Dimensões da Verdade
Versão para cópiaSOFRIMENTOS NA MEDIUNIDADE
Identificado com os princípios espiritistas, na mediunidade tens a impressão de que, apuradas as antenas psíquicas, registras angústias, temores e inquietações antes ignoradas. Achas isso estranho.
Não poucas vezes assimilas o pensamento que invade o teu pensamento e deixas-te desanimar.
Frequentemente receios infundados vitalizam fantasmas que se corporificam no teu mental, assenhoreando-te em fixação dolorosa e deprimente.
Sequazes da aflição sitiam o teu coração em linhas de soledade e temes.
É natural que isto ocorra.
O médico, o enfermeiro, o assistente social, o servente hospitalar nos serviços de socorro aos enfermos, respiram o clima de angústia e dor entre expectações e ansiedade.
Assim também, no campo da assistência mediúnica aos sofredores, o fenômeno é o mesmo.
Quem serve participa do suor do serviço.
Quem ajuda experimenta o esforço do auxílio que oferece.
Quem ama sintoniza nas faixas do ser amado, haurindo as mesmas vibrações...
Liberta-te do receio pelo trabalho, faze assepsia mental pelo estudo e abnegação, e prossegue...
Dizem alguns observadores precipitados, e talvez inconscientes, que as tarefas mediúnicas de socorro aos desencarnados cristalizam psicoses nos médiuns.
Afirmam vários estudiosos de gabinete que as operações desobsessivas libertam os doentes desencarnados e encarceram em enfermidades perigosas os intermediários.
Assinalam diversos aprendizes da Mensagem Espírita que os médiuns operantes no intercâmbio com desencarnados em lamentável estado, conservam desaires e sensíveis desequilíbrios que os fazem exóticos.
Sabemos, no entanto, que não têm razão os que assim pensam, quem assim procede.
O médium espiritista tem conhecimento, através da doutrina que professa, dos antídotos e dos medicamentos para manutenção do próprio equilíbrio.
Não há dúvida de que médiuns existem, em todos os departamentos humanos, com desalinho mental de alta mostra e, em razão disso, também nas células espiritistas de socorro eles aparecem, na condição, todavia, de enfermos em tratamentos especiais e demorados. Já vieram em tormentos e se demoram sem qualquer esforço de renovação interior.
O Espiritismo é antes de tudo lar-escola, hospital-escola, santuário-escola para aprendizagem, saúde e elevação espiritual.
Necessário, portanto, que o sensitivo se habilite para as tarefas que lhe cabem, através de exercícios morais de resultados positivos, estudo metódico e constante, serviços de amor, a fim de libertar-se dos velhos liames com os espíritos inferiores permanecem ligados às suas paisagens mentais em vampirismo insidioso e, naturalmente, embora entre enfermos e necessitados, conduza o tesouro da oportunidade libertadora, na mediunidade socorrista.
Médium de Deus, Jesus libertou da treva o jovem lunático, atenazado por espíritos imundos, ao descer do Tabor. Concedeu serenidade ao gadareno, ao rumar a Gerseza, ensejando renovação ao espírito infeliz que o obsidiava.
Sempre que buscado pelos atormentados espirituais da Erraticidade inferior, em momento algum recusou-se ao intercambio, falando-lhes e socorrendo-os, na condição de Médico Divino.
E quando a grande multidão, assediada por obsessores cruéis, em desvario, o arrastou ao testemunho para com a vida, sereno e humilde, orou na noite de vésperas, em dolorosa angústia e vigília de suor de sangue, para galgar os degraus da Vida Perene, doutrinando-os e doutrinando-nos as palavras do exemplo incorruptível de amor que até hoje permanece como nosso roteiro de segurança.