Sabedoria do Evangelho - Volume 6
Versão para cópiaA DRACMA PERDIDA
LC 15:8-10
Repete-se o mesmo motivo que na parábola da ovelha que se tresmalhou, e que será sublinhado a seguir na do "filho pródigo", com pormenores sempre diferentes em cada caso.
O exemplo aqui trazido à balha é de uma dona de casa, que conseguira pequena economia de dez "dracmas".
A dracma não era moeda palestinense, mas, embora grega, tinha curso corrente em qualquer mercado oriental, como o dólar de hoje. Era de prata e pesava, nessa época, quatro gramas e meio, equivalendo ao salário de um dia de trabalho.
Inconformada com a perda de uma das moedas, mune-se de um candieiro, varre a casa, revolve tudo, até achá-la. Depois, alegre com o que só tinha importância para ela mesma, não resiste à tagarelice feminina e vai comentar o fato com as vizinhas e amigas, as "comadres" sempre ávidas de uma novidades que interrompa a monotonia dos trabalhos domésticos.
O fato mais corriqueiro tem sempre uma lição a ensinar-nos, desde que tenhamos capacidade de ver: milhões de homens observaram milhões de maçãs a cair de seus galhos, e no entanto, desse fato banal Newton deduziu a lei da gravitação universal. Assim, do sumiço de pequena moeda entre o desamanho de um lar, traz-nos o Mestre o ensinamento sutil do que ocorre conosco.
No meio do desconchavo da vida e de seus atropelos, perdemos de vista a moeda preciosa de nossa ligação com o espírito. Quando percebemos se percebemos - esse extravio, esforçamo-nos em reavêlo, dando os passos necessários, que foram bem delineados no texto:
Os espíritos "Mensageiros de Deus" alegram-se quando um errado (que se extraviou do caminho certo) muda seu modo de pensar; ou quando um profano entra na senda iniciática à procura da moeda.
Admiramos a sabedoria profunda de cada linha do Evangelho, onde cada palavra está pesada, medida e situada em seu tempo certo. Há muitos objetos que uma dona-de-casa pode ver extraviados: anéis, brincos, colares, peças de vestuário, e qualquer outro aparelho doméstico. Todavia, a escolha da moeda como exemplo é a mais perfeita, já que representa o poder aquisitivo, e não a utilidade em si mesma, Ou seja, possuir uma moeda por si mesma nada vale, pois só representa valor pelo que com ela pode obter-se.
Portanto ensina-nos a parábola que o espírito não se extraviou, mas o meio de consegui-lo. Nenhum objeto se perdeu, mas o meio de adquiri-lo. O Espírito lá está: o meio de encontrá-lo é que não se conhece.
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Lucas 15:8
Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar?
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Lucas 15:9
E, achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida.
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Lucas 15:10
Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
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