Iluminação Interior

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CAPÍTULO 20

Laços de família

O lar, na Terra, é um bendito laboratório para as experiências inabordáveis da evolução do Espírito.

Por sua vez, a família constitui o campo sublime de realiza no qual ressurgem os labores intelecto-morais, ressurgem os labores que ficaram interrompidos pela imprevidência e agressividade, aguardando futura regularização. Isto porque, ninguém desrespeita os Soberanos Códigos da Vida, sem que não seja chamado à reparação inadiável.

Em face do largo processo reencarnatórioa simbólica escada bíblica de Jacó - no qual, os insucessos, não poucas vezes, superam os êxitos nas atividades empreendidas, ei-los que retornam a fim de se realizarem os indispensáveis ajustamentos, com novas programações para o futuro.

O lar, em consequência, em a família, tornam-se educandários de excelente qualidade para os ajustes e reabilitações dos agressores de qualquer natureza.

Na consanguinidade, portanto, encontram-se os laços que vinculam os Espíritos, uns aos outros, proporcionando-lhes a convivência necessária para a aprendizagem de comportamentos saudáveis, ao tempo em que faculta o desenvolvimento dos valores adormecidos, assim como das possibilidades de serviço autoiluminativo com vistas ao progresso da sociedade.

Por isso, o lar é a primeira escola da vida física, e a família é o mecanismo superior para a valorização dos tesouros da harmonia.

Nesse santuário de bênçãos, que é o lar, e nesse convívio familial, inimigos se acercam, atados pelos recursos genéticos, que impõem os impositivos da fraternidade, embora as lutas prossigam, não poucas vezes, acirradas, limando arestas, até o momento em que se possa triunfar sobre a animosidade, perdoando-se reciprocamente e passando-se a amar e compreender...

Na sua intimidade, endividados volvem ao mesmo proscênio, em cobranças vigorosas, que os vínculos da carne, responsáveis pelo estreitamento da convivência, ensejam o diluir dos sentimentos de vingança e de malquerença.

Algozes recomeçam sob a dependência das suas antigas vítimas, agora em situação diferente, a fim de recomporem os compromissos da vera fraternidade, instituindo o programa do bem comum, em forma de edificação pessoal e coletiva.

Pais e filhos, que foram comparsas em erros ou se fizeram adversários sistemáticos, novamente defrontam-se, sem justificação válida para a postergação do dever de união e de paz.

Amantes traídos e traidores do sentimento afetivo, reaparecem em carência e vivenciam o vazio existencial, incompreendidos e desolados, aprendendo respeito ao seu próximo e compreensão em torno da solidariedade que deve viger entre todos.

Afeições dignificantes que foram perturbadas pela vilania dos desejos inferiores, ressurgem na família, exigentes e aterradoras, em confusão de sentimentos que a desconsertam...

Por isso, não se tem a família na qual se gostaria de gostaria mas aquela que se torna necessária para a mais valiosa conquista de espiritualidade.

Lares, pois, desagregados e famílias turbulentas, são as consequências da conduta de cada um dos seus membros, ora unidos para refazimento das emoções, conquista da harmonia, respeito pelo equilíbrio, superação do egoísmo...

Não maldigas o ninho doméstico, que se desfez, fixando-te, ave implume, sem abrigo.

Não lamentes a orfandade, nem a solidão por onde transitas no rumo da Imortalidade em triunfo.

Recomeças a jornada terrestre em condição de dor e de provação, por imperiosa necessidade de reeducação.

Evita reclamar os tormentos domésticos, na família e Deus te concedeu para crescer moralmente.

Fazes jus a todos esses desatinos que te aturdem, pois que são os frutos ácidos do teu comportamento anterior, quando poderias ter edificado a harmonia e a fraternidade em volta dos teus passos, havendo preferido a dominação e a perversidade em relação aos outros.

Nas refregas das lutas ásperas, abençoa o filho ou filha ingratos, que te crucificam moralmente, mediante destas e acusações indevidos. Eles ainda não identificaram os teus sentimentos nobres, somente recordando-se da infame conduta que antes te permitiste em relação aos compromissos que mantiveste.

Se lutaste por educá-los da melhor maneira possível ao teu alcance, e não conseguiste mudar-lhes o comportamento, que prossegue cruel, ama-os, assim mesmo, de modo que mantenhas a tua consciência em paz, como decorrência do dever retamente cumprido.

Se o teu nubente ou parceiro, masculino ou feminino, fere-te e desconsidera-te, apiada-te da sua crueza, permanecendo em atitude de auxílio, silenciosamente e com paciência.

Se a hostilidade e a revolta, no corpo que geraste, magoam as tuas emoções superiores, oferta-lhes compaixão, não descoroçoando na arte de compreender e auxiliar.

A verdadeira família, sem dúvida, é a espiritual.

O grupo físico, que se reúne no teu lar, constitui a oportunidade reeducativa para o teu processo de evolução.

Encontrarás familiares queridos em outros clãs, que gostarias estivessem contigo, mas por enquanto ainda não os mereces. Tem paciência e confia no amanhã. Corrige e aplaina a retaguarda, a fim de que possas voltar a percorrer essa mesma estrada sem dificuldades no futuro.

Cada membro do teu lar é uma gema preciosa que Deus te concede para lapidação, a fim de que a grandeza que lhe dorme sob a ganga seja desvelada e possa brilhar ante qualquer claridade que a atinja.

Esforça-te por amar a tua família, por mais avessa que seja ao sentimento de ternura, não deixando que o teu lar se esfacele, mesmo que os rudes camartelos das discussões e ressentimentos golpeiem-no de contínuo.

Há, sim, famílias consanguíneas que reúnem Espíritos queridos, que se amam e se ajudam, mas isso não constitui regra geral...

A fim de que a fraternidade alcance grupos distantes, as Divinas leis propõem as experiências dolorosas, normalmente, nos grupos familiares, de modo que a paciência e a misericórdia substituam a traição e o ódio, a indiferença e a crueldade que um dia, no passado, afastaram os Espíritos que se deveriam amar, levandoos Agraves dores e perturbações.

Os laços, pois, de família, são de estrutura espiritual, no entanto, mediante as reencarnações felizes, nas quais se resgatam velhos compromissos, surgem o amor e a bondade para os unir definitivamente.

Eis por que Jesus, admoestado pelos amigos, a respeito dos familiares que O buscavam, tentando interromper-Lhe o ministério, interrogou, esclarecendo: - Quem são meu pai, minha mãe e meus irmãos, senão que fazem a vontade de Deus?

A sua era e é, pois, a família universal.



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