No Rumo da Felicidade
Versão para cópiaANTÍDOTO EFICIENTE
Incêndio voraz, que calcina tudo quanto encontra pela frente;
ácido destruidor, que dissolve o material que alcança; vírus perigoso, que úlcera quem o conduz e contamina em volta, o ódio é o remanescente terrível do primarismo do ser humano emtrânsito para mais nobres patamares.
O tóxico que esparze envenena a atmosfera que se faz irrespirável, enfermando quem lhe busque o oxigênio mantenedor de vida.
O ódio, sob qualquer manifestação em que se apresente, é sempre injustificável expressão de tormento que predomina em a natureza humana, enjaulando-a emlôbrega situação.
Aquele que odeia perdeu o endereço de si mesmo, fixando-se na monoideia da vingança como mecanismo estimulante do prazer e da autorrealização.
Apoiando-se em bases falsas, quais a inveja, o ressentimento, os desejos ignóbeis, os complexos de inferioridade e a insegurança pessoal, urde perigosas armadilhas para aqueles contra os quais dirige as suas violentas vibrações.
Surdo a quaisquer explicações, somente enxerga aquilo que lhe apraz ver, anestesiando a capacidade de discernir, enquanto entorpece os sentimentos superiores bloqueando-lhes as manifestações.
Mesmo quando na sua fúria atinge aquele a quem vítima, não deixa de comburir, terminando por estiolar as resistências de quem o vitaliza.
O ódio é mensageiro da enfermidade, do desastre e da morte, sem lugar a alteração de rota.
Quando alguém se sente ofendido e desvaira na alucinação do ódio, aquele que o causou nada pode fazer de momento para atenuar-lhe a intensidade. Qualquer tentativa de minimizar-lhe a fúria, mais a aumenta, tornando-se difícil qualquer diálogo construtivo.
A flecha, quando disparada, não pode retornar ao ponto de partida. Os efeitos danosos poderão ser reparados, porém, não é mais possível detê-la.
Da mesma forma, quando alguma ação infeliz é executada, torna-se indispensável aguardar o tempo, a fim de modificar-lhe os resultados nefastos.
Nem atitude de subserviência em relação àquele que se sente ofendido, nem demonstração exagerada de arrependimento.
Somente o amor possui os valiosos antídotos para esse terrível adversário da libertação espiritual da criatura humana.
Expressando-se como paciência diante dos revides do adversário, trabalha pelo seu bemmediante os mais diferenciados métodos que lhe estejam ao alcance.
A perseverança nos propósitos dignos consegue demonstrar que os sentimentos íntimos já não são os mesmos do momento perverso.
A conduta saudável, que persiste inalterada sob as chuvas de agressões e acusações descabidas, consegue esgotar o arsenal de impropérios e rancores que são cultivados com perversidade.
A caridade dirigida ao rebelde, quando as circunstâncias assim o permitem, produz o milagre da anulação do ódio, instalando os alicerces do bem, que então se desenvolverá no seu íntimo.
A humanidade sai lentamente do instinto para a razão, da agressividade para o entendimento, do ódio para o perdão...
E longa a saga da iluminação; no entanto, cada conquista faculta mais amplas possibilidades de enriquecimento de paz.
Nunca te permitas a instalação do ódio nos teus painéis morais e mentais.
Ouve as acusações com misericórdia pelo agressor.
Coloca-te no lugar dele, e constatarás que se encontra fora de si, intoxicado pelos vapores da própria loucura.
Mantém-te em paz, seja emqual circunstância for, sem pressa de justificar-te ou de conquistar o ofensor.
À tua semelhança, ele tambémdespertará no momento próprio, e refará o caminho...
Jesus é o protótipo do ser detestado pela fúria farisaica e pela inveja de todos aqueles que, na impossibilidade pessoal de se Lhe assemelharem, voltaram-se contra o Seu apostolado.
Ele, porém, manteve-se inalterável, amando-os e perdoando-os até o fim.