Momentos de Esperança
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A esperança é a segunda virtude teologal através da qual o cristão confia em receber a misericórdia de Deus na Terra, e a plenitude espiritual após a morte do corpo físico.
A esperança é efeito natural da fé, que lhe serve de suporte e vitalidade.
A vida, sem a esperança, descolore-se, perdendo as suas elevadas motivações, porquanto ela dá-lhe forças para enfrentar os desafios e vencer as vicissitudes que surgem a cada passo.
Por sua vez, é o estímulo para a ação da caridade que lhe sublima a aspiração.
O homem do mundo acumula decepções e amarguras que vitaliza mentalmente, desarmando-se dos valores estimulantes da esperança.
O cristão sobrepõe aos problemas afligentes os espaços enriquecidos de alegria, que recorda com frequência e deseja repeti-los, utilizando-se dos mecanismos vigorosos da esperança que lhes pode doar em experiências novas, quando se empenha com esforço e abnegação.
Reservando-se a oportunidade da reflexão em torno do bem, a esperança ressuma do seu íntimo e esplende em beleza, levantando-lhe o ânimo, encorajando-o e propelindo-o para o avanço.
Ninguém consegue viver com alegria sem o concurso da esperança.
Por isso mesmo, devem ser multiplicados os momentos de esperança na existência de todas as criaturas: esperança de melhores dias; esperança de realizações superiores; esperança de paz; esperança de elevação.
A cada tentativa de crer e esperar, o homem avança nas técnicas do otimismo e melhor encara a vida, harmonizando-se com ela.
Aprende a ver o lado melhor dos acontecimentos, não se amolenta ante o insucesso nem receia repetir a experiência.
A esperança faz-se-lhe a claridade que ilumina o caminho, quando as sombras campeiam.
Narra-se que um monge mendicante, sem abrigo, recolheu-se a uma gruta para o repouso noturno em esplendente paisagem banhada pelo luar.
Adormecido, foi vítima de um bandido que lhe furtou a capa de que se utilizava como agasalho.
O frio da madrugada despertou-o e, dando-se conta do infortúnio, porém fascinado pela claridade da lua, acercou-se da entrada da furna e, emocionando-se com o que viu, exclamou:
— Que bom, que o ladrão não me furtou a lua!
E, sorrindo, pôs-se a meditar.
Desesperar, nunca!
Nesta pequena Obra, reunimos vinte temas para os momentos de esperança do caro leitor, com votos de muito êxito.
Joanna de Angelis Salvador-BA, 8 de agosto de 1988.