Sabedoria do Evangelho - Volume 6
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LC 18:9-14
Ensino endereçado aos que se julgam bons, puros, virtuosos e, portanto, superiores àqueles que ainda conservam os vícios e erros humanos. Por causa disso, segregam-se do convívio de todos os "pecadores" e dos "viciados", fogem de sua companhia e até envergonham-se de falar com eles. Só aceitam a convivência de seus "iguais", nos quais ainda descobrem defeitos, mas enfim... acham-se generosos em tolerar sua presença.
Exatamente esse é o significado da palavra "fariseus" (pharusim, "separados") e deles escreveu Flávio Josefo (Bell. JD
A expressão "subir" ao templo exprimia a verdade, pois a construção fora executada no cume do Monte Morya, na cidade de Jerusalém.
Era hábito dos israelitas orarem de pé, e não de joelhos (cfr. 1RS. 8:55 e MT
O fariseu enumera, satisfeito, os vícios que domina: roubo, injustiça adultério, e as virtudes que, segundo ele, o colocam num pedestal acima do "vulgo profano que ele odeia" (Ódi profanum vulgus et arceo", Hor., Odes, III, 1,1). São elas:
a) o jejum, realizado duas vezes na semana, sentido evidente de "sábado", pois não se compreenderia jejuar duas vezes "cada sábado". Ora, a obrigação legal era de jejuar uma vez por ano, no dia 9 de ab, no yom kippur, ou dia da expiação pelo saque de Jerusalém realizado por Nabucodonosor. Era, pois, segundo o fariseu, ato altamente meritório.
b) dá o dízimo (a décima parte) "de tudo quanto ganha" (pânta hósa ktômai) o que também significava um acréscimo às exigências legais (LV
O cobrador de impostos limitou-se a pedir misericórdia, humildemente cônscio de que era uma criatura defeituosa, com erros e vícios, embora aspirasse ao "céu", mas sem coragem sequer de olhar para ele.
E volta a frase: "quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado", que já encontramos.
Desenho de Bida, gravura de Bracquemond O ensino aqui trazido à nossa meditação constitui ponto basilar no processo evolutivo; mas enquanto caminhamos ao longo da estrada, só poucos conseguem percebê-lo.
Ao observarmos as seitas ortodoxas ou não, os ambientes espiritualistas e religiosos, verificamos que a maioria absoluta faz questão das aparências externas, crente de que nisso consiste a virtude.
VIRTUDE
Analisando etimologicamente a palavra "virtude", vemos que é derivada do latim VIRTUS que, por sua vez, deriva de VIR (homem, varão, o elemento forte). E VIR é proveniente de VIS, a "força", da raiz VI, que também dá viril, violência, etc.
Então, "virtude é a qualidade de quem tem força", sobretudo moral.
Analisando a virtude do ponto de vista evolutivo, verificamos que, enquanto a criatura tem que "fazer força" para evitar o erro, o desvio do caminho certo, isso demonstra que ainda não evoluiu. Por exemplo: "não roubar" consiste em não tirar materialmente o que nos não pertence, embora se morra de vontade de fazê-lo; "castidade" é não ter contato físico corporal, ainda que os desejos mentais e emocionais sejam incontrolados; "ser religioso" é frequentar, em dias prefixados, a casa de oração com o corpo, mesmo que a mente permaneça distante e, ao sair de lá, as ações demonstrem que não somos nada religiosos. E assim por diante. A criatura que assim age, se julga "virtuosa", porque "faz força" para adquirir bons hábitos e, geralmente, consegue praticá-los com sacrifício.
Fazer força para melhorar não é um mal. Absolutamente. Constitui antes um grande benefício para o próprio, pois é esse exercício constante de vencer as inclinações erradas, que nos vão acostumando a não gostar delas. Assim, depois de várias encarnações que vivemos a fazer esforços continuados de virtude, acabamos acostumando-nos e forma-se então o hábito. Esse hábito plasma, no subconsciente, o instinto. Uma vez formado este, e quando agimos certo naturalmente, sem esforço e sem sequer pensar nisso, então teremos dado um passo evolutivo à frente.
Deixaremos de ser "virtuosos", para sermos "naturais" ou espontâneos, já que o hábito bom se tornou parte integrante de nossa natureza íntima.
Portanto, o esforço despendido para ser "virtuosos" (forte moral e espiritualmente) é exercício de suma vantagem no caminho evolutivo.
O erro da criatura reside em julgar que, por estar combatendo em si as más inclinações, já é evoluída, acreditando-se, por isso, superior aos outros e desprezando-os, e até mesmo evitando-lhes a companhi "para não se misturar" e não ser confundido com eles. O que também pode constituir uma "defesa" para quem não está muito seguro consigo mesmo.
Mesmo inconscientemente, a criatura "virtuosa" se compara aos outros, chegando à conclusão de que" já é diferente" e, por esse motivo agradece a Deus; ao passo que a criatura evoluída não se compara a ninguém, porque não se vê perfeita, nem repara nos outros, porque não tem tempo para isso.
Ora, a vibração da vaidade presunçosa é pior que o próprio erro em si. Porque a vaidade é a vibração oposta à humildade divina. O erro, trazendo vergonha, desperta a humildade, o que aproxima da sintonia do Sistema. A vaidade afasta deste e leva a sintonizar com o Antissistema. Por isso, o cobrador de impostos, ao pedir misericórdia para seus erros, saiu do templo justificado, porque sintonizado com a humildade.
Para o fariseu todos os homens eram ladrões, injustos e adúlteros. Para o cobrador de impostos só havia preocupação consigo mesmo, a fim de pedir compaixão para seus erros. Já vimos, no capítulo anterior, que "os errados e as prostitutas precederão os sacerdotes no reino de Deus" (MT
A lição é prática e se dirige especialmente aos "discípulos" das Escolas. Por terem conseguido ingresso nesses setores mais selecionados, e por terem aprendido algo mais adiantado que não é dado às massas incultas, eles facilmente são tentados a acreditar-se superiores, escolhidos, melhores, privilegiados," iniciados" e até "mestrinhos", com todo o revestimento de vaidade que isso naturalmente traz à criatura ainda imperfeita.
Essa parábola é um alerta vigoroso, que deve manter-se sempre presente em todos os ambientes espiritualistas, para evitar que grassem e cresçam o ciúme, a inveja, a emulação do orgulho, o julgar-se melhor que os outros, a crítica e as "fofocas"; em todos esses ambientes, não faria mal uma tabuleta, lembrando a parábola do fariseu e do cobrador de impostos, ou um quadro representativo da cena instrutiva.
Porque, com os fariseus não adianta falar: eles não aceitam avisos nem conselhos; são os melhores, sabem sempre mais, têm revelações espetaculares e elogiosas de "guias" e de "mentores" astronomicamente elevados... pois seus "mestres" são superiores a todos os mestres...
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Lucas 18:9
E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
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Lucas 18:10
Dois homens subiram ao templo, a orar; um fariseu, e o outro publicano.
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Lucas 18:11
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
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Lucas 18:12
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
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Lucas 18:13
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
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Lucas 18:14
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
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Levítico 27:30
Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor: santas são ao Senhor.
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Levítico 27:31
Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma cousa, acrescentará o seu quinto sobre ela.
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Levítico 27:32
Tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor.
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Levítico 27:33
Não esquadrinhará entre o bom e o mau, nem o trocará: mas, se em alguma maneira o trocar, o tal e o trocado serão santos; não serão resgatados.
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Deuteronômio 14:22
Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente, que cada ano se recolher do campo.
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Deuteronômio 14:23
E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comereis os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas: para que aprendas a temer ao Senhor teu Deus todos os dias.
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Deuteronômio 14:24
E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado,
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Deuteronômio 14:25
Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus;
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Deuteronômio 14:26
E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma: come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa;
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Deuteronômio 14:27
Porém não desampararás ao levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo.
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Deuteronômio 14:28
Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua novidade no mesmo ano, e os recolherás nas tuas portas.
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Deuteronômio 14:29
Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão: para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos, que fizeres.
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Mateus 21:31
Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.
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