Dias Gloriosos
Versão para cópia
PLURALIDADE DE MUNDOS HABITADOS
Em face do reiterado interesse manifestado pelo homem para documentar-se quanto à possibilidade de vida em outros planetas, particularmente através dos estudos efetuados mais recentemente pelo robô Sojourner, que foi conduzido pelo foguete Pathfinder, em direção do planeta Marte, a fim de confirmar-se a suspeita de que os meteoros caídos na Antártida seriam dele procedentes, mediante acurado estudo e comparação molecular com as rochas lá existentes, a questão se apresenta desafiadora.
Os astrônomos, entusiasmados com esses fragmentos de pedras, que passaram a ser identificados sob a sigla SNC, esperavam que as análises encetadas no planeta vermelho viessem determinar que as fissuras neles existentes, caso procedessem dali, poderiam ser registros de seres microscópicos, o que significaria presença de alguma forma de vida, num passado de pouco mais de três bilhões de anos...
Os resultados dos exames das rochas marcianas, porém, foram algo frustrantes, porque demonstraram que as suas eram semelhantes às da Terra, portanto, diferentes dos fragmentos dos meteoros sob observação.
A vida, que parece repetir-se sempre, tem, no planeta terrestre, características próprias à sua constituição, portanto, expressa na forma humana, conforme conhecida, e nas demais que resultam dos fatores mesológicos propiciatórios à sua manifestação. Variando as condições ambientais, sem dúvida, ei-la que se apresenta de acordo com os diferentes padrões característicos das adaptações e necessidades evolutivas.
Ademais, considerando-se que a vida não é somente o conglomerado celular, mas que está presente no campo de energia onde se movimenta o princípio inteligente, não necessitando, portanto, de matéria para existir, essa se lhe torna somente um acessório oportuno para desenvolvimento dos valores latentes.
Observando-se, porém, o Universo, detectam-se aproximadamente mais de cem bilhões de galáxias, sendo que aquela na qual se encontra a Terra é constituída de duzentos e cinquenta bilhões de estrelas, qual nuvem de poeira sideral espraiando-se pelos espaços imensuráveis do Cosmo.
Segundo alguns estudiosos, especializados em astronomia, nossa galáxia teria a forma de um hiperboloide tetradimensional, que mereceu de Albert Einstein a conceituação de ser um hipercilindro tetradimensional, com uma extensão de cento e vinte mil anos-luz e um diâmetro de trinta mil anosluz...
Nesse colosso, o Sistema Solar quase não tem significado, podendo ser considerado um perdido grânulo de pó, sem qualquer sentido astronômico.
Reflexionando-se que o Big Bang, que teria dado início ao Cosmo ocorrera há quinze bilhões de anos - dado, aliás, muito discutido, em razão de haver-se detectado estrelas cuja origem remontaria a época muito mais recuada - partindo-se da premissa materialista de que todos os astros aí se originaram, aqueles que se hajam deslocado do epicentro e conseguido condensar-se com maior anterioridade do que a Terra possuiriam condições específicas para manifestar a vida, que agora estaria em um estágio mais adiantado do que a do homem contemporâneo.
Desse modo, em nossa galáxia, se for levada em conta a possibilidade de que ao redor de cada estrela se apresentam em órbita gravitacional alguns planetas, seria óbvio supor-se que se encontrariam na ordem de milhões aqueles que manifestariam vida dentro dos padrões conhecidos, desde que a sua origem ocorreu no fulcro central de onde surgiu também o orbe no qual evoluímos.
A Terra pequenina, porém, se nos apresenta gigantesca, em razão de possuir uma massa de significativos seis sextilhóes de toneladas, que representam, por centímetro cúbico, uma massa específica de 5,5 gramas. No entanto, o Sol que a vitaliza, é maior um milhão e trezentas mil vezes, constituído por uma massa trezentas e trinta e três mil quatrocentas e trinta e duas vezes mais volumosa.
Por sua vez, o Sol é um milhão e trezentas mil vezes menor do que as estrelas de primeira grandeza como Canópus, Sírius, Betelgeuse, Antares, que em triunfo entoam um hino de glória à Criação.
Avançando na análise e penetração dos insondáveis abismos siderais, os mesmos astrofísicos detectaram os quasares azuis, que são fontes quase inesgotáveis de radioenergia, que se localizam distantes uns dos outros em média cinco a dez bilhões de anos-luz. A radioenergia que exterioriza cada um deles corresponde em um segundo à que decorre da desintegração de um bilhão de sóis...
Cuidadosas investigações demonstram que o Universo continua expandindo-se e, ao mesmo tempo que partículas prosseguem distanciando-se do epicentro que lhes deu origem, outras já se encontram viajando de retorno ao núcleo.
Velozmente avançando no conhecimento do Cosmo, descobriram também que todo ele é resultado de peculiar substância negra, ainda não fotografada, porque invisível, no entanto, responsável por quase tudo quanto nele existe. Tal substância, em razão da sua peculiaridade, seria constituída de neutrino - micropartícula concebida pelo físico alemão Wolfgang Pauli, em 1930, e somente detectada por fotografia de alta velocidade em região muito profunda do solo, no ano de 1955 — e que, embora considerada matéria, é destituída de massa, de campo magnético e de campo elétrico, não obstante presente em todo o Universo...
As observações mais audaciosas através de imagens captadas e transmitidas pelo telescópio Hubble, em órbita terrestre, registaram o contínuo surgimento de novas galáxias e o aniquilamento de estrelas e outros conglomerados absorvidos pela força gravitacional dos denominados buracos negros.
Qual seria, perguntar-se-ia, a finalidade de um Universo desconhecido, infinito e em desenvolvimento incessante, nem sequer concebido em toda a sua grandiosidade, caso não exista vida fora da Terra?
Após essa questão outras surgiriam, como por exemplo: Existirá, apenas, um Universo, ou além do infinito relativo existirão outros? E antes da sua existência, que havia?
A conceituação materialista sonha com a presença de forças que se anulavam interminavelmente nesse nada antes existente, até o momento em que algo modificou um dos campos e houve a grande explosão que assinala o início de tudo...
... E a imaginação perde-se em conturbadas buscas para negar a Causalidade Universal Inteligente, geradora dos efeitos conhecidos e de outros ainda não detectados, exclusivamente com o desejo mórbido de tudo reduzir ao caos.
Apesar da teimosa e continuada obstinação negativista, paira acima de todas as dúvidas a lógica derivada da razão, afirmando que a vida não é patrimônio do acaso, do vácuo, do não existente...
Como inevitável consequência, expressa-se em dimensões variadas, inimagináveis, povoando todo o mundo de energia, onde quer que se apresente, e de forma inteligente em lugares que lhe propiciem o crescimento, a evolução.
Jesus, o Construtor da Terra, fitando a imensidão dos astros, já, nos Seus dias, asseverou com sabedoria e conhecimento de causa: Na Casa de meu Pai, há muitas moradas... E Allan Kardec, o discípulo fiel, baseado nas comunicações dos Espíritos e na lógica irretorquível que lhe era característica, confirmou a pluralidade dos mundos habitados, que constituem moradas espirituais, pelas quais transitam os seres no rumo da sua perfeição.
Quando o homem conseguir chegar ao planeta Marte, visitando-o pessoalmente, em oportuna viagem espacial, após haver estado na lua, onde erguerá plataformas que facultarão os audaciosos saltos, mais amplos conhecimentos terá da realidade da vida, do Espírito imortal que é, capacitando-se melhor e mais profundamente para curvar-se ante a grandeza do Criador e erguer um hino de louvor à Vida, na qual se encontra mergulhado e de onde não poderá fugir.