Dias Gloriosos

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CAPÍTULO 4
Ilustração tribal

ENERGIA MENTAL E VIDA SAUDÁVEL


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Cabe ao ser inteligente descobrir na Terra a razão fundamental da própria existência, a fim de estabelecer os parâmetros propiciadores da felicidade, de forma a desenvolver a capacidade de crescimento interior, razão primacial da sua autorrealização. Enquanto não se resolva por detectar e aplicar os métodos mais compatíveis para o enriquecimento moral e espiritual, tudo se lhe apresentará sem maior sentido ou significado transformador, tornando-se o trânsito carnal um desafio recheado de desencanto e aflição.

Remanescendo no seu inconsciente profundo todos os conflitos do processo de racionalização a que foi submetido no passado, mediante os dolorosos episódios de dor e de sombra experimentados, as castrações impostas pela ignorância, os medos decorrentes dos estágios primevos, mais facilmente se entrega aos fenômenos mórbidos da depressão, da ansiedade, da insegurança, do que ao encantamento das aspirações de enobrecimento, de beleza e de paz, que lhe devem constituir emulações para a vitória nas mais diferentes situações existenciais.

A alegria de viver deve ser uma norma de conduta natural em todos os seres pensantes, mesmo quando as circunstâncias não se exteriorizam conforme desejariam. Isto porque, as ocorrências do dia a dia alteram-se a cada instante, transformando tristezas em júbilos como felicidade em infortúnio.

O fato de alguém encontrar-se usufruindo a bênção do corpo físico, mesmo que assinalado por dificuldades e limitações, representa-lhe uma dádiva com promissoras ocasiões de autossuperação que se lhe apresentam, facultando-lhe alterar a paisagem pessoal, dependendo exclusivamente da própria opção direcionada ao comportamento que se deve permitir.

A mente, nesse mister como noutros, desempenha papel relevante em relação à conduta, porque dela procedem todos os programas a que o corpo se submete. A sua ação eficiente transmite-se através de ondas que alcançam as delicadas engrenagens dos neuropeptídeos que se ramificam pelos diferentes sistemas nervoso central, imunológico, endócrino, que se interdependem, comunicando-se com todos os demais departamentos celulares da organização somática.

Quase sempre, porém, o indivíduo, trazendo marcas profundas de compromissos não solucionados de outras existências, torna-se vítima espontânea das fixações que ressumam, imprimindo na área emocional conflitos depuradores a que se aferra como necessidade psicológica de autopunição, perfeitamente dispensável no mecanismo de sua evolução para uma vida realmente saudável e ditosa.

A teimosa atitude em manter as emoções desordenadas responde pelos inumeráveis sofrimentos a que se submete, passando a viver de maneira masoquista, embora sem dar-se conta do distúrbio que o conduz.

A aspiração do bom e do belo, da paz e da alegria, sinaliza despertamento de consciência para mais altos voos.

O cérebro, sob o comando da mente, responde conforme o gênero de ordens que recebe, contribuindo com enzimas estimuladoras da saúde ou toxinas que irão destruir os sensíveis equipamentos da maquinaria orgânica, emocional ou mental.

A mente, porém, pode ser vítima de hábitos que se arraigam, tornando-se fatores degenerativos para o ser pensante.

Indispensável, portanto, que se renove, cultivando ideias elevadas, que gerem respostas de bem-estar.

É compreensível que periodicamente o organismo se ressinta sob a agressão de vírus e bacilos, de desordens de uma ou de outra natureza, mesmo que o indivíduo se encontre perfeitamente sintonizado com as ideias saudáveis, o que é natural.

A própria constituição material que reveste o ser real é frágil e susceptível de experimentar vários naturais distúrbios e processos degenerativos, já que tende a transformações contínuas, inclusive à dissolução do arquipelago celular que lhe expressa o todo. Do contrário, seria aguardar-se a imortalidade da forma, que sempre se altera e se decompõe. O importante, no entanto, é como se encontra o indivíduo para enfrentar o mecanismo físico de que se reveste, mantendo-se em clima de otimismo e de harmonia.

A doença, não raro, deve desempenhar um papel muito significativo na conduta do ser humano, porque lhe demonstra, em primeiro lugar, a fragilidade de que se constitui o corpo; depois, convida-o a reflexionar em torno das causas desencadeadoras da ocorrência enfermiça; por fim, proporciona-lhe a capacidade de aprender a administrar todos os fenômenos existenciais.

Dessa forma, surge a interrogação a respeito de como fazer-se com o sofrimento, quando se manifesta. Pode-se rejeitá-lo, pura e simplesmente, detestá-lo sob a pressão da revolta ou aceitá-lo com resignação, quase indiferença. Entretanto, é possível enfrentá-lo com um diferente tipo de conformação, aquela que se apresenta dinâmica.

A rejeição, em si mesma, de forma alguma altera-lhe o quadro, antes dificulta-lhe a captação da mensagem de que se reveste, trabalhando em favor da sua ampliação, da complicação do problema. O enfrentamento rebelde destrói as reservas de equilíbrio e de força, aumentando a carga de aflição. A resignação estática, indiferente, que não trabalha pela erradicação da causa, é morbidez que deve ser combatida, desânimo que se instala no ser... Somente uma aceitação, aquela que compreende o acontecimento afligente e se esforça por modificar-lhe as consequências, superando os limites impostos e dando prosseguimento aos compromissos abraçados, mesmo que a peso de grande esforço, é que contribui para a estruturação do ser inteligente, apreendendo a lição que sempre segue a todo tipo de dor ou provação.

Por isso, é imprescindível o auxílio da esperança, que fomenta a coragem, que se deriva da vibração mental positiva, enriquecedora, de procedência superior, porque dimana da vida.

O Espírito experiência a jornada carnal a fim de desenvolver todos os valores que se lhe encontram em germe, por isso mesmo vinculado às Fontes Superiores de onde procede, que o inspiram e animam em todas as vicissitudes que deve enfrentar e pelas quais passará inevitavelmente. O seu crescimento se dará sempre pelos processos de harmonia, isto é, equilíbrio e alteração de conduta, que não significará certamente desajuste, mas que lhe desenvolverá novas capacidades de enfrentamento das circunstâncias e processos inerentes à evolução.

Todo esse programa se torna factível se o indivíduo se propuser à tarefa do autoconhecimento, descobrindo a própria realidade que ultrapassa o limite da sua corporalidade e avança pela senda da sua imortalidade. Passo contínuo, estabelece as metas existenciais, as finalidades e objetivos da peregrinação humana, empenhando-se por atingir a meta, mesmo que etapa a etapa, sem pressa angustiante nem postergação mortificadora.

A lucidez mental propele o ser ao avanço que não cessa e irradia mensagens que o fortalecem, auxiliando-o a manter o padrão de equilíbrio que deve caracterizar a real saúde, aquela que permanece mesmo quando momentaneamente se instalam doenças, surgem aflições, aparecem distúrbios de qualquer natureza. Predominante no íntimo do ser, esse estado de bem-estar encarrega-se de predispor a novos tentames felizes que o impelem à conquista da felicidade.

A preservação da mente em harmonia com o Cosmo, eis a meta que deve ser conquistada, a fim de ser estabelecido o programa de evolução possível, que aguarda a criatura humana.

Em qualquer situação, pois, em que se encontre o ser pensante, a sua fonte de irradiação psíquica deve estar em perfeita sintonia com as ondas do Psiquismo Divino de onde procedem todos os dons da vida e os meios para serem logrados os objetivos existenciais.



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