Dimensões da Verdade
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Acusado por comensais dos interesses imediatos, de açular as massas infelizes que O seguiam esperançadas, não disse um revide, não expôs uma defesa, não reagiu com irritação, não fez uso dos seus poderes...
Conclamado por aqueles que O desejavam triunfador na Terra não apresentou explicações, não debateu o assunto, retirou-se a sós...
Diante de Pilatos quase nada disse, nada fazendo e, no entanto, poderia tudo dizer e tudo fazer.
Na cruz, resignou-se a não dizer senão o indispensável para o tributo de amor, submetendo-se, incomparável, à Vontade do Pai.
E mesmo depois de ressurgido não disse nem fez o que muitos esperavam.
Afirmou a imortalidade atestando-a, realentou os companheiros com o seu amor de compreensão e, ao ascender aos Cimos, despachou-os para as tarefas do "dizer" e do "fazer" como Ele mesmo disse e fez.
Medita sobre os não ditos e não feitos do Senhor.
Se a dificuldade e a incompreensão de quem amas, quando a serviço d’Ele, te amesquinham, não te amofines.
Se a luta recrudesce e o combate acirra, não desesperes.
Se a enfermidade avança e te vence, não desanimes.
Se todos os males de fora e de dentro de ti mesmo ameaçam conduzir-te à desencarnação, não recalcitres.
Não te defendas, se injuriado.
Não te justifiques, se perseguido.
Não te exponhas, se angustiado.
Nada digas, nada faças, mesmo que tenhas o que dizer e disponhas de recursos para fazer.
Teus ditos e teus feitos já falaram por ti. Se não se fizeram ouvir, porfia confiante, de fé robusta.
Mais vale ser vítima da impiedade quando se está com a consciência tranquila, do que perseguidor entre ovações, carregando uma consciência em brasa.
E se a vida solicitar ao teu espírito o pesado tributo da tua doação total pela causa de amor que abraças, na Seara de LUZ do Evangelho e do Espiritismo, não te negues, não recuses, nada digas, nada faças, entregando a vida e aspiração às mãos d’Ele, pois que mesmo morrendo na liça incompreendido e ralado, ascenderás tranquilo aos páramos do amor para voltares a fim de ajudar, mais tarde, os que te perseguiram e injuriaram vitoriosamente, ficando, porém, nas linhas sombrias e tristes da retaguarda, esperando pelo teu socorro.
(2) Nota digital: (ant). Aquilo que mantém, que sustenta; alimento, sustento. (fig) assunto de escárnio ou maledicência.