Vitória da Vida

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CAPÍTULO 2
Ilustração tribal

David Casimiro de Melo Filho


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DAVIZINHO


Nascido em 13 de agosto de 1964, aparentemente sadio e com todos os seus movimentos, reflexos e sentidos normais. *

Com cerca de quatro anos de idade, devido a dificuldades e insegurança em sua locomoção, a família buscou o auxílio dos recursos da medicina, que diagnosticou um provável caso de distrofia muscular progressiva.

Desesperados ante a perspectiva, os pais procuraram, na Doutrina Espírita, através da "Mansão do Caminho", o auxílio e amparo de que precisavam.

A bondade da dedicada benfeitora Joanna de Ângelis, por intermédio da mediunidade de Divaldo Franco, esclareceu tratar-se de resgate cármico necessário, decorrente de débitos contraídos em encarnação passada.

O passar dos anos deu curso aos efeitos degenerativos e irreversíveis da cruel e inexorável enfermidade, apesar dos recursos da ciência médica buscados e utilizados.

Com cerca de nove anos de idade deixou de andar, passando a ser conduzido numa cadeira de rodas.

Apesar da contínua e progressiva redução da mobilidade de seus membros, acompanhada da consequente deformidade física, continuou a levar uma vida participativa, somente deixando de frequentar as sessões doutrinárias da "Mansão do Caminho" e participar de outras atividades quando a sua acentuada imobilidade não mais possibilitou a sua condução.

Desencarnou em 7 de outubro de 1980 com o corpo deformado e incapaz de executar sozinho qualquer movimento, porém com a mente completamente lúcida até o momento em que foi entregue aos cuidados do hospital que o assistiu nas poucas horas de existência terrestre que lhe restavam.

Em sua curta convivência conosco, apesar do sofrimento, dele nunca se escutou uma palavra de queixa ou de desespero, sempre teve um gesto de simpatia e amizade para com todos, procurando conciliar, por vezes, atritos entre familiares.

Será sempre lembrado como um exemplo de resignação, alegria e bondade. (Dados fornecidos pelo Sr. David Melo)

Comemorava-se, naquele 07. 04. 84, a "Semana do Livro Espírita", e as conferências abordavam temas extraídos da Obra básica da Doutrina.

Nesse sábado, o tema versava sobre "mortes prematuras" e o palestrante mantinha o clima espiritual do ambiente rico de esperanças no futuro além da vida física.

Divaldo, que participava da reunião, psicografou a mensagem confortadora que transcrevemos.


O senhor David, pai do desencarnado, que vivia inconsolado com a partida do filhinho amado, assim se expressou, após o momento feliz da carta do além:

"Na noite de 07. 04. 84, após o término da sessão pública doutrinária, fomos contemplados com a leitura da mensagem do nosso Davizinho que Divaldo psicografara durante a mesma, à vista de todos os presentes.

Suas notícias, fornecidas por ele próprio, trouxeram-nos a alegria que esperávamos merecer desde a sua desencarnação.


Confortou-nos saber que ele estava feliz, consciente
* * *

David Casimiro de Melo Filho de sua situação e devidamente assistido por nossos familiares que o antecederam no regresso ao mundo espiritual.

Da mensagem, autêntica em todos os seus detalhes, destacamos a nomeação do seu avô paterno, João Casimiro, como era tratado em vida aqui na Terra, a data exata de sua desencarnação, 7 de outubro de 1980, bem como, o total exato dos anos e dias decorridos até a data de sua comunicação, além da recomendação transmitida, recolhida do avô, sobre o desequilíbrio da saúde emocional de que estávamos padecendo.

Tais fatos eram desconhecidos do médium.

Também, a gratidão e o reconhecimento externados, são bem característicos da extrema bondade, da personalidade tolerante e compassiva com quem tivemos a imensa ventura de conviver, enquanto perdurou a sua encarnação cármica, exemplo vivo de resignação e amor ao próximo com que a doutrina espírita nos permitiu conviver em aprendizado. "

Meu querido paizinho David, minha querida mãezinha Vera. (1) Estou rogando a Jesus que nos conceda paz e coragem para a vida, ao lado da saúde e da esperança nos momentos difíceis.

Venho aqui trazido pelo meu avô João Casimiro, (2) que tem sido para a nossa família o anjo bom de todas as horas.

Desde que retornei, amores de minha vida, que ele me aguardava com o carinho que não consigo descrever, diminuindo as minhas angústias e saudades...

Foi o socorro providencial e o amparo superior, sem cujo concurso eu não saberia conduzir-me.

Hoje, desde cedo, ele me informou que viríamos ambos trazer notícias, com as quais continuaríamos na festa espiritual de união e fé, pelos caminhos da nossa evolução.

Desde aquele dia 07 de outubro de 1980 (3) - "data do nosso até logo" - portanto, passados 3 anos e 6 meses, num total de 3 anos e 183 dias (4) contados com o carinho do amor, que venho sonhando com esta oportunidade de poder conversar com vocês através do lápis...

Várias vezes o vovô me fez treinar, orientando minha mão, de modo a facilitar-me a agilidade motora e o intercâmbio da ideia pelo companheiro mediúnico, e, apesar disso, sinto-me comovido.

Eu sei que não foi fácil para vocês e a querida irmã Mônica (5) toda a trajetória da minha doença de perturbadora demora, como sei, também, que a saudade foi algo de desesperador...

Eu sei, porque sofri a mesma, na alma, pela ausência do carinho de vocês, cuja dedicação fez de mim um pequeno rei, cercado de ternura e de devotamento, num clima de ansiedade e inquietação constante.

Haverá como dizer-lhes da gratidão que me domina?!

Somente colhendo estrelas do firmamento, como quem coleta lírios num campo para fazer um ramalhete, é que poderei fazer um diadema de brilhantes para coroar-lhes a cabeça e dizer-lhes, numa canção de imorredoura afeição: Deus os abençoe, amores de minha vida e sejam felizes!

Desejo dizer à querida irmã Mônica, que tenho orado por ela, a fim de que os seus pequenos problemas encontrem solução, e alegro-me por vê-la renovada, disposta e fiel aos estudos, crescendo para a vida e olhando o futuro com otimismo.

Rogo-lhe, querida Mônica, que me perdoe pelo que tirei de você, involuntariamente, em carinho dos nossos pais, em razão da minha enfermidade...

Agora eles vivem em função de sua juventude, no que me associo com júbilo.

Você vem crescendo feliz diante de um futuro promissor que há de oferecer-lhe paz e plenitude... Paizinho, reequilibre a sua saúde emocional (6), vovô pede-lhe ânimo e confiança em Deus, em cujas mãos estão as nossas vidas.

Não receie, fazendo a sua parte e liberando-se de preocupações desnecessárias.

O amor continua e a morte jamais interrompe os laços de família, os sentimentos do coração.

Continuamos a viver e permanecemos juntos, atados pelos fios invisíveis do amor sem limites.

A mente dós que ficam na Terra, comunica-se conosco pelo telefone do pensamento, enviando e recebendo mensagens.

Sem dúvida, que nós, os que aqui nos encontramos, temos mais facilidade de captação, pois que nos chegam em forma constante, conforme o teor com que nos são transmitidas.

Resido em uma região muito bela, num verdadeiro lar de crianças, num local chamado "Cidade Jardim da Esperança", onde crescemos para a vida, somos treinados em recordações e estudamos com bases para futuras reencarnações.

Os avozinhos têm-me visitado com frequência e reencontrei amigos, fiz novas amizades, que me dão felicidade incomum.

Recuperei a locomoção (7) e soube que a minha doença era um abençoado resgate, inevitável, que procedia de reencarnação anterior, em forma de dívida, pedindo e impondo regularização.

Lutem, paizinhos queridos, trabalhando na construção do futuro e em favor do nosso reencontro porvindouro, quando já não haverá separação, nem sofrimento.


Beijo a querida Mônica e recordo-me, mãezinha querida e meu "velho" querido paizinho, de todas as nossas horas, e, beijando-os com enternecida gratidão, sempre devotado, sorridente e amoroso, o resignado e feliz filho de todos os dias, Davizinho

IDENTIFICAÇÕES


(1) - David e Vera - Nomes dos pais do desencarnado.

(2) - João Casimiro - Avô de Davizinho.

(3) - 07. 10. - Data da desencarnação do missivista.

(4) - 3 anos e 183 dias - Contagem correta.

(5) - Mônica - Irmã única do falecido.

(6) - O Sr.

David encontrava-se em tratamento de saúde.

(7) - Davizinho sofria de paralisia progressiva.



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