Sabedoria do Evangelho - Volume 7

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CAPÍTULO 2

DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM

LC 19:41-44


41. E como se aproximasse, vendo a cidade, chorou sobre ela,

42. dizendo: "Se soubesses, neste dia, também tu os (caminhos) para a paz! Mas agora (isto) foi escondido a teus olhos.

43. Pois virão dias sobre ti em que teus inimigos te cavarão fossos, te cercarão de trincheiras e te comprimirão de todos os lados,

44. e derrubarão a ti e a teus filhos em ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não percebeste o momento de tua inspeção".



Jesus estava ainda no monte das Oliveiras, a uma altura de 810 m do nível do Mediterrâneo, 60 m acima da esplanada do templo, podendo ver todo o movimento intenso daqueles dias festivos da páscoa.

O panorama mostrava, no primeiro plano, o vale de Cedron e Getsêmani, Jerusalém com seu templo majestoso; ao sul via-se Belém, a cidade de David, sede da antiga escola de profetas: ao norte a Samaria e o monte Garizim; a leste o vale do Jordão, o mar Morto e, para além, os montes Moab e Galaad.

No monte das Oliveiras Salomão ergueu altares a Ashtoreth, Chemosh, Molcch e Milcom cfr. 1RS 11:7-1RS 11:2RS 23:13). Foi, por isso, chamado monte da perdição, da corrupção ou do escândalo. No Novo Testamento foi testemunha da entrada triunfal em Jerusalém, do discurso sobre a destruição do templo e sobre o fim do ciclo, da agonia e da paixão de Jesus dos últimos ensinamentos após a ressurreição e da "ascensão".

Ao voltar-se, no jumentinho, para dirigir-se à cidade, Jesus olhou a imponência dourada do templo e sentiu sua psiquê comover-se, ao antever o que ocorreria anos mais tarde: o drama da massa de seus habitantes e das autoridades aí residentes. Anteviu o cerco que sofreria daí a quarenta anos e sua destruição total por obra de seus dominadores. E lamenta que não perceba o "momento de sua inspeção".

As traduções correntes traduzem episkopês por "visitação". Preferimos apresentar o sentido etimológico: epí - "sobre"; e skopês - "vista", ou seja, inspeção.

Alguns racionalistas alegaram que Lucas escreveu a posterióri, e por isso foi preciso em certos pormenores.

Mas se o tivesse feito, teria silenciado o caso mais espetacular, que foi o total incêndio do templo, com o ouro do revestimento a correr em cachoeiras?

Todos os comentadores, nestes dois milênios, salientaram, neste trecho, a VINGANÇA de Deus, que fez destruir Jerusalém porque não recebeu, não ouviu, não compreendeu, Jesus e o crucificou... Jamais poderíamos aceitar um deus que fosse vingativo, pois refletiria uma das piores e mais baixas características dos seres involuídos. Como podem mentes espiritualmente esclarecidas admitir tais barbaridades?

Toda a angústia dos corações dirigentes dos setores humanos reside na verificação de que as criaturas não respondem ao chamado insistente para evoluir, nem mesmo nos momentos supremos em que os grandes Avatares chegam pessoalmente, para observar ("inspecionar") e estudar qual o melhor remédio para ser aplicado ao grupo. A simples presença física do Mensageiro, com Sua poderosa vibração espiritual, é suficiente para atrair e modificar os que estão à altura de perceber. Mas, como escreveu Emmanuel, "para despertar um passarinho basta um silencioso raio de sol, enquanto para acordar uma rocha torna-se necessária a dinamite".

A dor que causa ao pai ou à mãe a necessidade de realizar uma operação cirúrgica num filho querido é ainda menor que a sofrida por Jesus, quando verificou as operações cirúrgicas violentíssimas indispensáveis para curar aqueles corações empedernidos.

Feita a verificação que Lhe motiva tristeza e chega a arrancar-Lhe lágrimas, deixará que a história, em seu desenvolvimento normal, venha a agir na correção necessária. Se fora o mesquinho sentimento de vingança, por que esperar quarenta anos, quando outra geração estaria no apogeu, e não aquela que havia condenado Jesus? A ação teria que ter sido imediata, para que se visse a relação de causa a efeito. Mas os Espíritos Superiores, que nos mandam perdoar setenta vezes sete, já aprenderam essa lição, e são incapazes de vinganças rasteiras.

Se nosso filho faz uma traquinagem e cai, quebrando uma perna, providenciamos o engessamento durante os dias necessários à cura, talvez prendendo-o no leito. Chamaremos a isso vingança? Ou haverá qualquer laivo de vingança em nós? "Se nós, sendo maus, sabemos dar boas dádivas a nossos filhos, quanto mais o Pai celestial" (cfr. LC 11:13).

Jesus, o Médico por excelência, anteviu o remédio amargo e doloroso necessário para que aquele povo se modificasse, e compreendeu que a cura seria longa. Por isso, lamenta profundamente o que ocorrerá.

Aplicando a nós mesmos a lição, vemos que a "cidade" constituída por nossa personagem ainda rebelde, causa sofrimento ao Espírito, ao verificar ele que nosso intelecto não aceita suas inspirações evidentes, seus apelos continuados, seus "gemidos inenarráveis" (RM 8:26); o Espírito, (nós a individualidade) antevê as dores que advirão para a personagem nesta e em próximas vidas, repercutindo sobre si mesmo, tal como os sofrimentos da humanidade necessariamente repercutem sobre Jesus, cujo Espírito está para a humanidade terrena, assim como nosso espírito está para os órgãos e células de nosso corpo, tanto no plano astral como no físico.



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Lucas 19:41

E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,

lc 19:41
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Lucas 19:42

Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! mas agora isto está encoberto aos teus olhos.

lc 19:42
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Lucas 19:43

Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas;

lc 19:43
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Lucas 19:44

E te derribarão, a ti e a teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.

lc 19:44
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II Reis 23:13

O rei profanou também os altos que estavam defronte de Jerusalém, à mão direita do monte de Masite, os quais edificara Salomão, rei de Israel, a Astarote, a abominação dos sidônios, e a Camós, a abominação dos moabitas, e a Milcom, a abominação dos filhos de Amom.

2rs 23:13
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Lucas 11:13

Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?

lc 11:13
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Romanos 8:26

E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.

rm 8:26
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