Sabedoria do Evangelho - Volume 2
Versão para cópiaCURA DA MÃO A TROFIADA
9. Tendo Jesus partido daquele lugar, entrou na sinagoga deles.
10. E achava-se ali um homem que tinha a mão atrofiada; e o para que o acusassem perguntaram-lhe: "é lícito curar aos sábados"?
11. Respondeu-lhes ele: "qual é o homem dentre vós que, tendo uma ovelha, se ela ao sábado cair numa cova, não a apanha e tira?
12. Ora, quanto é superior um homem a uma ovelha! Logo é lícito fazer o bem aos sábados".
13. Então disse ao homem: "Estende tua mão" Ele a estendeu, e a mão lhe foi reconstituída sã como a outra.
14. Mas, saindo dali, os fariseus reuniram-se em conselho, para resolver como o destruiriam.
1. Entrou Jesus outra vez na sinagoga, e aí se achava um homem que tinha uma das mãos atrofiada.
2. E observavam-no para ver se o curaria no Sábado, a fim de o acusarem.
3. Disse Jesus ao homem que tinha a mão atrofiada: "Levanta-te e vem para o meio de nós".
4. Então lhes perguntou: "É lícito, aos sábados, fazer o bem ou o mal, salvar a vida ou tirá-la? Mas eles ficaram silenciosos.
5. E olhando em redor com desgosto, entristecido pela insensibilidade de seus corações, disse ao homem: "Estende tua mão". Ele a estendeu e a mão lhe foi reconstituída.
6. Saindo dali, os fariseus entraram logo em conselho com os herodianos contra ele, para ver como o destruiriam.
luc. 6:6-116. Aconteceu em outro sábado entrar na sinagoga e ensinar; ora, achava-se aí um homem que tinha a mão direita atrofiada,
7. e os escribas e fariseus observavam-no para ver se ele o curava no Sábado, a fim de acharem acusação contra ele.
8. Mas conhecendo-lhes ele os pensamentos, disse ao homem que tinha a mão atrofiada: "Levanta-te e fica em pé no meio de nós". E ele levantou-se e ficou de pé.
9. Disse-lhes Jesus: "Perguntovos: é lícito no Sábado fazer o bem ou o mal, salvar a vida ou tirá-la"?
10. E olhando para todos os que o rodeavam, disse ao homem: "Estende tua mão". Ele a estendeu, e a mão lhe foi reconstituída.
11. Mas eles encheram-se de raiva e discutiam uns com os outros, para ver o que fariam a Jesus.
Outra cena passa-se ainda na sinagoga "deles", também num sábado (provavelmente a 29 de maio).
Aqui, os fariseus não esperam o fato para depois criticá-lo: tomam a dianteira, como que para avisá-lo de que não transgrida a lei mosaica. A pergunta que lhe dirigem é capciosa. Tinham eles a certeza do comportamento de Jesus, pois já o haviam testemunhado com frequência: à vista da enfermidade, ficava condoído e curava, não resistindo à compaixão que Lhe causava o sofrimento alheio. Todavia, eles buscavam situações em que pudessem acusá-lo.
A "mão atrofiada" (em grego zêrê, "sêca" - só Marcos emprega o particípio eyêramménên, dando a ideia de que não era congênito o mal, mas fora paralisada e ficara descarnada por acidente), era, segundo Lucas, a "mão direita".
Jerônimo (Patr. Lat. vol. 26 col.
78) escreve: "No Evangelho usado pelos nazareus e pelos ebionitas (é apócrifo), e que geralmente é tido como o original de Mateus, está dito que esse homem, cuja mão se atrofiara, era pedreiro, e implorava o socorro com estas palavras: sou pedreiro e ganho a vida com o trabalho das mãos: peço-te, Jesus. dá-me saúde, para que não passe vergonha de ter que mendigar para viver".
A resposta de Jesus obedece ao tipo de casuística rabínica, argumentando, do menos ao mais. Se pode salvar-se uma ovelha de afogar-se, num Sábado, quanto mais um homem, de muito superior. A conclus ão é clara: "é lícito curar num Sábado". E imediatamente passa à ação.
Num comportamento que demostra uma ostentação deliberada, Jesus manda que o doente fique de pé, no meio da assembleia, para que todos o vejam e se condoam, verificando, ao mesmo tempo, a cura sensacional.
E então pergunta: "é lícito fazer o bem ou o mal"? Essa pergunta emudece os fariseus, atrapalhados em sua má-fé. Não poderiam dizer que não era lícito fazer o bem, pois seriam condenados por todos. E se dissessem que fazer o bem era lícito, apoiariam plenamente a ação de Jesus.
Diante do embaraço deles, Jesus olha em redor (periblepsámenos, expressão que volta em MC
11) com desgosto. Já vimos o sentido de orgê, na pág. 25 deste volume: insatisfação, desgosto, paixão, mas nem ira, nem raiva. E além disso, sentiu profunda tristeza e compaix ão (sullupoúmenos) que se revelaram em Sua expressão facial. Não podia compreender a insensibilidade (o "endurecimento": o termo grego pórôsis exprime o endurecimento de algo que normalmente é mole) de seus corações.
E então, sem um gesto sequer, mas com simples palavras, realiza a cura. Não violara o repouso do sábado, pois em lugar algum se dizia que era proibido falar. E eles ficaram com raiva deles mesmos, diante de sua impotência de opor-se a Jesus. Sem cogitar de "impurezas legais", vão unir-se aos herodianos: era indispensável levar a guerra àquele homem até o extermínio, pois ele os desprestigiava e humilhava seu orgulho.
E foi tomada a decisão (sumboúlion edídoun) de eliminá-lo.
Depois dos ensinamentos teóricos, um exemplo prático.
O homem atrofiara sua mão, e dela precisava para seu serviço. Jesus cura-o, arrostando com isso o ódio dos "donos da religião", aliados, como sempre, ao "poder temporal", que bajulam para não perder os favores transitórios da Terra.
Mas essa é a lição "externa".
Internamente, vemos que a individualidade deve despreocupar-se de tudo o que possam dizer ou fazer os outros, e agir sempre no interesse do aperfeiçoamento de sua personalidade.
Se nossa personalidade está atrofiada em sua mão direita, ou seja, se não agimos com devêramos, por qualquer motivo, a individualidade deve colocar-nos, como exemplo, no meio da multidão e modificar de público nossa atuação, sem temor dos julgamentos apressados que nos condenarão à morte.
O que desgosta e entristece Jesus (a individualidade) é verificar a má-fé, a incapacidade de compreender, daqueles que, estando revestidos de autoridade, têm os corações insensíveis, as mentes obturadas, e não vêem, porque não querem ver: endureceram a mente, cadaverizaram o pensamento, enrijeceram o raciocínio em moldes imutáveis e, sem piedade, colocam os preceitos (que eles mesmos ou seus antecessores estabeleceram) acima das criaturas.
Jesus ensina e exemplifica uma coisa, mas muitos pensam "provar" que são Seus discípulos, quando fazem exatamente o contrário do que Jesus disse e praticou! Realmente, corações incapazes de compreens ão, de maleabilidade, de misericórdia!
Mas Ele mesmo nos ensinará o que devemos fazer nesses casos.
Veja mais em...
Mateus 12:9
E, partindo dali, chegou à sinagoga deles.
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Mateus 12:10
E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?
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Mateus 12:11
E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará?
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Mateus 12:12
Pois quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer bem nos sábados.
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Mateus 12:13
Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra.
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Mateus 12:14
E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem.
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Marcos 3:1
E OUTRA vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada.
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Marcos 3:2
E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem.
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Marcos 3:3
E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio.
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Marcos 3:4
E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se.
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Marcos 3:5
E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra.
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Marcos 3:6
E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam.
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