Dias Gloriosos

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CAPÍTULO 8

NEURÔNIOS E CONSCIÊNCIA

A visão materialista a respeito do ser humano, com a sua proposta fatalista sobre o determinismo biológico, apresenta, na sua essência, uma expressiva contribuição de estímulo à insensatez, à perversidade e à desestabilização moral, por liberá-lo de qualquer responsabilidade ante os acontecimentos do seu dia a dia.

Guiado pelos automatismos bioquímicos do cérebro, gera o reducionismo que o propele a ser aquilo que se encontra desenhado nos refolhos da sua constituição neuronal.

Os sentimentos de bondade, de beleza, de perfeição, como os de criminalidade, de desconsertos morais, de conduta e de conquistas ou prejuízos, resultariam desse impositivo determinante, do qual ninguém fugiria.

Os fatores psicossociais, socioeducacionais, socioeconômicos poderão contribuir para amenizar circunstâncias, realizações vitais e suas consequências, não, porém, para alterar o curso existencial, em face dessa fatalidade desastrosa da origem.

Tal conceito, além de caótico é, ao mesmo tempo, cômodo, por isentar de esforço e de respeito por si mesmo, todo aquele que se sente impulsionado à conduta agressiva, delinquente ou vulgar que se permite.

O ser neuronal exclusivamente será sempre vítima das disposições dos equipamentos cerebrais que dele fazem um anjo ou um revel, um gênio ou um monstro.

Certamente, não se podem desconsiderar os contributos do bioquimismo cerebral na existência humana. Isso, no entanto, não constitui a causa única de êxito ou de insucesso, de moralidade ou decadência, em razão de se encontrarem esses neurônios estruturados nas mensagens que procedem das tecelagens muito sutis do perispírito, em cujas redes constitutivas estão as suas gêneses - as conquistas e os danos operados pelo Espírito.

Sendo a consciência uma conquista do Espírito e não uma secreção neuronal, tal conhecimento altera o quadro da responsabilidade do ser perante ele próprio, a vida e a humanidade, porquanto confere-lhe o discernimento, a lucidez, a livre opção para agir.

Harmonia ou instabilidade emocional, psíquica e orgânica procede do ser imortal, cujas realizações imprimem-se na constituição biológica através da reencarnação.

A educação compete o desenvolvimento dos valores em germe sob o apoio dos sentimentos que elaboram a realidade de cada qual.

O fatalismo biológico, desse modo, desenvolve-se nos moldes da energia perispiritual, que faculta à mitose celular reproduzir-se de maneira que ajuste os órgãos ao campo vibratório que lhes é próprio.

Sendo a mente uma faculdade do Espírito e não do cérebro, que tem a função de decodificá-la ajustando-a às possibilidades do seu desenvolvimento intelectual, direciona o processo da reencarnação conforme as realizações em anteriores existências das quais procede.

A mente pensa sem o cérebro e comunica-se após a morte do corpo, enquanto que, danificado ou sem a ação que dela se origina, o mesmo é incapaz de pensar.

Processos bioquímicos são destituídos de discernimento para gerar ideias e selecioná-las, não obstante esses impulsos as possam arquivar nos refolhos das zonas da memória que se liga por mecanismos muito específicos ao Espírito de onde procedem.

Outrossim, os variantes níveis de consciência jamais resultam da frequência dos hormônios neuronais, das cerebrinas ou de outros fatores biológicos, em razão do processo evolutivo que fixa cada período, emulando o ser a conquistas mais expressivas e elevadas.

A máquina, seja qual for, é destituída de espontaneidade, não funcionando sem o auxílio daquele que a elaborou.

Por mais complexo e admirável seja o seu mecanismo, o agente dela não depende, embora ela não o dispense.

Os impulsos cerebrais, as sinapses, responsáveis pela preservação da vida orgânica decorrem do agente pensante que a organiza e direciona, mesmo que sem consciência do processo estruturado nas Leis da Vida, que estabeleceram a mecânica da reencarnação.

Sem o ser causal não há funcionamento no conjunto orgânico temporal.

Em face disso, a consciência cresce e desenvolve-se à medida que o Espírito adquire experiências através das reencarnações. Em uma existência apenas torna-se irrealizável o esforço de alcançar os patamares elevados, a perfeita integração com a Consciência Cósmica. Entretanto, degrau a degrau, vivenciando as realizações e incorporando-as ao patrimônio intelecto-moral, momento surge em que o conhecimento discerne e age em consonância com os Divinos Códigos, passando então a viver o nível libertador.

Todas essas conquistas são impressas nos neurônios cerebrais através dos processos eletroquímicos propiciados pelo perispírito e que se manifestam no comportamento do ser humano.



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