CAPÍTULO 40

CONCEITUAÇÃO DE FELICIDADE

Cobiças a felicidade, e é natural.

Anelas por uma paz, que produzisse um estado de harmonia espiritual, longe de preocupações e sem contributo de ansiedades.

Buscas um bem que, em definitivo, de uma só vez, provocasse a superação de todas as incertezas e rudes conflitos do dia a dia.

Aguardas uma segurança íntima, feita de júbilos, argamassada com as águas cantantes do amor e o cimento forte da fé.

Esperas fruir o mundo em festa, onde a dor, a sombra e a morte não tenham oportunidade...

Fazes bem, por assim desejar, por aguardar...

Não, porém, por te demorares somente à espera que tal ocorra.

É imprescindível mudar os fatores predisponentes e atuantes deste mundo onde evoluímos - nossa Terra-mãe, berço e apoio da jornada —, a fim de que, com ela, galguemos um mais alto degrau na escala da evolução.

Toda conceituação de felicidade que extrapole à ambição pessoal egoísta é válida e abre ensejo à sua realização no mundo das formas.

Esta felicidade, porém, risonha e tranquila, ainda não é deste mundo.

Aqui poderá começar, pelo que faças, como realizes, por cuja dedicação te sacrifiques, a fim de gozá-la depois.

Planeta de expiações redentoras e de provas que avaliam as conquistas, é hoje o que se tem dele feito.

Jardim ou deserto, pomar de bênçãos ou solo agreste é, antes de tudo, nossa escola de crescimento, que nos cumpre respeitar e auxiliar, trabalhando a terra dos corações, a fim de que as sementes do puro amor possam germinar, desatando vida, e vida em abundância.


... "

Não desanimes, porque ainda não lograste o paraíso.

Vai ao seu encontro, mudando os seus doridos panoramas e trabalhando o país da tua vida interior, a fim de que te enriqueças com a luz da esperança e a inundes de conquistas valiosas.

* "Meu reino não é deste mundo" — disse Jesus.

Todavia, ensinounos com o sacrifício pessoal a sairmos deste, na direção daquele onde a felicidade já é uma realidade ditosa.



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