Lições para a Felicidade

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CAPÍTULO 8

BATALHA ENCARNIÇADA

466. Por que permite Deus que Espíritos nos excitem ao mal?


"Os Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem. Como Espírito que és, tens que progredir na ciência do infinito. Daí o passares pelas provas do mal, para chegares ao bem. (...) "

A luta é o clima natural pelo qual se opera o processo evolutivo.

Os fenómenos de transformação fazem parte da agenda universal.

A vida, sob o ponto de vista biológico, expressa tal ocorrência mediante o nascimento, a existência e a morte de todos os seus elementos, culminando na sua interrupção, especialmente no ser humano, que é o patamar mais avançado em que se expressa a organização celular.

No que diz respeito ao convívio social e ao interrelacionamento pessoal, os mecanismos transformadores em lutas contínuas encarregam-se de elaborar os ajustamentos e as atividades que desenham os programas iluminativos para todos.

As batalhas encarniçadas são travadas em toda parte como decorrência dos limites morais do ser humano, particularmente quando escravizado ao egoísmo e direcionado pela insensatez dele decorrente.

Nessa peleja, multidões sucumbem hipnotizadas pela ilusão, devoradas pela sandice, desarvoradas pela frustração.

A morte interrompe sempre sem piedade esses despautérios e planos audaciosos de dominação pela força, que ainda vigem em muitos indivíduos alucinados.

Transferindo-se esses desprevenidos para o mundo espiritual, e constatando o prosseguimento da vida, legiões de violentos teimam em prosseguir nos dislates a que se entregaram, quais novos Lucíferes buscando igualdade ou mesmo superioridade a Deus, conforme a proposta da mitologia bíblica...

Vitalizam a animosidade entre as criaturas humanas, inspirando o ressentimento que cultivam, acusando-as pelo seu fracasso e investem desesperados contra todos, agredindo também as Instituições, por mais veneráveis, que lhes despertam ódios incomuns, na fúria de que se deixam possuir.

Auto-identificam-se como sendo as forças do mal em contínuo enfrentamento contra o Bem e todas as suas expressões.

Agradar-lhes-iam o fracasso e a loucura das massas, locupletando-se por absorção das suas energias vitais, de que se procuram nutrir, mediante vampirizações perversas.

Estão em toda parte e se fazem ameaçadoras.

Através da História demonstraram os seus objetivos infelizes, irrompendo com frequência e sitiando os missionários do amor e da luz, que jamais as temeram, advertindo os seus coetâneos e deixando informações claras para todos os tempos futuros.

Estes são dias iguais àqueles, nos quais os desafios do mal se fazem mais vigorosos e ousados.

Não mais sutilmente se apresentam, mas de maneira frontal, utilizando-se das imperfeições morais dos encarnados que lhes oferecem guarida.

Observa à tua volta o que vem ocorrendo. Verás disparates e desastres morais de todo porte, loucura emocional e desajuste comportamental ceifando alegrias e espalhando sandice, abandono de ideais, suicídios desastrosos...

Os escândalos se sucedem, tornando sombria a paisagem moral dos homens e mulheres terrestres. Nos mais diferentes segmentos da sociedade os desequilíbrios se apresentam e extremadas aberrações espocam, tentando adquirir cidadania, em razão do destaque das pessoas envolvidas, gerando perplexidade naqueles que são sensatos, pela maneira como se manifestam, dando a impressão de que o bem, a ética, o dever desapareceram, e somente a venalidade e o desrespeito predominam em a natureza humana.

A desonestidade e a astúcia dão-se as mãos para os crimes de toda natureza, que invadem os gabinetes governamentais, as assembleias e as altas câmaras onde se reúnem aqueles que elaboram as leis e se comprometeram velar pelos interesses públicos, alguns deles sendo os primeiros a dilapidarem o património económico e legal da sociedade.

Os comportamentos religiosos, que deveriam primar pela probidade e equilíbrio em razão dos postulados morais e espirituais que lhes servem de alicerce, não têm escapado ao tormento da irresponsabilidade e são atirados em ruidosos escândalos que estarrecem, desde a agressão sexual infantil aos estupros, aos furtos e roubos, aos homicídios...

Há um plano bem urdido para demonstrar a nulidade dos valores humanos, deixando sinais claros de que, em torno da conduta silenciosa dos indivíduos aparentemente modelares, encontram-se pantanais não conhecidos, nos quais submergem periodicamente através de práticas degradantes que ninguém poderia imaginar.

O objetivo essencial dessa batalha é semear a desconfiança nas conquistas elevadas do ser e, por extensão, gerar medo e perplexidade, rompendo os elos de vinculação com o equilíbrio que todos procuram.

É, portanto, esta, uma batalha encarniçada, na qual todos se encontram envolvidos, porque do Bem contra o Mal.

Nela não há lugar para a imparcialidade.

A tua definição espírita impõe-te o dever de lutar, certamente com as armas do amor, da benevolência e da caridade, como fazem muitos outros homens e mulheres honestos, que jamais se deixaram contaminar pelo bafio pestilencial do crime e da brutalidade que toma conta da Terra.

São esses cidadãos honrados, que demonstram os valores da civilização e da ética em pleno vigor no mundo, embora aquelas exceções.

Desse modo, nunca percas o teu tempo em contendas infindáveis com esses insensatos discutidores, agindo de maneira irretocável, não cedendo espaço para o mal que neles domina, traduzido no seu desalinho emocional.

A não-neutralidade não implica uma atitude de conflagração, mas de paz interior ante a luta.

O incêndio se apaga quando lhe falta combustível.

Não forneças elementos aos servos da loucura para que aumentem o disparate. Com seriedade e trabalho, oração e amor, vencê-los-ás.

Estes são os graves dias que definirão o futuro da Humanidade e do planeta terrestre.

Renasceste neste período, a fim de desfazeres o mal que semeaste no passado.

A encarniçada batalha ceifa ideais, sentimentos dilaceram-se, esperanças fragilizam-se, vidas estiolam-se por falta de segurança.

Arrima-te em Jesus e segue-Lhe o exemplo.

Ele enfrentou essa mesma conflagração, que jamais O atemorizou, dela saindo vitorioso, embora plantado numa cruz, mas de braços abertos em atitude de quem espera para afagar, perdoando a todos e ressuscitando depois, nimbado de paz e de amor.



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