Vitória da Vida
Versão para cópia
José Afonso de Souza Queiroz
A Misericórdia de Deus não tem limites e, a cada instante se manifesta rica de amor.
Divaldo estava em Uberaba, onde participara das atividades doutrinárias do "Grupo Espírita da Prece", conforme sucede quando ali se encontra.
A noite do sábado 15 de maio de 1982 apresentava um comovedor espetáculo no "Grupo Espírita da Prece", com caravanas de diversos Estados do país e pessoas de muitas cidades próximas como também de Uberaba.
Após a abertura da reunião e leitura do texto para comentários pela Profª Márcia Tomaz Baccelli, iniciaram-se as psicografias de que participavam Francisco C.
Xavier, Divaldo Franco e dedicada confreira uberabense.
Encerrados os trabalhos, o Sr.
Weaker Batista, Presidente do Grupo solicitou à senhora para que lesse a mensagem recebida e logo depois pediu a Divaldo para fazê-lo também.
O médium baiano psicografou três mensagens diferentes, uma das quais trazemos à consideração do caro leitor, esta que se segue.
A genitora do missivista confirmou, emocionada, a autenticidade da carta do Além.
Posteriormente, a Senhora Esy prometeu a Divaldo enviar-lhe uma cópia da mensagem, o que fez alguns meses depois.
Para a surpresa agradável do médium e nossa, a mensagem impressa trazia, no verso, a seguinte informação: "Pergunta feita a Divaldo Pereira Franco, no dia 13 de março de 1981, no Teatro Renascença - Porto Alegre: Divaldo: Há seis meses perdi meu filho num acidente de automóvel.
Dois dias depois voltei ao lugar, apesar de todo o movimento encontrei a corrente com a cruz que ele levava no pescoço.
Estava intacta. O que aconteceu?
Resposta: Naturalmente, a senhora foi brindada com a felicidade de encontrar um objeto de uso pessoal do filho, aquele que esteve com ele até o último momento para lhe dar mais ânimo para enfrentar uma dor tão grave quanto esta.
Eu acredito que o Espírito mentor do seu filho facilitou que a corrente se desprendesse do jovem e intuída por este Espírito amigo a senhora foi buscá-la para ser uma recordação - carinho muito especial na hora mais grave de sua vida. " Desde há algum tempo, durante as jornadas de pregação espírita pelo Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, Divaldo é entrevistado na Televisão Gaúcha Canal 12, por Dr. Mendes Ribeiro e também na Rádio Gaúcha, por espaço de duas horas e trinta minutos nesta última.
Em 1981 o professor de Direito e radialista gaúcho convidou o médium baiano para ser entrevistado por ele para a Rádio Gaúcha, no Teatro Renascença, num sábado pela manhã, diante do público.
Divaldo aquiesceu e, no dia anunciado, o imenso auditório encontrava-se superlotado.
Centenas de perguntas por escrito estavam nas mãos do repórter.
Cartas, telegramas do interior continuavam a chegar e telefonemas de todo o Estado eram anotados.
Inicialmente as questões eram propostas pelo Dr. Mendes Ribeiro e Divaldo, inspirado pelos Mentores, as respondia.
Num dos intervalos, o entrevistador perguntou a Divaldo se este aceitaria a questão formulada pelos presentes.
O médium, após meditar, anuiu, desde que o clima de ordem fosse mantido.
Foram abertos vários microfones que os funcionários da Rádio conduziam aos presentes, facilitando a atividade.
Nesse momento, Dona Esy fez a pergunta, recebendo a resposta aqui transcrita.
Naquela multidão seria impossível reter semblantes e assuntos, pois que o programa se alongara por quase três horas.
Chamamos a atenção a respeito de a pessoa que fez a pergunta não se haver identificado, nem feito qualquer outra referência ao filho: nome, lugar da desencarnação, familiares, etc.
Um ano e dois meses depois, em Uberaba, sem que houvessem trocado uma palavra sequer, o médium e a genitora de José Afonso, este vem escrever-lhe pela psicografia de Divaldo e refere-se à corrente, conforme se pode ver na foto fornecida por Dona Esy.
Quanto à página que Divaldo psicografou, assim se expressou Dona Esy: "Em maio de 1982 voltei a Uberaba.
Chico não trabalhou no "Dia das Mães". Para o amanhecer desse dia sonhei que o meu esposo, em Porto Alegre, dizia-me que ficasse, pois Divaldo trabalharia ali, naquela semana.
Qual não foi o meu espanto, ao confirmar, na sexta-feira, vendo Divaldo pela segunda vez.
Eu não sabia que ele psicografava.
Minha alegria foi muito grande, quando o nome de meu filho foi chamado.
Dirigi-me ao Chico.
Minha surpresa foi maior quando disseram que era com Divaldo. A sensação foi renovada naquele salão cheio, sem uma pessoa conhecida, ao receber a segunda mensagem. Segurava a corrente com a cruz que tinha no pescoço, quando Divaldo leu: "Agradeço por você estar com a minha corrente. " Era impossível não ter sido meu filho quem escreveu".
Dona Esy informou, ainda, que segurava a corrente do filho, enquanto transcorria a reunião de psicografias.
A mensagem tem o seguinte teor:
Querida mãezinha Sy (1) Exultando de júbilo, por mercê de Deus, venho endereçar-lhe a carta que você desejou como presente no "Dia das Mães". (2) Já me recuperei das dores mais fortes e da amnésia parcial que me tomaram após o acidente, quando eu seguia para Camaquã. (3) Lentamente o avô Afonso (4) e outros abnegados Benfeitores Espirituais, quais o Padre Cacique de Barros (5), ofereceram-me ajuda, ensejando-me recuperação e recomposição da paisagem mental, que ora me faculta escrever-lhe com o carinho e a devoção que você e o paizinho Maurício (6) me merecem.
Encontrei a vida e parece-me, às vezes, que a palavra morte, não tem qualquer significado, conforme se atribui na Terra, ao serem ignoradas as realidades da Pátria donde todos procedemos.
Seria o caso de perguntarmos: "Não seria a morte, o mergulho no corpo e vida a libertação dele?" A verdade é que se não fosse a ausência física dos seres queridos não me daria conta de que me encontro desembaraçado dos tecidos e implementos carnais.
Tudo é tão real e constituído por substâncias de contextura sólida que me surpreendo a cada momento e me felicito ao constatar a grandeza e a sabedoria do Pai Criador.
Louvo a dádiva que ora fruo e agradeço as suas preces, ora calmas e confiantes, rogando pelo seu filho, a fim de que eu me encontre e progrida.
A mãe é, sem dúvida, a estrela luminífera do céu de todos nós. Tenho-a sempre acesa na minha alma, apontando-me o rumo e busco aproveitar da oportunidade, que reconheço não merecer, para crescer e servir.
No serviço, o Espírito se liberta das paixões, limando as arestas e burilando as facetas que lhe tisnavam a beleza que lhe jaz latente.
Confio que hei de adquirir valores com que você, papai e os manos se alegrarão, quando nossa família feliz voltar a reunir-se depois da morte carnal.
Acompanho as lutas do Fernando, da Graça, do José Maurício (7) e oro por eles, a fim de que sejam felizes no cumprimento dos deveres que lhes dizem respeito, evitando os compromissos que prendem os incautos nos grilhões dos vícios infelizes que infestam as paisagens da Terra.
Agradeço por você estar com a minha corrente (8) e a providencial ajuda do Alto que lhe facultou encontrá-la... (9) Você tem a impressão de que algo de mim permanece com você.
Além disso, mãezinha, permanecemos nós mesmos vinculados pelo afeto imorredouro que nada conseguirá arrebentar ou fazer diminuir.
Continue no seu ministério de amor, auxiliando quanto lhe permitam as forças, certa de que a vitória do bem que pertence a Deus, será a plenitude dos nossos dias futuros.
Mãezinha, envolvendo o paizinho Maurício e os manos no mesmo abraço de afeto e traduzindo o carinho do vovô Afonso, esse anjo generoso de nossa família, sou o filho carinhoso de sempre, sempre dedicado e seu fiel discípulo que a não esquece.
José Afonso José Afonso de Souza Queiroz (10)
IDENTIFICAÇÕES
(1) - Mãezinha Sy - Forma carinhosa como José Afonso tratava a genitora.
(2) - Dona Esy havia anelado receber uma carta-mensagem do filho, como presente do Dia das Mães, que fora no domingo anterior.
(3) - Camaquã - Cidade do Rio Grande do Sul onde fora acidentado.
(4) - Avô Afonso - Avô paterno desencarnado em 02. 02. em Paudalho, PE.
(5) - Padre Cacique de Barros, benemérito missionário católico, desencarnado em 12. 05. 08, em Porto Alegre, RS.
(6) - Paizinho Maurício - Genitor do missivista.
(7) - Fernando, Graça e José Maurício - Irmãos de José Afonso.
(8) - Dona Esy informou que, durante a reunião, segurava a corrente do filho, que ela trazia ao pescoço, como se a ele próprio acarinhasse.
(9) - Refere-se ao fato narrado, quando da Entrevista em Porto Alegre.
(10) - José Afonso de Souza Queiroz - Nome do comunicante que, em momento algum, jamais fora enunciado.
José Afonso nasceu em 26. 10. 58, em Porto Alegre, RS e desencarnou em 19. 09. 80.
FIM