Vitória Sobre a Depressão
Versão para cópiaFé e Bênção
No turbilhão da vida moderna, quando a pessoa parece ter perdido a dimensão do tempo e o valor do espaço em contínua refrega para ter e poder, a fé religiosa diminui de intensidade em muitas mentes e sentimentos.
A justificativa da ausência de tempo para as questões, aliás, fundamentais da existência, torna a marcha evolutiva árida, adstrita exclusivamente às pertinentes à matéria e aos impositivos sociais, às conquistas financeiras e culturais, aos relacionamentos lucrativos, aos investimentos que proporcionam retorno imediato, à competição contínua, vez que outra à recreação em lugares paradisíacos e muito bem frequentados, aqueles que se encontram na moda… O enfoque materialista sobrepõe-se à formação religiosa anterior, como se a mesma estivesse ultrapassada, porque canhestra e inoportuna, já não merecendo a dedicação de alguns minutos diários pelo menos, para as reflexões que proporcionam a alimentação da alma.
O ser humano é um animal essencialmente religioso, até mesmo quando não se dá conta dessa realidade, porquanto, ao vincular-se a outros ideais e objetivos existenciais, presta-lhes um verdadeiro culto de fé, embora sem a conotação espiritual.
Muita falta faz a fé religiosa no ser humano moderno, por ser um archote luminoso em noite escura, conduzindo aquele que o carrega de maneira segura pelos escusos caminhos que é convidado a percorrer.
Naturalmente, referimo-nos à fé estruturada na razão, defluente de estudos e reflexões que demonstrem a sua autenticidade e vigor quando se lhe busca o apoio.
Muito dificilmente alguém poderá enfrentar as tempestades e refregas do mundo no dia-adia, sem o apoio da esperança e do conforto da caridade, como diletos filhos do amor.
Aquele que, a qualquer pretexto, isola-se, tem ressequido o sentimento de afetividade, estando às bordas de um transtorno esquizofrênico, em discreto agravamento.
A convivência inevitável com o próximo, mesmo quando o indivíduo não tem vinculação religiosa, é inevitável, em face dos compromissos familiares, sociais, comerciais, culturais, etc., impondo deveres e direitos recíprocos, que necessitam de ser mantidos a benefício da própria sociedade.
Quando a fé religiosa se faz presente no ser humano, muito mais fácil se lhe torna a marcha, porque compreende a razão dos acontecimentos, a necessidade de crescer mental e emocionalmente, desenvolvendo as aptidões do bem e do saber, sentindo-se parte valiosa do grupamento que se lhe apresenta na condição de família ampliada.
A fé é uma verdadeira bênção que merece o cultivo com carinho e constância.
Naturalmente que necessita do combustível da oração, a fira de manter-se vigorosa em todas as situações.
Pode-se afirmar que a travessia da existência humana pelos pelagos vorazes do oceano carnal sem a fé, é semelhante à situação de um barco navegando sem bússola.
Quando alguém se apoia na certeza da proteção de Deus, fenômenos fisiológicos e psicológicos ocorrem automaticamente auxiliando-o na preservação ou na aquisição do equilíbrio e do bem-estar.
Aqueles que se afastaram das convicções religiosas, nos momentos difíceis do aljube físico, não dispõem de suporte emocional para resistir com harmonia interior aos embates do sofrimento. O materialismo a que se aferram não possui instrumentos de amor nem de confiança para serem utilizados, porque o terrível fantasma do nada aturde-os, abrindo-Jhes espaços sinistros para a fuga enlouquecida pelo suicídio, a fim de livrar-se da situação aflitiva em que se deparam. Como efeito, mergulham em um abismo sem fundo, no qual a realidade da vida se lhes apresenta com as fortes injunções das quais desejaram fugir.
É de suprema angústia o despertar do niilista que encontra a vida negada após a morte do corpo físico.
Adicionam-se-lhe à dor moral da constatação da realidade, a noção do tempo malbaratado, o peso do remorso pelo sofrimento que se impôs através da deserção, a amargura pela conscientização da soberba nefanda e da presunção doentia a que se aferrava.
Não importa a denominação da escola de fé religiosa a que o indivíduo se vincule, mas a mensagem de vida imperecível que todas oferecem aos seus seguidores. Vivendo os seus postulados com honestidade e trabalhando as próprias imperfeições, ele adquire a tranquilidade indispensável aos enfrentamentos inevitáveis.
Ninguém passa pelo trânsito físico sem os atropelos do percurso, que se fazem necessidade para o crescimento interior.
Graças aos avanços científicos e tecnológicos, têm sido vencidos e decifrados muitos dos enigmas que antes ameaçavam a vida na Terra.
De igual maneira, esses mesmos instrumentos colocados a serviço da investigação da vidaalém-da-vida, têm confirmada a legitimidade dos fenômenos mediúnicos que demonstram a sobrevivência do Espírito à disjunção celular, oferecendo a certeza da imortalidade na qual a vida se expressa.
Essa convicção haurida no Espiritismo enseja a religião da fé raciocinada que ilumina os mais sombrios acontecimentos, explicando-lhes a causa e propondo as técnicas para a sua libertação.
E, desse modo, a religião dos Espíritos, o mais ferrenho adversário da negação, a mais bela formulação filosófica para dar sentido psicológico à vida física, apresentando-a como decorrência daquela de natureza espiritual.
A fé religiosa desse porte transforma-se em alavanca poderosa que impulsiona ao progresso individual e coletivo, dignificando o ser que se renova a todo instante, facultando alcançar a plenitude à qual aspira.
Entre as magistrais parábolas enunciadas por Jesus, a que diz respeito à fé do tamanho de um grão de mostarda oferece a dimensão que o Mestre concedia a esse sentimento de religiosidade interior.
Graças a essa confiança, pode-se fazer tudo quanto se deseja, porque não faltarão estímulos para consegui-lo.
A fé religiosa, portanto, constitui uma inestimável contribuição para a autossuperação dos conflitos, a vitória sobre a inferioridade moral, a aquisição da paz…
…Se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: passa daqui para acolá, e ele há de passar, e nada vos será impossível. (Mateus
Busca-a através da reflexão, e conseguirás um tesouro de valor incalculável.
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Mateus 17:20
E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá ? e há de passar; e nada vos será impossível.
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