Vitória da Vida

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CAPÍTULO 9
Ilustração tribal

João Edson dos Santos


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João Edson dos Santos nasceu no dia 21 de novembro de 1953, na Fazenda da Serra, no município de Centralina, em Minas Gerais e desencarnou, tragicamente, no dia 7 de dezembro de 1985, na cidade de Uberlândia no mesmo Estado.

Era filho de João Eterno dos Santos e Maria da Glória Santos.

Cursara o 29 grau completo e era comerciante, dedicando-se à tarefa de representante comercial.

Foi casado com Dona Lucilene Aparecida Comaccio Santos, de cujo consórcio nasceu, postumamente, o filhinho João Edson dos Santos Júnior.

Havia adotado, anteriormente, a pequena Juliana.

A sua desencarnação brutal, por acidente automobilístico, violentou os corações da família e dos amigos, deixando uma grande lacuna em todos, face ao seu temperamento jovial e extrovertido, rico de sentimentos superiores.

O "Grupo Espírita da Prece", em Uberaba (MG) estava regurgitante.

Verdadeira multidão ali se comprimia ansiosa por notícias dos seus queridos já desencarnados.

Como de hábito, Divaldo Franco encerrava mais uma de suas jornadas doutrinárias pela Região e ali estava participando das atividades da Casa, igualmente em visita ao médium Chico Xavier e aos caros companheiros que militam naquela admirável Instituição.

Após os labores das leituras, comentários e psicografias, o médium baiano leu a página que recebera durante o trabalho, rica de emoções e detalhes probantes da imortalidade da alma, bem como da identificação irretorquível do missivista.

Os familiares presentes comoveram-se, e, posteriormente, declararam, conforme segue: "A mensagem representa a certeza da verdadeira vida.

Há detalhes nela que somente a família podia saber.

As lembranças de João Edson são doridas, mas servem para acalmar nossos corações que, mais do que nunca, aprenderam que a vida continua e que o maior amor é aquele que desafia os túmulos.

É de se acrescentar que a informação prestada por João Edson, na mensagem, sobre o sexo do filho era verdadeira, pois nasceu um lindo menino que atende pelo nome de João Edson Júnior, em homenagem ao pai. "

QueriDona Lucilene, (1) rogo a Deus que nos abençoe!

Aconteceu o que jamais esperávamos.

Afinal, a morte é questão que sempre consideramos em relação aos outros, como se nunca viesse a acontecer conosco.

Estando tão próxima de nós, e, no entanto, não nos damos conta, ou preferimos ignorar, por comodismo ou imaturidade...

Foi o que me sucedeu, no sábado, dia 7 de dezembro do ano passado. (2) Com certeza não estava na minha mente a suposição de que aquela seria a minha última viagem no corpo.

O acidente me espreitava, para o qual eu não me encontrava preparado.

Morrer é acontecimento grave e eu nunca me dera conta da sua grandeza...

Tudo foi tão rápido para mim, que tenho dificuldades de relacionar detalhes.

O certo é que me senti projetado fora do corpo, como se houvesse sido arrancado de uma roupa, sem os cuidados necessários.

Não sofri, porque um torpor demorado invadiume, fazendo-me perder a consciência, que vou recuperando, a pouco e pouco. Lentamente, as impressões me vêm chegando e vou-me acostumando à realidade nova sem que me desembarace das lembranças.

No hospital para onde fui conduzido, não pude imaginar o que houvera acontecido, logo despertei com a mente anestesiada.

Supus, que se tratava de algum novo pavilhão de algum nosso hospitais de Uberlândia, para onde eu fora removido, quanto me lembrei do acidente.

Os enfermeiros e médicos que me atendiam eram silenciosos e não respondiam às minhas perguntas, limitando-se a aconselhar-me confiança e repouso e afirmando que tudo estava bem.

Eu certamente me sentia amparado, no entanto, a sua falta e de mais alguém conhecido ou membro da nossa família tornou-se uma inquietação que eu não conseguia controlar. Foi a tia Joaquina (3) quem me arrancou dessa situação, quando se aproximou, risonha, dando-me boas-vindas e afirmando-me que eu estava em convalescença espiritual, continuando a viver...

A surpresa levou-me a um quase desespero, porque me recordei de que ela houvera morrido, onze anos atrás. (4) Ela me deixou chorar, após o que me falou a respeito das novas responsabilidades, levantando-me o ânimo e impulsionando-me para o reequilíbrio.

Não tenho como dizer-lhe, o quanto sofri, e, imagino, por minha vez, as suas dores.

Agora, porém, isto não é importante, já que estamos numa fase de renovação, tanto você, quanto eu, graças à fé que você vem amealhando no coração, ante o carinho da tia Norma (5) e de todos que a amparam no trabalho em nossa Casa Espírita. (6) Observe quanto Deus é Pai de Amor e de Misericórdia! Ambos anelávamos tanto por um filho; esperamos que viesse o anjinho renascer pelo nosso corpo e ele parecia indeciso. Aceitamos em casa a querida Juliana (7) e, quando já nos íamos realizando, eu retornei...

É aí que o apoio do Senhor nos chega, porque, você já grávida e nenhum de nós sabia naquele dia da viagem para cá. (8) Desse modo, estou feliz, porquanto ficará em nosso lar, o dileto filhinho (9) que vem chegando para diminuir, pelo menos, um pouco, a ausência física do pai.

Louvado seja Deus!

Estou muito feliz por dirigir-lhe estas palavras, que estão sendo orientadas pelo nosso Alfredo Júlio (10) que me tem sido um pai espiritual, ensinando-me comportamento e agora adestrando-me nesta arte nova para mim.

Estou informado de todos os sofrimentos, que desabaram sobre nossa família, desde aquele dia...


Soube que, logo depois, veio também, por acidente o Luiz (11), e, ainda, em janeiro, o Carlos Humberto... (12}

Posso avaliar a extensão de tantas dores e como deve estar dilacerado o coração da vovó (13), cansada de trabalhos e provações.

Deus, no entanto, proverá e, lentamente, os quadros da serão regularizados, trazendo à normalidade todas as coisas.

Seja a portadora do meu carinho aos familiares, e peço, à tia Norma, sempre abnegada e lúcida, o esteio emocional da família, que prossiga a fiel intermediária das forças do Bem, a todos dispensando ânimo e confiança em Deus.

O vovô (14) aqui está comigo, assim como o Luiz.

Quanto ao Carlos, tenho notícias de que está amparado, embora eu ainda não o haja encontrado.

Não parece importante a forma pela qual ele veio para o nosso mundo de origem.

Peço à família que se acalme e aguarde resposta do Céu, que nunca falta.

Agora é necessário que a oração nos preencha os espaços da mente, a fim do que todos nos renovemos e nos preparemos para o reencontro futuro, que nos reunirá sem adeus nem ansiedade...

Você é jovem, esposa querida, e superará este transe, conforme já vem ocorrendo.

Os Bons Espíritos lhe concederão a ajuda para crescer e amparar, educando nosso filhinho que está a caminho.

Eu peço a Deus que o abençoe e o faça um serafim de amor junto a você e aos nossos familiares, o rapazinho que irá proteger a nossa Juliana.

No mais, ame e trabalhe pelo bem.

Quando sofremos, compreendemos melhor o que significa a dor.

O quanto são úteis as palavras amigas e os gestos de bondade dirigidos àqueles que estão crucificados.

Agradeço à tia Norma por tudo, e por havê-la trazido aqui, nesta noite.

Beijando a família amada, a todos da nossa casa, à Juliana, ao Benites(15), muito comovido, rogo a Deus que a proteja e ampare sempre.


O esposo dedicado e saudoso, porém, confiante e sempre carinhoso, João Edson João Edson dos Santos

IDENTIFICAÇÕES


(1) - Lucilene - Lucilene Aparecida Comaccio Santos - Esposa.

(2) - Sábado, dia 7 de dezembro do ano passado - Data confirmada.

(3) - Tia Joaquina - Joaquina das Dores Marques Arantes, tia materna desencarnada no dia 07. 12. 74.

(4) - Fazia 11 anos.

Correto, conforme anotado acima.

(5) - Tia Norma - Dra. Norma Marques Benites, tia materna, que levou Lucilene ao Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas Gerais, visando notícias de João Edson.

(6) - Casa Espírita - Centro Espírita "JOANNA DE ÂNGELIS", com sede em Uberlândia, Minas Gerais, onDona Lucilene frequenta, juntamente com os tios Benites e Norma e que João Edson, embora não sendo espírita, facilitava-lhe a frequência às reuniões semanais, dando-lhe apoio na participação de atendimento às crianças carentes ali assistidas.

(7) - Juliana - Juliana, garota menor, recebida carinhosamente, como filha, pelos dois, que embora consorciados há quase quatro anos não tinham filhos.

(8) - Já grávida e nenhum de nós sabia naquele dia da viagem para cá - Lucilene encontrava-se grávida, de três meses, sendo que o casai não sabia de seu estado de gravidez, o que foi constatado depois da desencarnação de João Edson.

Aliás, esta gravidez era carinhosamente esperada por ambos.

(9) - O dileto filhinho - Nasceu, realmente, um filho varão.

(10) - Alfredo Júlio - Alfredo Júlio Fernandes, líder espírita, desencarnado em Uberlândia, Minas Gerais, em julho de 1937, sendo um dos responsáveis pelo Movimento Espírita de Uberlândia nas décadas de 20 e 30.

É de se observar que o acidente que ocasionou a desencarnação de João Edson se deu na travessia da Rua Alfredo Júlio Fernandes, cuja denominação foi dada em sua homenagem.

(11) - Luiz - Luiz Paes Leme Júnior, primo, em segundo grau, desencarnado, por acidente, em 18. 12. 85, nas proximidades de Centralina, Minas; Gerais.

(12) - Carlos Humberto - Carlos Humberto Parreira, primo, em primeiro grau, desencarnado em 27. 01. 86, na cidade de Goiatuba, GO.

(13) - Vovó - Arquidame Marques Parreira, avó materna, com 73 anos de idade e que, por ocasião do falecimento de João Edson, encontrava-se hospedada na casa dos pais dele, sendo, diariamente, acarinhada pelo neto.

(14) - Vovô - Aurelino Marques Pereira, avô materno, desencarnado em 15. 08. 67, em Uberlândia, Minas Gerais. (15) - Benites - Dr. Ulysses Soares Benites, tio por afinidade, que se encontrava presente à reunião do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas Gerais.

NOTA EXPLICATIVA - Dona Maria da Glória dos Santos, também, no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas Gerais, em contato com o médium espírita DIVALDO PEREIRA FRANCO recebeu outras informações de ordem pessoal, vindas do filho querido, para si e, para serem transmitidas ao seu marido João Eterno dos Santos, e, que por se tratar de assuntos estritamente familiares não foram mencionados na mensagem, trazendo, aos mesmos, que não são espíritas, a veracidade do intercâmbio espiritual e a certeza de que João Edson vive em outra dimensão, no chamado "Mundo Espiritual".



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