O Despertar do Espírito

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CAPÍTULO 7

EXPERIÊNCIAS TRANSPESSOAIS

A energia curativa natural que existe em cada um de nós é o principal fator de recuperação.

Hipócrates O ser humano é, na sua essência, eminentemente transpessoal.

Realidade extrafísica, habita o campo da energia, na condição de princípio inteligente do Universo, onde se origina pela vontade da Causa Primeira de todas as coisas, que transcende à capacidade atual de entendimento conforme o grau de percepção que caracteriza a ciência contemporânea.

Chispa divina em forma de psiquismo inicial, possui todas as potencialidades imagináveis, que o tempo e as experiências fazem desabrochar através de sucessivas existências na forma orgânica desde as mais simples, nas quais exterioriza sensibilidade, sistema nervoso embrionário, para adquirir instintos, inteligência e razão, seguindo no rumo da auto-superação, quando a vitória sobre o ego facultar-lhe atingir a aspiração angélica.

Semelhante à semente que preserva todas as características da futura forma com o seu potencial de manifestações: germinação e plântula, caule, folhagem, ramos, flores e frutos, apenas surjam oportunidades propiciatórias ao seu desenvolvimento, tem a destinação indesviável de auto-realizar-se.

Essa conquista, porém, somente ocorre através da inteligência, que lhe é o atributo mais elevado, assim conseguindo a plenitude, o reino dos céus, a superação do sofrimento e do mal que nele reside, isto é, da ignorância do fatalismo do bem, experiênciando inúmeros fenômenos psíquicos, psicológicos, orgânicos que procedem das suas opções.

A princípio, submetido ao automatismo da evolução nas formas primárias pelas quais transita em inconsciência, dormem os valores que lhe são próprios, a fim de lentamente despertar para a consciência do Si, quando o discernimento se encarrega de propiciar-lhe direcionamento aos passos, atraído pelo Deotropismo para o qual ascende.

Seu imemorial trânsito pelos mecanismos inconscientes das jornadas nas faixas iniciais do desenvolvimento, nele insculpe forças poderosas que o conduzem e impulsionam a agir sem lucidez, mantendo-o mergulhado na sombra do atavismo primário, que a luz da razão conseguirá libertar a duras penas.

Atraído pela felicidade, de que somente possui lampejos nas expressões menos lúcidas, rompe a couraça na qual se encontra aprisionado, descobrindo os horizontes infinitos de beleza, que o fascinam e contribuem para que se desalgeme da caverna onde se acolhe.

As suas aspirações iniciais são tíbias, as paisagens mentais são povoadas de sonhos e impulsos que dão oriO Despertar do Espirito gem aos futuros mitos que terá de digerir e superar, a fim de tornar-se o Self dominante, ao invés de ego dominador.

Nesse período surgem os conceitos a respeito das expressões duais: o bem e o mal, a luz e a sombra, Ormudz e Arimã (do Mazdeísmo), o anjo e o demonio (da Biblia), os conceitos corretos sobre a saúde e a enfermidade, que exercerão preponderância em seu comportamento, encarregado de proporcionar-lhe alegria ou tristeza, ventura ou desar conforme se aplique essa faculdade de discernimento para a ação.

Nos refolhos desse psiquismo se estruturam os delicados e sutis instrumentos responsáveis pelos fenômenos psicológicos de vital importância para a sua auto-realização.

Partindo do Ser psíquico, todas as forças que se transformam em aspirações condensam-se no campo das sutilezas emocionais, estabelecendo padrões de conduta, para se consubstanciarem nos fenômenos das formas.

É através dessas necessidades básicas para a subsistência - nutrição, repouso e reprodução - que surgirão em pródromos desde a fase vegetal, quando desponta o sistema nervoso embrionário, que faculta a absorção clorofiliana para, em seguida, no animal, adquirir o instinto de conservação da vida, sempre avançando no rumo da fatalidade a que está destinado: a plenitude!

Transitando-se por centenas de milhares de anos em automatismos inconscientes, esse psiquismo pareceria disposto a permanecer nesses impulsos, quando inesperadamente nele surgem as primeiras expressões de inteligência que o conscientizam dos novos recursos que se lhe encontram à disposição para o autocrescimento.

E compreensível, portanto, que o inconsciente continue predominando no ser até quando seja ultrapassado pela consciência, cuja culminância será no após a aquisição da autoconsciência.

Esses instintos básicos permanecerão entretanto conduzindo o ser, impondo-se e gerando mecanismos de sobrevivência, que a consciência lúcida - consciência desperta - irá encarregar-se de transformar por necessidades éticas, estéticas, de saúde, de bem-estar.


Doenças psicossomáticas

Somos o que pensamos.

Tudo o que somos vem dos nossos pensamentos.

Com nossos pensamentos fazemos o mundo.

Buda À medida que se vão firmando no ser os valores da predominância psíquica sobre os automatismos físicos, as heranças daqueles, como é natural, permanecem adormecidas no inconsciente, do qual emergem com frequência, direcionando o comportamento, orientando as decisões, fixando mais ainda os hábitos ancestrais de que se desejaria libertar.

Essa resistência psicológica às experiências novas responde por diversos conflitos que obstam o crescimento interior e o amadurecimento emocional, impondo condutas que não são compatíveis com o período da razão, correspondendo às experiências anteriores.

Insegurança, complexos de inferioridade como de superioridade, narcisismo, alcançam o ser racional como atavismos da fase em que a força dirimia as situações de litígio impondo a dominação.

Foi, não obstante, a razão, que venceu os animais de maior porte, portanto, aqueles que dominavam o Orbe terrestre e, diante dos quais, o ser humano apresentava-se frágil, destituído de possibilidades de sobrevivência e de recursos para conseguir qualquer vitória nas lutas desiguais.

A astúcia animal, que também nele se expressa em forma de instinto de conservação da vida, foi superada pela inteligência, que logo sobressaiu, equipando-o de instrumentos hábeis para aplicação das energias e conquistas que o tornaram superior na escala zoológica, facultandolhe o triunfo sobre as vicissitudes ambientais e evolutivas.

Permanecem ainda, sem dúvida, essas heranças que, de alguma forma, o atam ao pretérito do qual procede, tornando-o, não poucas vezes, seu dependente.

Assim, o ser humano reage ante tudo aquilo que o desagrada ou confunde, aflige ou perturba, deixando que se exteriorizem as energias primárias momentaneamente contidas pela educação, pela timidez e interesses imediatistas, quando deveria agir com discernimento, sem agressividade nem desejo de predomínio.

Mediante as sucessivas reencarnações são transferidas as experiências de uma para outra etapa, fixando-se no perispírito ou corpo intermediário, que por automatismo propelem aos transtornos, quando são afugentes, ou à paz, ao equilíbrio para decidir, se portadoras de aprendizagens superiores.

Nesse abismo de impressões que a consciência não consegue facilmente assimilar, os conflitos preponderam mesclando-se com as aspirações não amadurecidas, que se refletem no corpo somático, veículo mais denso das energias espirituais, que o elaboram conforme as necessidades impressas nesse modelo organizador biológico.

O binômio saúde-doença naturalmente se deriva das ações anteriores praticadas pelo Espírito, sempre herdeiro de si mesmo no processo de aquisição de novas experiências transpessoais e libertadoras.

Não há como dissociar-se o Si profundo do corpo físico, tendo-se em vista que é o gerador das moléculas constitutivas das células, que são organizadas dentro dos modelos de que necessita para o autocrescimento.

Porque as suas conquistas permanecem na área do instinto, predominam o ressentimento, o desconforto moral, a insegurança - que se expressa em forma de medo, ciúme, agressividade - a angústia, a cólera, a impetuosidade irrefreada, os desejos sensuais descontrolados, que estimulam a produção de toxinas que terminam por produzir distúrbios orgânicos de largo porte.

A mente é geradora de energias compatíveis com o tipo de aspiração que acalenta, movimentando-as através da corrente sanguínea que vitaliza e mantém o corpo físico.

Nesse mesmo conduto as micropartículas constitutivas do perispírito conduzem as vibrações que irão produzir nas células reações correspondentes ao tipo de onda mental que seja distribuída pelo organismo e procedente do Espírito.

O fluxo constante, portanto, de pensamentos e aspirações carregados de energia saudável ou enfermiça, irá contribuir poderosamente para a estabilidade ou desajuste das estruturas celulares, abrindo espaço para a instalação e conservação da saúde ou para o surgimento e proliferação de infecções, de disfunções variadas, de alterações do metabolismo, de mal ou bem-estar.

As enfermidades psicossomáticas são geradas na consciência espiritual - a sede mental do ser eterno - geradora dos recursos indispensáveis ao crescimento emocional e intelectual, ao desenvolvimento dos tesouros ético-morais, onde está escrita a Lei de Deus.

A vigilância contínua em torno dos pensamentos que são elaborados e das aspirações acalentadas é de alta significação para uma existência física harmônica.

Quando isso não ocorre, os transtornos surgem e se instalam sob anuência do primarismo psicológico do ser, que prefere manter-se em circuito de infelicidade - provocando compaixão, quando poderia inspirar amor -, de revolta insensata - pelas frustrações de que se faz instrumento -, de ciúme e raiva - pela insegurança em relação a si mesmo -, de agressividade - por encontrar-se indisposto interiormente, avassalado pela culpa, que não deseja assumir -, pelo primarismo emocional - que transfere a responsabilidade de todo mal para os outros...

A incidência e reincidência dessa conduta nos tecidos sutis do pensamento influenciam a produção de enzimas e de toxinas cerebrais que o irão enfermar, gerando alergias, disfunções hepáticas e gastrointestinais, arritmia cardíaca, entre outras, descompensando o complexo físico.

O oposto também ocorre, quando determinadas patologias orgânicas afetam o comportamento psicológico, dando origem a desvios da personalidade, a transtornos emocionais, e mesmo a distúrbios psiquiátricos...

O Bem, que equivale ao correto, ao edificante, ao nobre e elevado, estimula os campos energéticos do Espírito, que se robustece e exterioriza essa força aglutinadora de moléculas através do perispírito, pelos sistemas nervoso central e endocrínico, sustentando os componentes do imunológico, que se transformam em respostas de saúde e de paz.

No sentido inverso, quando o Mal, que corresponde às expressões de ira e revolta, de pessimismo e de mágoa, de violência e equivalentes, se impõe, os choques emocionais produzem descargas de adrenalina e outras substâncias que alteram a circulação do sangue, sobrecarregam os tecidos sutis do perispírito, agredindo as matrizes responsáveis pela renovação celular, assim instalando enfermidades ou desenvolvendo as que já se encontram em embrião.

A mudança de campo vibratório no sistema imunológico perturba a consciência individual das células, que perdem a energia de sustentação, tornando-as fáceis vítimas das infecções de variada natureza.

Ao equilíbrio psicofísico se contrapõe o de natureza fisiopsíquico, de forma que em ambas as esferas de manifestação deve predominar a harmonia, que somente é possível quando se cultivam ideias propiciadoras de esperança, de conforto moral e de satisfação pela existência humana.

Qualquer terapia que objetive a recuperação psicossomática há de fundamentar-se na alegria de viver, na busca da autoconsciência, no esforço para ajustar-se aos dispositivos existenciais, sem querelas ambiciosas e desnecessárias, nem anseios voluptuosos de prazeres que logo se consomem.

A medida da saúde psicológica do ser humano encontra-se na morigeração da sua conduta, efeito natural do seu comportamento mental/ideológico.

Conforme pensa, vive, estruturando, momento a momento, o que se tornará de acordo com o direcionamento mental.

Assim pensando, cientistas modernos, da área avançada da Física Quântica, entenderam por concluir que a antiga dualidade Espírito-matéria deveria ser sintetizada na unidade, a que denominaram como Somas significação, através de cuja integração os correspondentes mentais se instalariam no corpo e as condutas orgânicas se refletiriam no psiquismo, no ser psicológico.

Embora a tese se apresente lógica e bem fundamentada, faltou-lhes, naturalmente, a compreensão do élan perispiritual, que é o conduto vibratório para o trânsito e transformação de uma em outra energia, de um noutro componente.

Definindo o campo límbico-hipotalâmico como sede de união entre o corpo e o Espírito, face ao expressivo volume de peptídeos, que nessa área seria específica para os mesmos, embora se encontrem em outros setores do organismo, particularmente no estômago e no intestino, no cérebro, conforme definido, estariam os circuitos de ligação entre os dois pólos: o material e o espiritual.

De alguma forma, e quase exatamente, concluíram com acerto, tendo-se em vista a localização do centro coronário, que é a área da inspiração divina, do Self, o incomparável campo de recursos inexauríveis a conquistar que é o superconsciente.

Tenha-se em mente a valiosíssima contribuição da hodierna proposta sintetizada em favor da saúde, no conceito da psiconeuro-endócrino-imunologia, que sugere a sintetização dos três sistemas - nervoso central, endócrino e imunológico - em apenas um, que é básico e indivisível.

Trata-se, sem dúvida, de um retorno sábio à realidade do ser espiritual de onde procedem todos os conteúdos que lhe constituem o corpo e suas delicadas engrenagens.

Mediante a visão de um ser humano unitário, porém constituído de elementos que se completam, o ser psicológico torna mais factível uma existência feliz, gerando uma organização física saudável, como decorrência de um psiquismo bem orientado, por proceder do Espírito e não dos fenômenos eletroquímicos do fatalismo biológico, muito do agrado do materialismo mecanicista.

A criatura humana tridimensional - Espírito, perispírito e matéria - atende confortavelmente às necessidades do processo da evolução, contribuindo decisivamente para o equacionamento de inúmeros problemas decorrentes da visão unicista, reducionista do ser, da preponderância da libido na sua conduta, dos fatores hereditários e mesológicos, educacionais e comportamentais do cotidiano.

O Espírito, pois e consequentemente, é o autor de todas as ocorrências no que diz respeito aos intrincados processos mantenedores da vida orgânica nos seus variados departamentos, mantendo vida dentro e fora do cérebro, submetido, quando encarnado, e livre, quando deslindado dos fluidos mais densos da matéria.

Superando as exíguas limitações do organismo, os fenômenos da telepatia, da clarividência, da pré e da retrocognição, da psicofonia, da psicografia e outros tantos contribuem, na área das experiências transpessoais, para diluir as fronteiras mais escuras e densas que separam os campos espirituais do físico, facultando o trânsito entre as duas esferas da vida, de forma a proporcionar saúde integral, na razão direta em que os vícios são superados, os instintos primários são transformados em experiências emocionais e os condicionamentos ancestrais cedem passo a novas conquistas espirituais.

Neste capítulo, não podem ser olvidadas as enfermidades psicossomáticas, de procedência extrafísica, resultado do conúbio pernicioso das mentes desencarnadas com os indivíduos físicos, que se lhes vinculam por vigorosos laços de condutas infelizes pregressas, associados em crimes e torpezas que os tornaram adversários não pacificados.

Campeiam, desse modo, os conúbios obsessivos, devastadores, através dos quais, a incidência prolongada da irradiação mental do perseguidor ou parasita psíquico sobre sua vítima, sobrecarrega os canais responsáveis pela O Despertar do Espirito condução das ondas do pensamento e espraiam pelo campo perispiritual das suas vítimas a vibração deletéria, que se torna assimilada, transformando-se em morbo devastador.

Uma psicossíntese cuidadosa, utilizando-se da visualização da personagem agressiva e envolvendo-a em clima de amor e de paz, de cordialidade e entendimento, faz que se afrouxem os plugs que se fixam às tomadas da consciência de culpa nas zonas perispirituais, proporcionando bem-estar, recuperação.

De outra forma, a técnica da visualização pessoal ante o distúrbio psicossomático convencional, propiciando ao paciente projetar-se a um futuro saudável, enriquecido de equilíbrio, através da fixação de ideias salutares, da alteração de conduta viciosa, terminará por auxiliá-lo na recuperação da saúde e da paz.

A irradiação psíquica de energia equilibrada, que vibre em consonância com as necessidades dos sensores nervosos, conduzirá vibrações harmônicas que manterão a interação mente-corpo em perfeita ordem.

Como decorrência dessa conduta, haverá um fluxo de alegria em forma de corrente vibratória que percorrerá o corpo em todas as direções, alcançando os setores mais delicados da organização física, assim como os tecidos sutis do equipamento perispiritual, que insculpirão na forma física os conteúdos absorvidos.

O oposto, mesmo que inconsciente, é fenômeno habitual na conduta dos pacientes em desequilíbrio, gerando perturbações psicossomáticas graças às ideações perniciosas pela sua qualidade inferior, detendo-se no primarismo das paixões agressivas, alterando o comportamento e a comunicação dos sentimentos e fixação dos pensamentos mórbidos.

A existência física é estruturada para facultar o desenvolvimento intelecto-moral do Espírito mediante a ampliação das experiências de auto-iluminação.

A contribuição do terapeuta nesse embate é imprescindível, a fim de proporcionar renovação interior ao paciente, mudança de hábitos mentais e comportamentais, auxiliando-o na construção de uma nova existência, na qual não haverá lugar para as viciosas elaborações mentais perturbadoras, muito do agrado convencional.

Trata-se de todo um esforço terapêutico de longo curso, mas de permanente resultado, porquanto os novos hábitos adquiridos se responsabilizarão pela eficiência da saúde e seu prolongamento, abrindo novos espaços emocionais para mais belas e felizes aspirações.

A busca do Bem - tudo aquilo que edifica e harmoniza - constituirá sempre fator de saúde na luta contra os distúrbios psicossomáticos, assim como aqueloutros de qualquer natureza.

Enquanto o Mal perdura - que pode ser considerado como o Bem ausente - somente perturba, diluindo os fatores da alegria e do bem-estar, tem de ceder lugar à construção do ser novo, que é um processo semelhante àquele através do qual o escultor arranca da pedra bruta a estátua encantadora, do lótus que emerge do lodo para exaltar a vida, alvinitente e triunfador.


Instabilidade emocional

Os vícios mentais e as fixações danosas, que procedem das existências espirituais anteriores, se integram de tal forma no Eu profundo que se manifestam com frequência nas novas incursões reencarnatórias de forma perturbadora, com síndromes variadas de desajustes emocionais, psiquiátricos e orgânicos.

Agindo sempre e potencializando-se, o psiquismo inicial permanece como fulcro gerador de energias, tornando-se cocriador constante.

A emissão da onda mental, que se converte em pensamento, palavra e ação, dá surgimento a edificações correspondentes, como é perfeitamente compreensível.

As atitudes infelizes, particularmente aquelas que agrediram o patrimônio da vida nas suas múltiplas apresentações, por excelência na área da realidade moral e profunda dos demais indivíduos, inevitavelmente produzem lesões degenerativas nos tecidos sutis do perispírito, que se desorganiza molecularmente, perdendo momentaneamente a harmonia de conjunto.

Essa desarticulação somente se recomporá quando o Eu consciente houver-se perdoado do incidente, mediante reparação dos danos causados e dos sentimentos feridos.

Percebendo-se em culpa, fica sujeito às consequências do ato nocivo que lhe está inscrito na memória, e se transforma em instabilidade emocional, insegurança comportamental, temor de ser reconhecido e desmascarado.

As suas oscilações de humor, por efeito, são muito variadas, atormentando-o, deprimindo-o ou tornando-o revel, indisposto, agressivo.

Quando se encontra sob apoio psicológico, compreensão fraternal, amainam-se-lhe os conflitos que, não obstante, voltam a irromper diante de qualquer incidente válido ou não, desencadeando tempestades emocionais que terminam por afetar a conduta.

Utilizando-se dos fatores hereditários, esses conflitos íntimos são impressos nos códigos genéticos, quando do processo reencarnatório, a fim de que se expressem nos recessos do ser, produzindo distonias emocionais correspondentes aos gravames praticados.

Cada indivíduo é portador da herança dos próprios atos, que passam a constituir-lhe o patrimônio da evolução permanente. Se erra, recomeça a experiência; quando acerta e se desincumbe a contento do compromisso, incorpora-o ao patrimônio já conquistado.

Ninguém ascende a uma cumeada sem passar pelas baixadas e conquistá-las conforme se apresentem as possibilidades de ascensão.

A mente é, portanto, muito susceptível de estabelecer as diretrizes de segurança para o melhor comportamento do indivíduo.

Exteriorizando-se em campos vibratórios muito especiais, é permanente gerador de energias que têm por finalidade preservar o Eu integral e conduzi-lo através de todas as etapas do processo de agigantamento próprio.

Enquanto não seja realizada essa reparação do mal praticado, o inconsciente imporá mecanismo psicológico punitivo, exigindo a harmonia das correntes vibratórias que harmonizam o perispírito.

Necessariamente não se faz único recurso reequilibrante o sofrimento do responsável pelos danos causados, mas a correta emissão de pensamentos salutares em favor de si mesmo e benefícios de qualquer natureza aos demais membros da comunidade humana, por específico, àquele a quem malsinou ou feriu.

Essa conduta autoterapêutica produz a reabilitação moral do equivocado, abrindo-lhe espaços à liberdade de movimento e de ação não conflitiva.

Enquanto não ocorra esse fenômeno de liberação ou amortização da dívida moral, a distonia permanecerá cobrando equilíbrio emocional.

Nem sempre o paciente detecta o fator desagregador do conflito, tendo necessidade de ajuda especializada, que o irá conscientizar da necessidade de conceder-se o direito de errar, mas também o dever de recuperar-se; de vencer a instabilidade emocional através da renovação de ideias e de superação das heranças próximas retratadas na presença da mãe superprotetora ou castradora, do pai negligente ou agressivo, que se tornaram fatores psicossociais de relacionamento para a instalação do transtorno.

Famílias que assim se comportam em relação aos descendentes frágeis que devem fortalecer pelos recursos do amor e da educação, encontram-se dentro dos padrões reencarnacionistas, que facultam o retorno dos Espíritos comprometidos entre si no mesmo clã, a fim de que se reajustem, o que nem sempre é conseguido, tornando-se necessárias imposições mais enérgicas da Lei Soberana da Vida.

Essa instabilidade emocional na consciência atual é controlada pelo superego com as suas imposições autoritárias, do faça ou não faça, permitindo-se o atributo de ser o juiz que pune quando desobedecido, representando o pai tirano interiorizado...

A terapia de auto-segurança e equilíbrio deverá trabalhar a autoconfiança do paciente, que assume a responsabilidade dos atos executados, mesmo aqueles de que não se recorda, tendo em vista que muitos procedem da atual existência também, recuperando a própria capacidade de expressão, de escolha, de conduta, de atitude perante a vida sem a vigilância prejudicial dos fatores limitativos do superego, da consciência de culpa.

O anelo pela alegria e a sua consequente busca deve constituir motivação para o paciente libertar-se da instabilidade emocional, não desistindo do plano de saúde psicológica.

Labor de demorado curso, o início da programação é quase sempre interrompido pela falta de forças de quem o tenta.

Acostumado à comodidade de ser infeliz por eleição própria, a revolução terapêutica constitui-lhe um grave esforço a que se gostaria de poupar, transferindo, se pudesse, para outrem realizá-lo, enquanto fruiria o benefício, pensamento esse ilógico, portanto, fruto do desvio da razão.

Mediante um programa de pequenos ajustamentos e deveres simples de serem realizados, deve começar o procedimento terapêutico, estimulado pelos bons resultados de cada resolução levada adiante e consumada, gerando mais vitalidade e coragem para os tentames mais audaciosos, que redundarão na autoconfiança para a existência saudável.

Essas pessoas instáveis emocionalmente perderam o rumo da alegria, em razão de haverem sido anuladas nos objetivos elevados que tentaram acalentar, por efeito do conflito profundo, das agressões dos pais, dos abusos sofridos na infância, das conjunturas aparentemente adversas sob as quais renasceram.

Entre os complexos mecanismos psicológicos da instabilidade emocional está embutido o medo sob disfarce cuidadoso.

Medo dos pais representados pelos chefes ou patrões, consortes ou autoridades, ou quaisquer outros indivíduos que se apresentem ativos, espontâneos, triunfadores...

A criança amedrontada - cuja consciência de erro persiste desde a ação nefanda que acompanha o Espírito o projeta à volta da hedionda figura do responsável pelo seu sofrimento em tudo e todos que defronta.

Nessa luta, o ego cede lugar ao superego para controle da situação, empurrando o ser para a indecisão, para a instabilidade.

Aquilo que ora lhe era agradável, acenandolhe bem-estar, futuro promissor, nos momentos seguintes altera-se completamente no seu quadro de valores emocionais A maturidade psicológica é um processo de experiências felizes e ingratas que estabelece quais aquelas que devem constituir o mapeamento de interesses reais para que o indivíduo se sinta pleno, mesmo quando as condições e circunstâncias não se lhe apresentam como ideais.

O ser maduro confia e trabalha para alcançar as metas que estabelece como necessárias para o seu bem-estar.

Investe num momento, confiando nos resultados posteriores.

Sabe que todo empreendimento exige tempo e oportunidade.

Emocionalmente estável, não se exalta ante o sucesso, nem se deprime diante do fracasso, que converte em lição de sabedoria para futuros cometimentos.

Ainda como fator psicossocial da instabilidade emocional, pode-se considerar o conceito sobre os sentimentos humanos, que são divididos em bons e ruins.

Eles, portanto, existem no cerne de todos. A questão é que sendo a sociedade constituída por pessoas, a exteriorização de um como de outro sentimento qualifica quem o faz, gerando restrições à sua conduta, por estabelecer que somente os bons devem ser exteriorizados, o que se transforma em uma limitação social, passível de punição.

Condenar-se um sentimento, porque socialmente encontra-se definido como mal, é tornar o comportamento mais restritivo e superficial.

E certo que não se podem liberar sentimentos agressivos, prejudiciais aos outros - por sua vez perniciosos àquele que os possui -, mas orientá-los sob o controle dos pensamentos antes que se transformem em sentimentos quando atingem a superfície do corpo, na condição de fenômeno reagente.

A autoconsciência conduz o indivíduo à compreensão de como deve agir dentro dos códigos sociais, de ética, de inter-relacionamento pessoal, estruturando-lhe a estabilidade.

Essa conquista se expressa na graciosidade dos movimentos, na conduta jovial e enriquecedora de alegria, no intercâmbio fraternal de considerável rendimento emocional.

Liberar, portanto, o inconsciente da culpa, mediante uma nova compreensão da existência humana pautada no auto-respeito e na consideração por todas as coisas, é a terapia mais imediata, e que se encontra ao alcance de quem realmente deseja estabilidade emocional, felicidade.


Superconsciente

Todas as aspirações do ser humano, seu futuro, suas conquistas a serem realizadas, o seu céu, encontram-se insculpidos no superconsciente, mesmo que adormecidas, em estado de inconsciência.

Área nobre do ser é o fulcro da inspiração divina, onde se estabelecem os paradigmas orientadores do processo da evolução.

Sede física da alma reencarnada, responde pelos sutis processos da transformação dos instintos em inteligência, e dessa em angelitude, passo que será conquistado mediante esforço pessoal e intuição espiritual dos objetivos mais significativos do transcurso existencial pelo corpo físico.

O superconsciente é também conhecido como Inconsciente superior, de onde dimanam as funções parapsíquicas superiores assim como as energias espirituais.

Equipado com chips ultra-sensíveis, aí se encontram os tesouros da vida transpessoal, na qual o trânsito entre as esferas orgânica e psíquica se faz mais livre e amplamente.

O Despertar do Espirito A fim de poder manifestar o colossal tesouro de energias que detecta, o organismo reveste-o de células, favorecendo a intercomunicação dos dois campos nos quais se movimenta o Espírito: o material e o espiritual.

Irradiando-se do chakra coronário por sucessivas emissões de ondas-pensamento, através dos exercícios de concentração, meditação e prece, desenvolve-se, abrindo os registros para a captação de outras mentes que se lhe cruzam no mundo extracorpóreo.

Favorecendo a paranormalidade humana, o superconsciente é o núcleo onde têm lugar os fenômenos mediúnicos, por facultar a decodificação da mente que se lhe direciona, assim transformando-a em palavras, projeções ideoplásticas, manifestações artísticas, culturais, materiais.

Laboratório vivo do Espírito, que no seu campo imprime as necessidades futuras, quanto no inconsciente guarda as memórias de todos os atos transatos, seu potencial é ainda muito desconhecido, merecendo que nele se aprofundem as sondas da investigação, a fim de melhor e com sábia maneira poder utilizá-lo com proficiência.

Tendo na epífise ou pineal o veículo para as manifestações psíquicas superiores, mediante exercícios mentais e morais amplia a capacidade de registro do mundo ultrasensível, que se exterioriza através dos equipamentos de alta potência energética de que se constitui.

Por outro lado, é o celeiro do futuro do ser, por estar em ligação com o Psiquismo Cósmico, do qual recebe forças específicas para o desenvolvimento intelecto-moral, da afetividade, das expressões sexuais encarregadas da perpetuação da espécie, do equilíbrio da hereditariedade, de outros fenômenos que afetarão o comportamento psicológico.

A medida que o ser se conscientiza do potencial elevado que lhe dorme em germe no superconsciente, mais pode utilizá-lo a serviço da vida, crescendo no rumo da identificação com Deus.

Redes de fibras nervosas muito delicadas conduzem as energias que se exteriorizam da pineal e se expandem por todo o cérebro, facultando que ocorram os fenômenos espirituais.

Essas energias irrigam de vitalidade as demais glândulas endócrinas, estabelecendo circuitos especializados, que beneficiam o organismo em geral.

Intuição, inspiração superior, psicofonia, psicografia traduzem a plena sintonia entre os Espíritos e os homens, como resultado da identificação entre o seu superconsciente e as mentes desvestidas de matéria.

De forma análoga, irradiações de teor pestífero e perturbador, procedentes de fontes mentais degeneradas, sincronizam com o inconsciente inferior dos indivíduos, no qual estão gravadas as experiências inditosas que geraram vítimas, ora alucinadas, que retornam para provocar reabilitação e reajustamento, fazendo-o psiquicamente, por meio de fixações mentais saturadas de ódios e ressentimentos que produzem patologias obsessivas de variada espécie.

Uma vida mental e moral saudável, assinalada por hábitos edificantes, amplia a capacidade do superconsciente ou Self, para que os laboratórios celulares produzam irradiações específicas portadoras de equilíbrio e paz.

O cultivo de um campo com carinho e sementes selecionadas responde com farta colheita de flores e sazonados frutos, enquanto que deixado ao abandono ou ao descaso, restitui a indiferença com que é tratado através de cardos e abrolhos, ou aridez e morte...

O cérebro é central de força que, somente a pouco e pouco vem sendo descoberto, jazendo ignorado na sua O Despertar do Espirito quase totalidade, em especial no que diz respeito aos fenômenos psicológicos, parapsíquicos e mediúnicos.

Somente a epífise ou pineal, situada no cérebro por cima e atrás das camadas ópticas, constitui, por si mesma, um incomparável santuário, que vela as funções sexuais durante a infância, e, na puberdade, experimenta significativas alterações na forma e na função; torna-se, a partir daí, um escrínio de luz, um lótus de mil pétalas que se abrem como antenas ultra-sensíveis em direção das Esferas espirituais de onde procede a vida, desempenhando papel fundamental nas experiências espirituais do ser humano.

E natural, portanto, que o superconsciente seja um enigma a ser decifrado, por significar na sua essência o fulcro de ligação mais eloquente do Espírito com o corpo, mantendo a programação das futuras conquistas que devem ser conseguidas ao ritmo da alegria e da saúde.




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