Dias Gloriosos
Versão para cópia
MÉTODOS EUGÊNICOS PERTURBADORES
Segundo os dicionaristas, a Eugenia é a ciência que estuda as condições mais propícias à reprodução e melhoramento da raça humana.
Dois métodos podem ser utilizados para que se consiga esse objetivo, a saber: a) impedimento da reprodução de genes que apresentem degenerescências - método de eugenia negativa; b) estimulação da reprodução de genes saudáveis, que podem construir organismos superiores - método de eugenia positiva.
O conhecimento dessas possibilidades e a sua utilização são considerados recursos valiosos para que se produzam indivíduos sadios, com formação biológica perfeita, ao mesmo tempo dando surgimento a uma raça portadora de harmonia e beleza, sempre factível de ser aprimorada.
O sonho fantástico contribuiria para construir em laboratório seres ideais, resistentes às enfermidades, à velhice e à deterioração, qual se estivesse trabalhando um amontoado de células que obedeceriam ao capricho do seu novo arquiteto, atendendo a todas as suas paixões, na busca desenfreada de estesia e perfeição, porém nos moldes mentais dos seus criadores...
A vida e a raça humana passariam a ser brinquedo de pesquisa, na qual, mexendo-se em algumas moléculas do DNA, se conseguiria transformar o fenômeno do ser existencial em mero trabalho tecnológico de engenharia genética.
O conceito de perfeição, no entanto, varia de nível de apreciação em todos quantos com ele se envolvem. Aquilo que para alguns se apresenta caótico, feio ou deficiente, para outros assume caráter de harmonia e estética, o que iria perturbar muito a eleição do biótipo ideal.
Na variedade das raças, a diferença de caracteres e de constituição morfológica do ser apresenta padrões especiais de beleza, em razão da eleição emocional de quantos lhes pertencem ao grupo étnico.
A seleção de uma forma que se encarregasse de apresentar o padrão, conforme sonhou o nazismo, através da raça pura do arianismo, caiu por terra, em razão da mesma não apresentar qualquer tipo de superioridade em confronto com as demais, culminando com a derrocada do III Reich.
A aparência estoica e belicosa, o aprumo e a altivez são mais consequências do orgulho do Espírito, que propriamente da constituição genética da raça ariana, porquanto, se de um lado eram encontrados indivíduos com essa aparência, não poucos existiam que carregavam anomalias e deficiências, fragilidade do corpo e distúrbios da mente, idênticos a outros tantos pertencentes aos diferentes ramos raciais.
A eugenia, nesse caso, era convocada de forma nefasta, para eliminar os fracos e preservar os fortes. Porque não conseguiam atingir o ser integral - o Espírito - mesmo aqueles indivíduos portadores de força física e de elegância nos padrões europeus, sucumbiam ao desespero, à angústia, à soledade, aos conflitos psicológicos, cujas raízes se encontram na consciência, na anterioridade da existência corporal.
O corpo sempre refletirá a conquista ou o prejuízo dos valores morais de que cada ser é credor.
Plasmado pelo perispírito, que obedece aos impositivos da evolução do Espírito, somente agindo-se na causa, é que serão conseguidos resultados efetivos, e isso jamais se logrará em laboratório.
Podem ter êxito entre vegetais e animais outros as experiências para o aprimoramento da qualidade, aplicando-se métodos eugênicos de preservação e mudança de forma, de resistência a pragas, de desenvolvimento muscular e aumento de peso, ora muito em voga, mas não se podem prever nem aquilatar os prejuízos que a indiscriminada utilização de hormônios, principalmente nas aves, mas também em outros animais, vem trazendo à saúde humana.
A desordenada busca de melhoramento dos seres vivos para o mercado de ofertas tem apresentado problemas que permanecem desconhecidos do grande público, mas que terminam afetando o comportamento e a harmonia global do organismo.
Sob outro ângulo, a eugenia pretende orientar os casais, para que, no caso de problemas genéticos evitem filhos, a fim de não virem a procriar degenerados em futuras descendências.
Pretendem os eugenistas detectar fetos com anomalias, propondo a interrupção da gravidez, de forma a impedir o nascimento de enfermos e deficientes de qualquer natureza, em tentativas grotescas de burlar as Divinas Leis...
Outras propostas são direcionadas de forma castradora, tais a sugestão para que sejam evitadas uniões entre pessoas da mesma família, incluindo primos, em face das possibilidades de produzirem portadores de graves enfermidades genéticas, como também as mulheres cuidarem de não procriar com mais de 35 anos, e particularmente com mais de 40, já que, nessa fase, há volumosas possibilidades de gerarem filhos com distúrbios graves, entre os quais a síndrome de Down ou mongolismo...
Por outro lado, as conquistas genéticas estão facultando que mulheres com mais de 50 anos, muitas delas avós, concebam filhos em perfeito estado de saúde, o que vem sucedendo com relativo êxito.
Dentro dessa óptica, a eugenia daria surgimento a uma raça ideal, a seres especialmente perfeitos, como se fosse possível evitar o que está programado em razão da Lei de Causa e Efeito.
Fosse possível o melhoramento da constituição genética, e as ocorrências de dificuldades estabelecidas, porque necessárias para o Espírito, se manifestariam posteriormente como acidentes, doenças imprevistas, marcando os que se encontram em débito e não podem fugir de si mesmos nem da Justiça Equânime. Somente, portanto, através da existência digna é que o Espírito promoverá o corpo são, como efeito natural das conquistas realizadas, dando origem a raças, nas quais não mais haja predomínio de anomalias ou deficiências, que são mecanismos de recuperação e aprimoramento moral.
A eugenia verdadeira, a única portadora de meios para interferir nas moléculas do DNA, dando surgimento a corpos harmônicos e belos, é a que procede do Espírito eterno, o legítimo construtor do veículo pelo qual se manifesta na Terra, realizando um melhor processo para a reencarnação de forma legal e moral.
Assim, mesmo que as leis humanas venham a adotar os processos criminosos de propostas eugênicas com objetivo de eliminação dos fracos e deficientes, em nome de uma raça superior, evitando que se multipliquem, a humanidade enfrentará um terrível problema ético, cujo ônus lhe pesará sobre os ombros de maneira lamentável.
A superioridade, que se destaca na criatura humana e que tem significado, não é aquela que provém da raça, da condição social, portanto, da sua origem física, mas sim, a que decorre dos valores morais, das conquistas intelectuais aplicadas na construção do bem e do progresso humano, o que constituiria uma verdadeira aristocracia, porém, de natureza espiritual.
O aperfeiçoamento das raças como o do corpo humano advirá como consequência da lei do progresso, conforme já vem sucedendo desde o surgimento dos mesmos, que apresentam, através dos milênios, alterações bem significativas para melhor tanto na formação como na resistência a doenças e a processos degenerativos. Essa ocorrência resulta da seleção natural, o que não deixa de ser fruto do desenvolvimento moral do próprio Espírito nas sucessivas reencarnações, modelando a roupagem mais equilibrada e favorável ao seu crescimento interior.
Sem que se pretenda obstaculizar o progresso da investigação nos mais diferentes campos de estudo e desenvolvimento, é conveniente jamais esquecer que a Ciência sem Deus brutaliza o homem e o ensoberbece, alucinando-o e, às vezes, envilecendo-o.
A compreensão da ordem e do equilíbrio que vigem no Cosmo, tendo como base o Criador, torna possível o trabalho científico digno e ético, auxiliando o ser humano no seu desenvolvimento intelectual, moral e espiritual, na busca da sua plena realização como cooperador da obra Divina.