Constelação Familiar

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CAPÍTULO 15

EDUCAÇÃO SEXUAL

Questão relevante e intransferível é a que diz respeito à educação sexual dos filhos.

Anteriormente, quando reinava a ignorância e predominava a superstição assinalada pela malícia, o sexo era tabu e o conceito religioso tradicional que o abominava, nele via somente o pecado que se derivava da mitologia do comportamento de Eva seduzida pela serpente, por sua vez arrastando Adão, no paraíso de fantasia...

Através da evolução cultural, o sexo tornou-se objeto de estudos nobres, merecendo o respeito a que faz jus, na sua condição de instrumento para a procriação, desse modo, perpetuando a espécie.

À medida que vem recebendo contribuições psicológicas, em torno dos relacionamentos específicos, experimenta a banalização da sua conduta, sendo responsável, de algum modo, por dramas e tormentos individuais como sociais, que estarrecem.

Desde quando foi estudado pelo eminente neurologista e psiquiatra vienense Sigmund Freud, que o libertou da ignorância a que fora relegado, que passou a exercer um grande fascínio nas mentes e nos sentimentos. A princípio, as conclusões do eminente médico foram consideradas abusivas, e experimentaram a agressão da ignorância, mediante ataques vigorosos, que não lhe diminuíram a grandeza. No entanto, vendo, apenas, um lado da questão, o notável cientista, por sua vez, estabeleceu a ditadura da libido, reduzindo, praticamente, todos os fenômenos da emoção a consequências neuróticas derivadas da forma como o sexo é encarado ou não, exercido ou recusado...

Graças à visão espírita, porém, além das suas nobres funções orgânicas, desempenha também um papel emocional muito significativo, como decorrência da maneira como é considerado e vivenciado.

Na atualidade, em face de muitos fatores sociológicos e educacionais, o sexo tornou-se instrumento de fama, de poder, de domínio. .

As informações equivocadas e a ausência delas têm-no reduzido apenas a instrumento de prazer, no qual se encontram fontes de perversão e de gozo intérmino, transformando as criaturas em objetos de variado preço, mas de aquisição fácil desde que se disponha dos recursos exigíveis para tanto.

O sexo é portador de objetivos elevados, tanto do ponto de vista fisiológico como psicológico, pois que, além da finalidade procriativa a que se destina, proporciona a permuta de hormônios emocionais, contribuindo para a alegria de viver e a harmonia psicológica dos seres humanos.

Em face, no entanto, da denominada liberação sexual, tornou-se instrumento de nefando comércio, através do qual foi montada toda uma indústria de perversão e de permissividade, fascinando as pessoas atormentadas que se lhe entregam, inermes, ao domínio, vítimando-as cada vez mais.

Por outro lado, a facilidade apresentada pelas comunicações virtuais, vem-no oferecendo como produto de consumo em que as mais terríveis utilizações passam a ser apresentadas.

Nos lares desassistidos pela dignidade, multiplicam-se os casos de pedofilia, que se espalham pelas comunidades, estimuladas pelo turismo sexual infantil e as incontroláveis apresentações de espetáculos através da INTERNET, nos quais a criança é vilipendiada em todos os seus sentimentos, que se transformarão em suplício mais tarde.

O pior, nessas situações, é que muitas crianças são vítimas de pais inescrupulosos que as expõem a preço de moedas criminosas para manterem a ociosidade e a morbidez.

Não é rara a apresentação de crianças em situações reservadas aos adultos, como se os fossem em miniatura, imitando-os e tentando seguir-lhes os passos, em caricaturas vergonhosas, para o prazer dos adultos infelizes que os têm como filhos.

A sua infância é malbaratada por esses indivíduos perversos e doentes espirituais, que as viciam e impõem-lhes a morbidez, exibindo-as em atitudes ridículas e nada provocantes, que fascinam outros enfermos mentais, sempre à caça de sensações novas e extravagantes.

A educação sexual deve fazer parte do programa familiar, no qual todas as questões devem ser abordadas com naturalidade, no dia a dia, sem precipitação nem atraso.

Aquilo que a criança não aprende no lar, certamente encontrará deformado em outros lugares, onde não existe dignidade nem interesse pela sua saúde moral.

Indispensável, portanto, iniciar-se a educação sexual da criança, assim que ela possa tomar banho no mesmo momento que o pai, quando do sexo masculino, ou com a mãe, quando do sexo feminino, ensejando à sua natural curiosidade a explicação pertinente às funções orgânicas como aparelho excretor, tanto quanto na condição de reprodutor.

Elucidar com alegria que é através da união dos dois sexos que a vida material se perpetua e os espíritos dispõem da oportunidade de revestir-se do corpo físico, a fim de vivenciar as suas provas e expiações.

Sem excesso de pudor ou ausência dele, direcionar os filhos para o exercício sexual no momento adequado e evitar informações para as quais não haja interesse do educando.

Ao mesmo tempo, explicar, quando for oportuno, o uso indevido que é aplicado por pessoas enfermas e diante da vulgaridade exposta nos veículos de comunicação de massa, elucidar que a realidade difere daquilo, por tratar-se de exibicionismo comercial para atrair pessoas atormentadas.

A conversação sadia em torno do sexo no lar, de igual maneira como se abordam outros temas, constitui segurança para o comportamento equilibrado, mesmo quando se venha a deparar com as abjeções e dislates que se encontram em todo lugar.

Quando os pais notarem comportamentos diferentes nos filhos, como, por exemplo, preferências de natureza homossexual, devem examinar com espontaneidade sobre o significado da ocorrência, orientando o filho ou a filha para comportamentos saudáveis de respeito a si mesmo e ao grupo social, sem deixar que se lhes instalem conflitos, perfeitamente evitáveis.

Não considerar a ocorrência como uma infelicidade ou punição divina, como era normal nos redutos onde predominava ou remanesce a desinformação.

A problemática não é de natureza homo ou heterossexual, mas sim moral, colocando acima da opção a conduta de cada qual na maneira correta de conduzir a existência.

A reencarnação é oportunidade sublime de educação dos sentimentos e de aprimoramento das faculdades intelecto-morais, cabendo a cada um exercer a sua sexualidade conforme a sua constituição emocional, dentro dos padrões de dignidade e harmonia pessoal.

Os velhos pruridos a respeito da ocorrência devem ceder lugar aos impositivos das Leis Soberanas que ensejam ao espírito encarnar numa como noutra polaridade, a fim de desenvolver os valores pertinentes a uma como a outra experiência. A maneira como cada qual vivencie a jornada terrestre irá ensejar-lhe crescimento espiritual ou necessidade de refazer o caminho através da recuperação que lhe será proposta.

A constelação familiar, portanto, é o núcleo melhor da vida para a orientação sexual, evitando que pessoas desinformadas e em distonia emocional se encarreguem de apresentar os conflitos que as vítimam como sendo o melhor caminho a seguir, ao tempo em que as rápidas e perversas informações da mídia, que sempre induzem à liberação desastrada dos comportamentos que se convertem em espetáculos de sofrimento futuro, devem ser esclarecidas com mais profundidade.



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