Luz Imperecível

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CAPÍTULO 84

ESCÂNDALO

Mt 18:6


Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha e se submergisse na profundeza do mar.

MAS QUALQUER QUE ESCANDALIZAR. - Por escândalo entende-se: mau procedimento; mau exemplo; ato reprovável. No entanto, há também o escândalo com conotação positiva. Jesus, afirmando: Amai os vossos inimigos, escandalizou, pois propunha um procedimento diferente do habitual. Em qualquer dos casos, ai do homem que escandalizar. Se negativamente, há o grito da consciência comprometida e se impõe o resgate; se positivamente - como Jesus - vem a perseguição oriunda da falta de entendimento por parte daqueles que, condicionados a antigos conceitos, relutam em adotar qualquer nova ideia proposta. Jesus aqui não faz distinção de pessoa; refere-se a qualquer que compreenda o ensinamento.

Mateus focaliza o lado negativo do escândalo, como pedra de tropeço. Devemos considerar que encarnados e desencarnados, que nos observam, procuram copiar as nossas atitudes, palavras, gestos e ações, daí a responsabilidade que se eleva à medida que a criatura cresce em evidência no ambiente em que se situa.

UM DESTES PEQUENINOS, - O registro do Evangelho não se restringe à criança, mas se estende a todo espirito que se predispõe a abrir-se ao aprendizado, entregando-se, com simplicidade e confiança ao empenho de crescimento espiritual. Tudo é relativo. Há criaturas, umas perante outras, mais ou menos evoluídas.

O diminutivo dá a entender humildade, simplicidade.

O pequenino é também aquele que, em nossa volta, luta pelo direito de ser feliz, esperando, dentro de seu grau de conhecimento e entendimento, uma cota de colaboração, de encaminhamento, de incentivo em seu empenho de renovação e de ação no Bem.

Assim, sejam quais sejam, os aspectos que cultivam, podem merecer a ajuda de cada um de nós, desde que a consciência aprove ser lícito o auxílio que favoreça o seu crescimento ou busca de afirmação nos campos do progresso. Neste contexto emerge a vigilância, para que não venhamos em meio ao entusiasmo, partir para ações constrangedoras, os escândalos a que se refere a mensagem cristã.

QUE CREEM EM MIM, - Uma vez que cremos no Pai, todo o trabalho deve ser no sentido de crermos igualmente em Jesus.

Podemos avaliar o compromisso que assumimos ao desviar, pela conduta reprovável alguém que, depositando fé no Mestre, se dispõe ao crescimento em alicerces firmes, na eleição de uma nova vida para Deus.

MELHOR LHE FORA QUE SE LHE PENDURASSE AO PESCOÇO UMA MÓ DE AZENHA - A sabedoria de Jesus nos fala de mó de azenha que é conhecida como mó que um asno faz girar (E. S. E. - Capítulo VIII, item
11) ; m ó de atafona (Bíblia - Figueiredo) ; uma grande pedra de moinho (Bíblia, conforme originais hebraico e grego) . Trata-se de instrumento composto de dois discos de pedra, encaixados um sobre o outro, que serve para reduzir o grão a pó. Considerado utensílio tão indispensável que era proibido recebê-lo em penhor. O trabalho da mó era tido por trabalho de escravo. Pequenas mós eram usadas por mulheres.

A pedra de moinho atada ao pescoço no ponto de interação cérebro/coração sugere providência acauteladora que cada criatura pode avocar, adotando no anonimato ou na discrição, a luta reeducativa, sem os perigos que a projeção pessoal pode acarretar. Tal fato a se expressar em experiências reencarnatórias, quando recebido com humildade, constituis e no instrumento de burilamento dos valores do espírito, que poderão raiar um dia nas atuantes manifestações de Amor em favor dos irmãos de luta.

E SE SUBMERGISSE NA PROFUNDEZA DO MAR. - Obviamente Jesus não nos induz à ideia do suicídio, uma das maiores faltas que o homem chega a cometer, a ponto de ser considerado um marginal no plano espiritual.

Para chamar a atenção para a responsabilidade do escândalo, Jesus se vale de uma imagem forte do homem que se lança ao mar com uma pedra ao pescoço.

Tal figura didática mostra a responsabilidade do espírito consciente que, ao invés de se pôr suscetível de escandalizar, prefere - visando ao bem e à segurança do seu espírito - as lutas mais difíceis no mar da existência física, das reencarnações dolorosas e dificultosas, sempre com vistas ao seu reequilíbrio.



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Mateus 18:6

Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.

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