Vivendo Com Jesus

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CAPÍTULO 16

Sementes De Vida Eterna

As parábolas constituem, ainda hoje, um dos métodos mais eficientes nas construções psicopedagógicas que objetivam a edificação de homens e mulheres saudáveis.

Elaboradas de maneira encantadora, muito próximas da realidade do cotidiano, a ponto de gerarem dúvidas se as suas narrações são verdadeiras ou concebidas, em todas as épocas preservaram as lições inigualáveis de Jesus.

Os sábios do mundo, cujo modelo é o Mestre, são silenciosos e somente falam, quando necessário, com palavras exatas, portadoras de significados profundos. Os tolos falam demasiadamente, abordando o que não sabem e fingem conhecer, perdendo-se no labirinto da própria ignorância.

Jesus conhecia os Seus seguidores, penetrava-lhes os conflitos, trabalhava em silêncio a sua transformação, modelava-os com paciência, a fim de que se equipassem dos instrumentos valiosos para o ministério que lhes estava reservado.

Enfrentando, no entanto, auditórios díspares, multidões constituídas de grupos diferentes de cultura e de vivência, conseguia ser ouvido, porque sabia ministrar sensibilidade e sa-bedoria com destreza e habilidade raras. Aos seus conselhos va-liosos Ele adicionava as narrativas que elaborava, utilizando-se das imagens do dia a dia de todos, de forma que as informações jamais fossem esquecidas.

Psicólogo especial sabia como alcançar as áreas sombrias da personalidade dos Seus ouvintes e aplicar-lhes a terapia conveniente sem alarde, permitindo-se majestoso silêncio após os instantes de maravilhas, quando se refugiava na oração, no afastamento dos grupos estúrdios e bulhentos, a fim de estar sempre em comunhão com Deus.

Porque o movimento que administrava apresentasse os 3:8 - nota da Autora espiritual)

Tratava-se da experiência de um homem dedicado ao cultivo do solo que se pôs a semear. Porque a área fosse muito grande, ele atirou as sementes que caíram nos mais diversos sítios, como a beira do caminho, os lugares pedregosos, entre espinhos e em boa terra...

De acordo com o local, as sementes enfrentaram as circunstâncias e padeceram as consequências naturais, culmi-nando pela produção daquelas que encontraram solo fértil e se reproduziram uma em cem, outra em sessenta, outra mais em trinta grãos, compensando a aplicação de todas, especialmente daquelas que se perderam.

Em toda ensementação há sempre o risco do prejuízo em relação àquelas que são atiradas a esmo e não encontram os recursos hábeis para a germinação ou, mesmo depois de ger-minadas, não conseguem produzir. Nada obstante, a compen-sação vem por meio daquelas que encontram solo bom e gene-roso, produzindo em quantidade tão expressiva que enriquece aquele que ali as colocou no solo.

Na maravilhosa parábola detectam-se quatro tipos de solos, que podem ser muito bem a representação das criaturas humanas.

Pessoas existem que ouvem falar das bênçãos do Evangelho e até mesmo interessam-se por recebê-las; no entanto, quando chegam os momentos de definição de rumo, de aplicação do tempo, porque as sementes se encontram à beira do caminho, na superfície, são comidas pelas aves dos céus, desaparecem vencidas pelos abutres dos vícios e os corvos da insensatez.

Desejam tudo, sem investir nada. Acostumadas às questões eminentemente materiais, somente se preocupam em preservar aquilo que lhes atende à avareza, ao egoísmo, aos interesses imediatistas.

São convenientes e falsamente afetuosas desde que possam usufruir o máximo, como se a finalidade da existência se transformasse num jogo de prazer e de ter, sem melhores sig-nificados. São solos áridos, à margem dos caminhos por onde outros passam também indiferentes. São inóspitas e vivem soli-tárias nas suas angústias e ansiedades mal disfarçadas.

Outras se caracterizam pela rudeza, pela maneira grosseira com que se comportam, recordando solos pedregosos, desafiadores. Mesmo quando se lhes cuida, parecem imper-meáveis, como se não possuíssem áreas vulneráveis para uma reforma interior, para a modificação de estrutura interna, sempre armadas contra tudo e todos. Às vezes, o Bem desenha alguma esperança, mas os sentimentos patológicos ardem como o sol que cresta as possibilidades e mesmo quando algo encontra guarida nas aspirações, não suporta o calor da agressividade e a falta do adubo da ternura e do amor para sobreviver, deixam que morra à míngua da água da misericórdia...

À semelhança das anteriores, podem encontrar-se grandes grupos de almas angustiadas, assinaladas pelos espinhos do desconforto moral em que vivem, acolhendo o mau humor e tentando brechas para a autorrenovação. Quando se pensa, po-rém, que houve a transformação moral e espiritual para melhor, as emoções perversas tomam conta da plantação da ternura e da bondade, asfixiando-a, crestando-a de forma implacável.

Nada obstante, também existem as pessoas que se encontram preparadas para a ensementação do Evangelho, para a vivência do Bem, faltando somente que alguém lhes alcance as paisagens emocionais e, logo que recebem a dádiva do grão que irá fertilizar lhes o Espírito, deixam-se dominar pelas alegrias, propiciando todos os recursos hábeis para que haja resultados opimos. Sacrificam-se em favor da oportunidade que lhes é reservada, dedicando-se com abnegação ao mister de preservar e de produzir o Bem que se lhes insculpiu na alma.

São afetuosas e ricas de alegrias, transparentes e gentis, melhoradas com a dádiva da presença de Jesus em suas vidas, assim tornando-se mensageiras vivas da mensagem de libertação e de vida eterna.

Produzem no Bem, entregam-se ao apostolado do Amor, vivem em função das bênçãos de que se fizeram objeto, transformando-se em pão de vida no celeiro fecundo da existência terrena.

Tornam-se apóstolos do Amor e missionários da esperança, abrindo caminhos em matagais, para que se instalem as edificações do Reino de Deus, e nunca desfalecem, haja o calor das rudes batalhas, o inverno cruel da indiferença dos outros, porque entendem o significado do Mestre em suas vidas.

O Semeador Divino prossegue, portanto, atirando sementes em todas as direções, sem preocupar-se com o resultado imediato do trabalho, que será coroado de êxito no momento quando as sementes que caíram no solo ubérrimo, na terra boa, reproduzam-se de maneira eficiente e vantajosa.

Ante essa oportuna parábola, cabe aos verdadeiros discípulos de Jesus na atualidade, como em todos os tempos, proceder a uma análise, a fim de verificarem qual o tipo de solo que são, o que necessitam fazer para transformar-se sempre para melhor, até alcançarem o patamar de terra boa e generosa.

(...) Eis que o semeador saiu a semear.

E as sementes caíram...



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Mateus 13:3

E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.

mt 13:3
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Mateus 13:4

E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;

mt 13:4
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Mateus 13:5

E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;

mt 13:5
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Mateus 13:6

Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.

mt 13:6
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Mateus 13:7

E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na.

mt 13:7
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Mateus 13:8

E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.

mt 13:8
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