Sabedoria do Evangelho - Volume 4

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CAPÍTULO 6

NO MAR DA GALILEIA

(Julho do ano 30 A. D.)

MT 15:29-31


29. Tendo deixado esses lugares, Jesus voltou para as margens do Mar da Galileia, e, subindo ao monte, sentou-se aí.


30. E veio a ele grande multidão, trazendo consigo coxos, estropiados das mãos, cegos e surdos, e deitaram-nos aos pés de Jesus e ele os curou,


31. de modo que a multidão se maravilhou ao ver mudos a falar, estropiados curados, coxos a andar e cegos a ver, e glorificou o Deus de Israel.

A primeira metade do vers. 29 já nos foi mais minuciosamente relatada por Marcos (capítulo anterior).

Sobe "à montanha". Qual? Não nos é dito, mas apenas determinado o local pelo artigo. O fato é que mais uma vez a multidão se reúne a Seus pés.

As curas efetuadas, ao que parece todas instantâneas, compreendem quatro tipos de enfermidades: chôlós, "coxo"; kydlós, "aleijado das mãos"; typhós, "cego"; e kôphós, "surdos" ou "mudos".


O sentido preciso de kôphós é "embotado", "silencioso", podendo expressar tanto o "surdo" (cfr. Plutarco, Morales, 337 e 791e), quanto "mudo" (cfr. Platão, Leges 932a; Ésquilo, Septem contra Thebas,

202); talvez, até, possa exprimir "surdo-mudo", conforme vemos em Heródoto (1,
34) que qualifica de kôphós um dos filhos de Creso, especificando que "não falava", (era "áphonos", 1,
85) e também que" não ouvia" ("diephtharménos tên akouén", 1, 38).

Essas curas causavam profunda admiração no povo e a notícia se espalhava célere por todas as localidades vizinhas. Observam alguns comentaristas que essas enfermidades não são de reincidência (como seriam febres, resfriados, etc.) mas crônicas; e que, uma vez curadas, não voltavam. E perguntam como poderia haver tantos desses enfermos numa população relativamente escassa, para justificar todos os passos dos evangelistas. Em vista do simbolismo de que se reveste todo o texto evangélico, não vemos dificuldades em aceitar as anotações que até nós chegaram.

A frase final "e glorificaram o Deus de Israel" é bem característica do povo que, tendo seus "deuses" (santos ou espíritos protetores), não deixam de reconhecer que o santo ou protetor (Deus) do povo de Israel (ou seja, o especial amigo do taumaturgo) é digno de louvores, pelo extraordinário poder que revela quando se manifesta.

Todas as vezes que a Individualidade chega às margens do Mar da Galileia (as águas tranquilas d "Jardim Fechado"), tem ocasião de "subir ao monte", isto é, de elevar suas vibrações (que importa o" nome" do monte?) e lá, aproveitando ambiente harmônico, vai curando as mazelas de seus veículos inferiores. E que isso ocorre de fato, nós o verificamos porque hoje até a medicina profana já descobriu o valor da talassoterapia.

A Individualidade identifica os veículos que custam a caminhar (coxos) não conseguindo acompanha: o ritmo das aspirações do Espírito, aqueles que agem desajeitadamente (estropiados das mãos), fazendo o que não devem, ou omitindo o que deveriam fazer; aqueles que não vislumbraram ainda a estrada da realidade (cegos) e também os que não respondem (mudos) aos apelos da Voz Profunda da Consciência, porque não chegam sequer a ouvi-la (surdos). Já se fixaram, então, no materialismo, que os tomou "embotados" em relação ao Espírito.

A Individualidade, nesses casos, exerce ação terapêutica, despertando os veículos e curando-os de suas fraquezas e enfermidades, a fim de prepará-los para que ajudem a evolução do Espírito, que já perlustra consciente a jornada evolutiva do mundo real.



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Mateus 15:29

Partindo Jesus dali, chegou ao pé do mar da Galileia, e, subindo a um monte, assentou-se lá.

mt 15:29
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Mateus 15:30

E veio ter com ele muito povo, que trazia coxos, cegos, mudos, aleijados, e outros muitos: e os puseram aos pés de Jesus, e ele os sarou;

mt 15:30
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Mateus 15:31

De tal sorte, que a multidão se maravilhou vendo os mudos a falar, os aleijados sãos, os coxos a andar, e os cegos a ver; e glorificava o Deus d?Israel.

mt 15:31
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