Jo 3:4

Disse-lhes Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?

DISSE-LHE NICODEMOS: - O diálogo de Nicodemos com Jesus registra naturalidade e espontaneidade. Ficando evidenciada a importância da autenticidade e da confiança que devemos manter relativamente àqueles que nos socorrem. Será este também, o clima ideal que reciprocamente nos cabe oferecer a todos que, pelos canais das circunstâncias, possam de nós se aproximar em busca de auxílio e cooperação.

COMO PODE UM HOMEM NASCER, SENDO VELHO? - A indagação formulada por aquele doutor da Lei é a manifestação notória de uma mente condicionada aos argumentos transitórios de feição material. Apesar disso, é por tais registros que evidenciamos o direito de argumentar e de definir a própria personalidade. Os novos valores que hoje nos visitam, em nome do Cristo, são em alguns momentos, de tamanha ressonância que nos vemos convocados a apelar para o concreto.

A partir daí, identificamos, quase sempre, a total insubsistência dos conceitos que até então nutríamos. Se de um lado evidenciamos fragilidade de conhecimento; de outro, abrimos as comportas de assimilação das verdades que sanearão de vez o terreno da própria ignorância.

PORVENTURA PODE TORNAR A ENTRAR NO VENTRE DE SUA MÃE, E NASCER? - Falando desta forma, Nicodemos inquiria e concluía de modo objetivo, a impropriedade de o espírito retornar, com seu antigo equipamento carnal ao ventre de sua mãe. Apesar disto, o argumento oferecia ao interlocutor de Jesus possibilidades de compreender, por prismas mais claros e evidentes, como seria o nascer de novo. É óbvio que se tal fato, a reencarnação, apresentasse foro de verdade, ocorreria de modo diferente.

Embora nós, os Nicodemos da atualidade, já podermos compreender, pelos registros seguros da Doutrina Espírita, e em detalhes, todos os passos que implicam o retorno à vida física, o doutor da Lei, àquela época levou consigo, quanto ao aspecto mecânico da reencarnação, apenas os informes básicos para suas profundas reflexões.

Ainda hoje, vários séculos após este colóquio, a praticidade e relatividade com que tentamos operar com os valores transcendentais do Espírito, tem nos permitido argumentar mas, nem sempre, visualizar, com profundidade, o porque e o como de muitos fenômenos da vida em seu caráter de eternidade. O progresso e o tempo, cuidarão de nos guindar aos degraus superiores do entendimento e da compreensão.

No entanto, sejam quais forem os argumentos, a Misericórdia estará sempre em ação, distribuindo em nome da bondade do Pai, não apenas sustentação mas, também, preciosas revelações, consoante a afirmativa de Jesus: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (JO 8:32) .