Luz Imperecível

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CAPÍTULO 126

CASA DE ORAÇÃO

Mc 11:17


E os ensinava, dizendo: Não está escrito - A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões.

E OS ENSINAVA, DIZENDO: NÃO ESTÁ ESCRITO - Não há redundância na expressão. Jesus ensinava com a palavra e o exemplo. E, em razão do que e de como dizia, era sempre digno de atenção. O Mestre se reportava a texto de Isaías, no Velho Testamento (Is 56:7) , dando uma prova de que Ele não veio cancelar a Lei e os profetas, mas dar-lhes cumprimento.

Sempre que Jesus faz referência ao que já fora mencionado no Velho Testamento, vimo-nos diante de registros que penetram no âmago das raízes, com temas já trabalhados.

O registro do Evangelho apresenta sublimadas ressonâncias nos campos da libertação, por estar ajustado em linha sequencial com a revelação de Moisés que, a partir de então se transfere da letra para o terreno operacional em decorrência da exemplificação vivida por Jesus.

Fazendo-nos refletir acerca daquilo já anteriormente veiculado, o Mestre, com Sua Sabedoria, trabalha nossa capacidade de dedução na projeção e erguimento da fé raciocinada.

A MINHA CASA - Na qualidade de seres criados por Deus, à sua imagem, toda a nossa estruturação é, na realidade, pertencente ao Pai. A i dentificação desta verdade se constitui na chave que torna possível a ligação consciente da criatura ao Criador, que passa a compreender que a sua felicidade está em reconhecer que, cada qual traz a Divindade no próprio coração, como o fez Paulo que afirmava: "E vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim;" (Gal. 2 e
20) . q ualquer que seja a expressão religiosa de um templo, tendo em vista a finalidade e o progresso do grupo que ali se congrega e, em face de suas bases de Amor, essa casa é, inquestionavelmente, uma Casa do Pai, porque o Bem aí é sempre o objetivo maior.

SERÁ CHAMADA - Futuro, pois, dependendo do grau da aprendizagem, iremos, aos poucos, nos conscientizando dessa condição do templo que, antes de ser um aglomerado de pedras e tijolos, ferro e cimento, é uma soma de caracteres, principalmente, de ordem psíquica. Deve, portanto, expressar a disposição pessoal de cada um, conduzindo os elementos que ali se reúnem, a um maior fortalecimento e melhor disposição, para o alcance dos objetivos que colima. Acima de tudo, o templo exterior é sempre o reflexo das tendências e propósitos interiores daqueles que nele se congregam.

POR TODAS AS NAÇÕES - Sem acepção de pessoas, sem preferências.

Enquanto não temos condições de nos reunir sob a proteção da Grande religião, saibamos, pelo menos, respeitar as que existem, como frutos de estágios evolutivos das criaturas.

Na medida em que se desenvolvem as possibilidades de assimilação, abrem-se as válvulas de realização, a nível prático, dos postulados de Jesus em Espirito e Verdade.

Permanecerão, ainda, em planos diversificados grupos e seitas, religiões e filosofias à atenderem as necessidades relativas dos seres, em todos os quadrantes do planeta.

Somente o progresso lento e gradativo, direcionado pelos Planos Superiores, poderá, no grande futuro, proporcionar a que todas as nações, erguidas a partir de cada individualidade, compreendam a grandiosidade do Espírito e suas expressões como um território psíquico, morada do próprio Criador. A cada um, no piso em que se posicione, estará afeto zelar e cuidar, a fim de que possa, no momento adequado, refletir em toda a sua magnitude, a onda inestancável do Amor, cujo fulcro reside nos escaninhos da própria Divindade.

CASA DE ORAÇÃO? - Ou Templo. Orar é conversar com Deus, com o Cristo, com os Guias Espirituais, de acordo com o endereço de nossas preces. Há oração por palavras e por atos. Oramos para pedir, agradecer, glorificar e interceder.

Casa de Oração dá a entender um local de ligação criatura/Criador.

Assim sendo, devemos fazer do espírito a verdadeira Casa de Oração de que nos fala Jesus; nele cultivando as sementes da fá viva a manifestar-se em pensamentos, palavras e atos renovadores.

Não são poucos aqueles que ainda cultivam conflitos na prática da oração. Jesus a veiculou, sublimando-a no trabalho.

Com o advento do Consolador, temos podido compreender sua grandiosidade e o lastro que canaliza em forma de segurança, de esperança e de confiança para quantos a dinamizam com fé.

Para todos, indistintamente, mais ou menos crédulos, a oração é sempre aquele movimento dos recursos mais positivos do ser, posicionando a alma e projetando providências capazes de, na harmonização do campo mental, recolher das fontes inesgotáveis da Bondade de Deus os valores que aspira na busca de seus mais caros ideais.

Na medida em que se cresce em entendimento, ampliam-se os impositivos do discernimento, levando a mente em prece a refletir, não apenas, no valor a receber mas, principalmente, nas possibilidades de transferir tais recursos, aos que participam de seu contexto de aprendizagem.

MAS VÓS A TENDES FEITO COVIL DE LADRÕES. - Pelo desvirtuamento das coisas santas. Isso pelo mau uso do livre-arbítrio. Mas vós a tendes feito indica uma ação que vem continuando, fora do curso normal, em detrimento da sua real finalidade. Com o comércio ou qualquer outro tipo de interesse que não seja de natureza estritamente espiritual, estamos colocando a criatura na dependência de coisas exteriores, retardando o desabrochar do que nela há de divino. Estamos roubando essa oportunidade, essa experiência valiosa. E a pessoa se deixa, sob o suave magnetismo da credulidade, roubar, porque é dada à inércia, à facilidade.

Em detrimento da imperiosa renovação do espírito, que exige sacrifício, ainda nos rendemos a atitudes e práticas de caráter transitório, já que estas são as manifestações mais cômodas de religiosidade.

Covil é ninho, abrigo de animais, por exemplo, de raposas. Quem faz comércio dentro de um templo está alheio às finalidades a que ele se destina, dando expansão às tendências primitivistas.

Desta maneira, podemos entender também que Jesus, a par de nossas tendências menos dignas, alerta para que o nosso espírito não se transforme num antro perigoso, habitado por propósitos de ordem imediatista. Estes elementos sutis que abrigamos milenarmente em nossa casa são efetivamente os ladrões sempre prontos a furtarem o nosso bem-estar principalmente, em decorrência dos prejuízos que venhamos, pelos assaltos da invigilância, a impor aos semelhantes.



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Marcos 11:17

E os ensinava dizendo: Não está escrito ? A minha casa será chamada por todas as nações casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões.

mc 11:17
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Isaías 56:7

Também os levarei ao meu santo monte, e os festejarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.

is 56:7
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