Desperte e Seja Feliz

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CAPÍTULO 11

VIDA SOCIAL

Entre as conquistas preciosas do processo de evolução do ser, que abandona o primarismo e alcança os patamares da razão, destacam-se a vida social, o relacionamento com as demais criaturas, que o capacitam ao desenvolvimento das aptidões que lhe estão adormecidas.

Enquanto o indivíduo se insula ou evita o convívio com as demais pessoas, permanece sob o açodar das paixões primevas, nas quais predomina o egoísmo, responsável por inúmeros distúrbios do comportamento psicológico.

No relacionamento social, mesmo nas faixas da agressividade, o imperativo de crescimento espiritual faz-se inevitável, por propiciar o esforço de libertação pessoal junto à necessidade de desenvolver a tolerância, a compreensão e a bondade, colocadas à prova no intercâmbio das ideias e na convivência interpessoal.

A solidão propicia a visão desfocada da realidade, ao tempo que embrutece, alienando o homem que perde o contato com os valores sociais, nos quais se expressam as leis do progresso moral.

A convivência social trabalha os sentimentos humanos, estimulando as aptidões para a Arte, a Cultura, a ação tecnológica, a Ciência e a Religião.

À medida que o ser se auto descobre, mais percebe a necessidade dos relacionamentos sociais, seja para buscar e intercambiar experiências, seja para contribuir em favor do desenvolvimento do grupo no qual se encontra.

Mesmo entre os animais, o instinto gregário funciona levando-os ao grupo.

Graças a essa união, os mais fortes defendem, protegem os mais fracos, perpetuando as espécies.

A união no conjunto social se converte em campo especial de educação, em razão da força que o mesmo exerce sobre o indivíduo, passando a criar-lhe hábitos, comportamentos e atitudes.

Quando mais elevado, o ser se utiliza do meio social para nele imprimir as conquistas que o caracterizam, impulsionando os seus membros ao progresso e à plenificação.

Nessa fase, pode afastar-se da sociedade tradicional, para amparar e atender necessidades, aflições e desequilíbrios naqueles nos quais a dor se aloja, sendo rejeitados ou isolados por medidas providenciais que objetivam defender os sadios.

Entre esses, incluem-se os doentes das enfermidades degenerativas, físicas e mentais, os presidiários, os que se demoram nos patamares do primitivismo cultural e moral.

Verdadeiros missionários do amor e da caridade transferem-se da sociedade acomodada, da civilização, para serem educadores, companheiros da sua solidão, médicos, enfermeiros e benfeitores que se constituem instrumentos do Bem, contribuindo para a felicidade de quantos tombaram na desdita ou se encontram nas experiências iniciais do progresso humano.

Ali organizam a sua vida social, tornando-se plenos, edificadores da verdadeira fraternidade, que é o primeiro passo para a vivência em uma sociedade justa, portanto, feliz.

Jesus, na Sua condição de Espírito Excelso, jamais se insulou evitando a vida social.

Conforme a circunstância e a ocasião, manteve o relacionamento social com aqueles que se Lhe acercaram ou a quem buscava, desvelando a grandiosa missão do ser inteligente na Terra, emulando ao estado de pureza, de elevação e demonstrando a brevidade do corpo físico, a transitoriedade do mundo orgânico diante da vida espiritual, perene, de onde se vem e para a qual se retorna.

A vida social, portanto, está ínsita no processo de evolução das criaturas, encarnadas ou não, já que ninguém consegue a realização espiritual seguindo a sós.

Inegavelmente, as dores se avolumam na Terra, ameaçadoras.

As guerras não silenciam os seus canhões, nem diminuem a crueldade das suas batalhas.

Repetem-se os genocídios, que pareciam extintos, e os dramas individuais, como coletivos, aparvalham mesmo as pessoas que se consideram frias e indiferentes.

Sucede que o sofrimento a todos alcança sem exceção, convidando ao burilamento e à vitória sobre as imperfeições morais.

Tudo isso, porém, foi amorosamente anunciado por Jesus, que não ignorava o primitivismo da criatura humana, nela predominando por largo período...

Agora cumpre, ao se confirmarem as Suas profecias, seja encetada uma revisão de conceitos morais e de comportamentos, que modifiquem as estruturas carcomidas do passado e reconstruam o indivíduo e a sociedade.

Nesse cometimento, o esforço pessoal é indispensável, auxiliado pelo combustível da oração, que eleva o ser e vincula-o a Deus, de Quem procede todo Bem.



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