Vitória da Vida
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Rosemary Furtado Koerich
Rosemary Furtado Koerich nasceu aos 17 dias do mês de dezembro de 1957, na cidade de Florianópolis - Santa Catarina.
Primogênita do casal Antônio Koerich e Ony Furtado Koerich, desde a infância demonstrava vivos interesses pelos estudos.
Cursou o primário no Colégio Coração de Jesus e o secundário no Colégio Catarinense, ambos em Florianópolis.
Em dezembro de 1980, ano em que ocorreu o acidente que lhe ceifou a vida, concluiria o Curso de Economia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Descontração e alegria foram as expressões maiores de sua efêmera existência.
Ao contrário de sua irmã Jane, também vítimada no acidente, Rosemary, pela sua descontração, encontrava sempre alternativas nos embaraços criados por seus irmãos, desejosos em ver Rosemary envolvida e sem saída nas brincadeiras por eles colocadas.
Criativa, vivia com simplicidade.
Da mesma forma vestia-se.
Aos quinze dias do mês de outubro de 1977 casou-se com Sidnei Noceti Filho, passando, a partir daquela data, a chamar-se Rosemary Furtado Koerich Noceti.
Tanto Rosemary como sua irmã Jane em suas mensagens fazem diversas referências ao seu companheiro e amigo Sidnei Noceti.
Sem nenhuma pretensão na assertiva, para nós, pais de Rosemary, conhecedores de sua descontração, leva-nos a imaginar tenha sido ela a incentivadora de sua irmã Jane, para que fosse a primeira portadora de notícias suas (mensagens) a seus entes queridos que permanecem neste mundo. (Dados apresentados pelo casal Antônio e Ony Koerich)
Nesse mês de abril de 1983, Divaldo excursionava, pregando pelo Triângulo Mineiro. .
A noite de sexta-feira, 15, reservou para as atividades doutrinárias do "Grupo Espírita da Prece", em Uberaba, ao lado do médium Francisco Cândido Xavier, havendo participado, por duas vezes, dos comentários doutrinários do tema em estudo.
À hora reservada às psicografias, recebeu quatro mensagens, entre as quais, a de Rosemary.
Sobre a mensagem de Rosemary, após entretecer comentários vários, assim se expressa o genitor, Sr. Antônio Koerich: "Da sua mensagem de 15 de abril, duas frases, entre tantas outras, nos chamam a atenção: "Ninguém se credencia à paz sem que ofereça bênçãos de harmonia a todos que o cercam" e ainda, "Não é por outra razão que Jesus chama Deus, pelo nome mais doce e santo: meu Pai!... " Quanta felicidade poder sentir que nossas filhas tenham tido tantas oportunidades em manifestar seus pensamentos, desenvolvendo-se no Plano Espiritual, amparadas que foram por Espíritos 1luminados que as fazem prosseguir em busca de uma realização plena.
E a nós, que aqui na Terra continuamos a cumprir com nossa missão de pai, só nos resta agradecer a Deus as bênçãos recebidas e a Ele pedimos derramar Suas graças sobre todos aqueles autênticos e verdadeiros missionários, como o amigo Divaldo e o nosso Chico, para que continuem a desenvolver o trabalho de amparo e proteção aos mais carentes, não somente materiais, mas principalmente espirituais. " Querida mãezinha Ony, meu querido paizinho Antônio (1) Rogo-lhes que abençoem sua filha.
Há três anos, vivíamos, nestes dias, as dores e angústias da nossa brusca separação...
Agora, graças a Deus, tudo são vitórias e bênçãos que vamos entrosando no coração.
No caleidoscópio da memória, revejo os nossos preparativos para a viagem a São Paulo, no dia 10 de abril, com os bilhetes marcados para retomarmos no dia 13 à nossa amiga Florianópolis. (2) Fui eu, quem, sem o desejar, vencida pelas saudades e concluídos os compromissos na capital paulista, resolveu o retorno, antecipando-o para o sábado com a chegada prevista para as 20h... (3) No telefonema à mamãe Ony (4) ainda me recordo da Jane brincando, por alcançar a vitória da sua viagem.
Desejei chamá-lo, papai, a fim de ouvir-lhe a voz, no entanto, porque nos iríamos ver, logo mais, adiei o prazer e não podia imaginar que, na Terra, nunca mais iria fruir desse júbilo.
Ouço-o agora de forma diferente em linguagem que me penetra a alma, na musicalidade de seu amor incomum.
Recordo-me ainda, paizinho querido, que naquele sábado, dia 12, seria celebrada a missa de quarto mês do vovô Eugênio (5) e ainda experimentávamos as saudades do nosso doce velho, que nos precedera na viagem de volta.
Como são difíceis de ser captados os desígnios de Deus!? Estávamos mais próximas do momento de reencontrá-lo, do que poderíamos imaginar.
No entanto, hoje, revendo paisagens e recordações, sinto-me feliz e venho trazer-lhes o meu testemunho de amor puro.
Das outras vezes cedi lugar à querida Jane (6), a fim de que ela vencesse a timidez e se fizesse o correio eficiente do nos amor como realmente ocorreu.
Eu me encontrava emocionalmente muito comprometida com o nosso querido Sidnei(7) e necessitava de tempo para reajustar-me e equilibrar o espírito, não traindo preocupações exageradas.
Hoje compreendo que ele tem direito à aplicação feliz da sua juventude, reconstruindo o lar que a morte interrompeu, estruturando uma nova família sem que nada nos distancie, porque o amor possui uma abrangência muito grande para caber todos os sentimentos em harmonia e equilíbrio.
Não havendo fruído da felicidade de permanecer mais tempo como sua esposa - e fomos imensamente felizes quando juntos - suplico a Deus para ser-lhe devotada amiga maternal zelando pelo prosseguimento da sua realização de homem jovem e bom.
Através das reflexões e estudos, por meio do trabalho contínuo, venho logrando crescer no entendimento e dilatar-me além de qualquer forma de paixão egoística.
Jane, enamorada de Dagoberto (8), parecia sentir que o matrimônio não estava na programação da sua vida, tendo nele um amigo querido e uma esperança para depois.
Neste período foi-nos possível modificar os conceitos sobre a vida e avaliar com segurança as finalidades da existência corporal.
Na comunidade onde estagiamos sob os cuidados da irmã Frida (9) e a carinhosa assistência do bivô Engelberto (10), trabalhamos e estudamos dentro de padrões superiores, em que a cultura objetiva essencialmente o crescimento do ser, na elaboração do progresso da humanidade.
Trata-se de uma cidade universitária, fazendo recordar as organizações terrestres, sem, contudo, os atropelos e inquietações jovens.
Ali aprendemos o culto dos deveres morais ao lado das responsabilidades e treinamos fraternidade e amor, no contato com a natureza festiva e com os que constituem a nossa sociedade.
Nenhum privilégio ou seleção alguma, senão mediante a conquista de valores pelo esforço pessoal e intransferível. A Soninha prossegue conosco, amiga devotada e jovial, verdadeira irmã que, inclusive, participou das nossas emoções e vive conosco as saudades dos amores que ficaram no mundo.
Descobrimos que a verdadeira felicidade é decorrência das ações enobrecedoras que praticamos, pelo rumo por onde avançamos.
Ninguém se credencia à paz sem que ofereça bênçãos de harmonia aos que o cercam.
Mais do que nunca entendemos que o bem que praticamos é a verdadeira luz a clarear-nos por dentro, na Terra e fora do corpo.
Sei que vocês vieram com a expectativa de notícias nossas e os ouvimos conversando, quando viajavam, entretecendo considerações sobre nós e a data que passou. Assim, para amenizar-lhes as penas e saudades, a bivó Custódia (12) informoume que já era tempo de trazer-lhes, de minha parte, as notícias auspiciosas do nosso estado atual.
Acompanhamos a mãezinha querida no seu tratamento oftalmológico (13) e oramos a fim de que tudo permaneça bem.
Continuem, queridos paizinhos, semeando o amor e acendendo a luz da caridade em toda parte.
Quando vocês se recordam de nós e agem em nossa memória, ouvimos os seus sentimentos e atos que nos chegam como dádiva de incontida felicidade.
Os paizinhos são o sol das vidas dos filhos que somente podem avaliar-lhes a grandeza, quando a noite da saudade se lhes abate sobre o coração.
Não é por outra razão que Jesus chama Deus, pelo nome mais doce e santo: meu Pai!...
Jane agradece toda a ternura com que vocês nos envolvem, o que também faço e, no próximo maio, no dia do aniversário dela, irá rogar a Jesus que a presenteie com a oportunidade de poder retornar ao lar e beijá-los docemente em festa de gratidão, vocês que têm sabido ser os mais maravilhosos pais do mundo.
Os nossos familiares de cá, aqui estão conosco: Bivô Engelberto, o avozinho Eugênio, a Bivó Custódia, a querida irmã Ema (14), o nosso amado Padre Reus (15) e familiares do Sr.
Jobel Sampaio (16) que se encontram recuperados, prosseguindo nas tarefas dê divulgação do Espiritismo conforme o faziam quando reencarnados.
Se me fosse possível, continuaria a falar-lhes com o devotamento que vocês merecem.
No entanto, chega o momento do beijá-los e pôr as reticências nesta carta de amor filial.
Abraçamos, Jane, Sônia e eu, os familiares amados, especialmente o Ronaldo e o Sérgio (17), a avozinha e os amigos, incluindo o Dagoberto e o Sidnei por quem oro comovida...
E beijando-os, enternecidamente, paizinho Antônio e querida mãezinha Ony, todo o carinho e amor da filha devotada, sempre afetuosa.
Rose Rosemary Furtado K.
Noceti
IDENTIFICAÇÕES
(1) - Ony e Antônio - Pais de Rose.
(2) - 10 e 13 de abril - Datas confirmadas pelos pais.
(3) - Sábado, 20h - Idem.
(4) - Telefonema à mamãe - Ibidem.
(5) - Sábado 12, missa de quarto mês do vovô Eugênio - Confirmado pelos genitores.
(6) - Jane - Irmã de Rosemary. (7) - Sidnei - Esposo da missivista.
(8) - Dagoberto - Namorado de Jane.
(9) - Irmã Frida - Benfeitora espiritual.
(10) - Bivô Engelberto - Bisavô paterno, desencarnado. (11)– Soninha - Colega que desencarnou no mesmo acidente.
(12) - Bivó Custódia - Bisavó materna igualmente desencarnada.
(13) - Tratamento oftalmológico - Fato confirmado por D.
Ony.
(14) - Irmã Ema - Amiga espiritual desencarnada.
(15) - Padre Reus - Benfeitor espiritual.
(16) - Familiares do Sr.
Jobel Sampaio - Espírita dedicado, residente em Florianópolis.
(17) - Ronaldo e Sérgio - Irmãos da comunicante.