforme o comportamento que tiveram antes da desencarnação, experimentando a consequência das ideias e das ações, dos hábitos e aspirações cultivados.

A morte, de forma alguma, encerra a bênção da vida.

Pelo contrário, desvela um campo imenso de realizações, facultando compreender-se a grandiosidade da Criação, que ultrapassa os limites dos sentidos físicos e objetivos.

O amor vence, então, as distâncias aparentes que medeiam entre o lugar em que se encontra quem partiu em relação àquele que ficou...

O intercâmbio prossegue, e eles, os desencarnados, quando felizes, retornam para consolar e auxiliar os seus afetos.

O mesmo ocorre, quando persistem animosidades e ódios que se tornam algemas a prenderem os desencarnados na retaguarda, produzindo lamentáveis pugilatos de consequências infelizes.

O Espiritismo veio, portanto, restaurar a paz nos corações e a fé raciocinada nas mentes, proporcionando ventura a quem se encontrava em desânimo ou desesperação.

Este livro é uma prova irrefutável do que afirmamos.

Todas as mensagens aqui presentes foram escritas em público, algumas pessoas não tiveram qualquer contato anterior com o médium, que ignorava, inclusive, a desencarnação dos missivistas.

Como esclarecem os destinatários, alguns deles nem mesmo sabiam que Divaldo Franco era psicógrafo ou jamais o haviam visto escrever mediunicamente.

As suas declarações, parte das quais transcrevemos, dizem, por si mesmas, do que aconteceu e de como alcançaram o objetivo estas cartas de rara beleza, que lhes foram dirigidas pelos familiares desencarnados.

Não houve, de nossa parte, preocupação de ordem cronológica, quanto ao recebimento das mesmas, nem os lugares onde foram escritas: ora em Salvador(BA), ora em Uberaba (MG).

Colocamos, a princípio, as mensagens firmadas por crianças e jovens, a fim de darmos ideia do estilo de cada um, bem como da preocupação de se fazerem identificar, consolando os pais e familiares, assim interrompendo o curso do desespero neles instalado.

Nota-se, igualmente, o mesmo interesse, nos adultos que retornaram, esposos e filhos, sempre ansiosos por demonstrar a sobrevivência e o carinho que a morte não interrompeu.

Temos certeza dos benefícios que este livro propiciará a todos quantos o lerem, vitimados ou não pelo guante da morte no seu reduto familiar.

Desejamos agradecer, penhoradamente, aos familiares, destinatários destas missivas de luz, pela autorização concedida para a sua publicação, bem como pelos dados biográficos que nos forneceram ou escreveram, carinhosamente, a respeito dos seus afetos de retorno.

Exorando as bênçãos de Deus, em forma de paz e bem-estar para todos nós, convidamos o caro leitor ao estudo das Obras de Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, nas quais encontrará as diretrizes de segurança para uma vida feliz e toda a orientação filosófica, científica e religiosa, que extrapolam da singeleza do presente volume.


Salvador, 13 de julho de Nilson de Souza Pereira -



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