Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Versão para cópia
CAPÍTULO 31

A CRUCIFICAÇÃO

MT 27:33-38


33. E chegando a um lugar denominado Gólgota, que é chamado lugar da caveira,

34. deram-lhe de beber vinho misturado com fel; e tendo provado, não quis beber.

35. Tendo-o crucificado, repartiram entre si suas vestes, lançando sortes,

36. e sentados, o guardavam ali.

37. E puseram acima da cabeça dele a culpa dele escrita: Este é Jesus, o rei dos judeus.

38. Então foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda.

MC 15:22-28


22. E levam-no sobre o lugar Gó1gota, que é interpretado lugar da caveira,

23. e deram-lhe vinho com mirra, que não tomou.

24. E o crucificam e repartem entre si as vestes dele, lançando sorte sobre elas: quem tomaria o que.

25. Era a hora terceira quando o crucificaram,

26. e estava sobre-escrito o título de sua culpa: o rei dos judeus.

27. E com ele crucificaram dois salteadores, um à direita, outro à esquerda dele,

28. e cumpriu-se a escritura que diz: e foi contado entre os malfeitores.

LC 23:33-34


33. E quando chegaram ao lugar chamado caveira, aí o crucificaram e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.

34. e Jesus disse: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem. E repartindo as vestes dele, lançaram sorte.

JO 19:17-24


17. b... para o denominado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota,

18. onde o crucificaram, e com ele outros dois, de cá e de lá, e Jesus no meio.

19. Pilatos também escreveu um título e colocou sobre a cruz; estava escrito: Jesus o Nazoreu, o rei dos judeus.

20. Muitos dos judeus então leram esse título, porque o lugar onde Jesus fora crucificado era próximo da cidade. E estava escrito em hebraico, romano e grego.

21. Disseram, então, a Pilatos os principais sacerdotes dos Judeus: Não escrevas "o rei dos Judeus", mas que "Ele disse: sou o rei dos judeus".

22. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi.

23. Os soldados, então, quando crucificaram Jesus, tomaram as vestes dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, e a túnica. Mas a túnica era sem costura, tecida toda a partir de cima.

24. Disseram, então, uns aos outros: não a rasguemos, mas sorteemos, de quem será; para que se cumprisse a escritura que dizia: repartiram entre si as minhas vestes e sobre minha vestimenta lançaram sorte. E isso fizeram, então, os soldados.



Vejamos alguns pormenores

GÓLGOTA


Significa literalmente "lugar do crânio", em grego kraníon, em latim calva ou calvarium. O aramaico, de fato, seria gólgoltha, e o hebraico gulgoleth, sempre com o sentido de crânio.

Orígenes (Patrol. Gr. vol. 13, col. 1
777) seguido por Maimônides, diz que se tratava do local em que fora enterrado o crânio de Adão. E nas cartas de Paula e Eustáquia a Marcela (Patrol. Lat. vol. 22, col.
485) está escrito: locus... calvaria appellatur, scilicet quod ibi sit antiqui hominis calvaria cóndita, ut secundus Adam, id est, sanguis Christi, de cruce stillans, primi Adam et jacentis protoplasti dilúeret, ou seja: "o lugar se chama calvario, isto é porque aí está localizado o crânio do homem antigo, para que o segundo Adão, isto é, o sangue de Cristo, gotejando da cruz, lavasse os pecados do primeiro Adão e do primeiro homem caído" (isto é, Abel). Essa opinião foi aceita pelo pseudo-Atanásio (Patrol.

Gr. vol. 28, col. 208), por Ambrósio (Patr. Lat. vol. 15, col. 1
832) por João Crisóstomo (Patr. Gr. vol. 59, col.
459) por Epifânio (Patr. Gr. vol. 41, col.
844) e outros, pois a sepultura de Adão era tradicionalmente situada pelos Judeus no Hebron.

Entretanto Jerônimo (Patr. Lat. vol. 26, col.
209) põe as coisas em seu devido lugar: favorabilis interpretatio et mulcens aurem populi, nec tamen vera... Loca sunt in quibus truncantur capita damnatorum et calvariae, id est, decollatorum sumpsisse nomen, ou seja, "a interpretação é favorável e agradável ao ouvido do povo, mas não é verdadeira: são os lugares em que se cortam as cabeças dos condenados, e tomou o nome de "caveiras", isto é, dos degolados".

A tradição nada diz. E parece que todas essas interpretações são falhas, pois seria inadmissível que o rico José de Arimateia erguesse para si um túmulo na vizinhança do lugar das execuções. O mais certo é que o nome se deva à conformação do solo: trata-se de uma protuberância rochosa, que se eleva a uns 5 metros, dando a impressão do tampo de uma caveira.


LOCALIZAÇÃO


Situa-se no Gareb, a noroeste da 2. ª muralha, lugar que foi reconhecido por Helena, esposa de Constantino, e onde se verificaram as profanações de Adriano, na época dos primeiros cristãos: a tradição a respeito do local é antiquíssima e indiscutida. Recentes escavações no hotel russo de Santa Alexandra e no templo protestante do Redentor comprovaram que ficava junto à 2. ª muralha, mas fora da cidade (confirmando MT 27:32; MC 15:21; LC 23:21; JO 19:17; HB 13:12 nas proximidades de uma estrada pública (cfr. MT 27:39; MC 15:25 e JO 19:20).

A distância do pretório, em linha reta (a vol d’oieau) é de 600 metros, mas o percurso foi feito dando voltas em ruas estreitas e apinhadas de povo por causa da páscoa. O percurso acompanha as sinuosidades da Segunda muralha, fazendo 150m em descida (a cota da Torre Antonia é de
- 750m) até o fundo do Vale do Tiropeu (cota de
- 710m) e o resto em subida até o Gólgota (cota de 755m).


BEBIDA AMARGA


Em Strack e Billerbeck (vol. 1, pág. 1037,
38) encontramos a citação de Rab Chisda (+ 305): "A quem vai ao suplício se dá pequeno pedaço de incenso com vinho, numa taça, a fim de embotar as sensações, como está em Provérbios (Provérbios 31:6): Daí licores fortes a quem morre e vinho a quem tem a alma amargurada".

Em Jerusalém (cfr. Sanhedrim. 43 a) era tarefa de que as mulheres da sociedade se incumbiam; mas quando não no podiam fazer, as mulheres do povo se encarregavam de preparar a beberagem.

Mateus diz que era "vinho misturado com bile" (cholé) ou fel, no sentido de coisa amarga, talvez por influência do SL 66:22, onde os LXX escrevem exatamente cholé. Marcos escreveu "vinho (temperado) com mirra", no original esmyrnisménon oínon (em latim, vinum myrrhatum). Parece haver em Marcos maior precisão de termos, já que a mirra é um odorante amargo (que o Talmud chama de incenso), com efeito anestesiante e ligeiramente antisséptico. Jesus recusa essa bebida (Marcos) ou apenas a prova (Mateus). Mais tarde, tomará o vinagre ou bebida acidulada (cfr. MT 27:48), em vista da sede, provocada pelo suor e pela perda de sangue.


VESTES


Já vimos que Jesus fez o percurso do pretório ao Gólgota com suas vestes brancas. Mas como terá sido crucificado? Lemos no Talmud (Sanhedrim 6, 3): "Quatro côvados antes de chegar ao lugar do suplício, é despido. Se é homem, é coberto pela frente; se é mulher, é coberto pela frente e por trás. Assim diz o R. Judá (+ 150)". (cfr. Strack e Billerberck, o. c. vol. 1. pág. 1038).

Segundo o costume romano, os condenados eram crucificados inteiramente nus, e essa hipótese é aceita por Ambrósio, Atanásio, Agostinho e grande maioria dos "pais" da igreja, assim como por Suarez (cfr. Mysteria Vitae Christ, disp. 36, sect. 4), e pelo Papa Bento XIV.

No entanto, a prescrição talmúdica talvez justifique a tradição do pano que cobre as partes sexuais de Jesus nos crucifixos: os soldados romanos devem Ter cedido aos costumes israelitas, conforme afirma Fl. Josefo (Contra Appion, 2. 6. 73): Romani subjectos non cogunt patria transcendere (1), ou seja, "os romanos não coagem os (povos) submetidos a transgredir os direitos pátrios". Já tendo sido dado a Jesus um ajudante para carregar a cruz, e tendo sido permitida a oferta da bebida anestesiante, é perfeitamente possível que acedessem a cobri-lo com um pano. No sepulcro, porém, (ve-lo-emos) estava nu, conforme atesta a figura gravada no "Sudário de Turim" (cfr. Dr. Pierre Barbet, o. c., pág. 48).

(1) O "Contra Appion", de 2,51 in fine, só existe in fine, só existe com o texto latino.

Já no grafitto, encontrado em 1857 no muro do Paedagogium, em Roma, (escola destinada aos escravos do Palácio Imperial) e atualmente no Museu Kircher de Roma, está representado Jesus, com cabeça de asno, numa cruz em T, e com o pano pendurado à barriga, e a inscrição: Alexámenos sébete theo ("Alexámenos adora seu deus").


A CRUZ COMO SUPLÍCIO


Segundo Cícero (in Verr. 5, 66,
169) era servitutis extremum summumque supplicium, "o último e o maior suplício do escravo", reservado a ladrões e malfeitores (cfr. Fl. Josefo, Ant. JD 20:6-2 e Bell. JD 2:12-6; 14, 9 e 5, 11, 1). O Deuteronomio (21:
23) declara "maldito o que é pendurado no lenho", e Cícero (Pro Rabirio,
16) escreve que "o próprio nome de cruz deve estar ausente do corpo dos cidad ãos romanos" (nomen ipsum crucis absit... a corpore civium romanorum). E declara (in Verr. 5, 170): facinus est vincire civem Romanum, scelus verberare, prope parricidium necare; quid dicam in crucem tollere?, isto é, "é um ultraje encarcerar um cidadão romano, um crime flagelá-lo, quase um parricídio matar; que direi suspender na cruz"?

Mas o costume em relação aos bárbaros era supliciar e depois crucificar: quid deinde séquitur? Verbera atque ignes et illa extrema ad supplicium damnatorum, metum ceterorum cruciatus et crux (in Verr.

5. 14), ou seja, "que se segue depois? flagelações e queimaduras, e aqueles últimos, para suplício dos condenados e medo dos outros, tortura e cruz". FI. Josefo (Bell. JD 2:149) atesta: mástizin proaikisámenos anestaúrôsen, "tendo-os flagelado, crucificou-os".

No entanto, a partir do drama do Gólgota, a cruz passou a ser "o sinal típico do Senhor" (Cfr. Clemente de Alexandria, Stromm. 6,11, Patr. Gr. vol. 9, col. 305: toú kyriakoú sêmeon typon; e Agostinho, Tract, in Joannem, 118. Patr. Lat. vol. 35, col. 1950).

Mas a cruz era sempre representada sozinha. A primeira vez em que aparece a figura do crucificado sobre ela, é no grafitto que citamos. assim mesmo em caricatura. Com seriedade, só aparece a figura de Jesus sobre a cruz no século V: um na porta de madeira da igreja de Santa Sabina, em Roma; e a outra em marfim, no British Museum, em Londres. Mas em ambos, Jesus está vivo, de olhos abertos, e sem sinal de sofrimento no rosto, mas com o pano que cobre a região genital.

A cruz utilizada para Jesus era, provavelmente igual a todas as outras, de pinho. Não a sublimis (de 4,5m de altura), mas a humilis (de 2,5m), pois as hastes já deviam estar todas fixadas no local destinado às execuções, conforme o hábito romano.


ENCONTRO DA CRUZ


Conta a tradição, baseada na carta de Cirilo de Jerusalém ao imperador Constâncio (Patr. Gr. vol. 33 col. 52 e 1167; e col. 686/
7) e na confirmação de Ambrósio (De óbitu Theod., 45-48; Patr. Lat. vol. 16, col. 1
401) e de Rufino (Hist. Eccles. 1, 8, Patr. Lat. vol. 21. col.
476) que Helena, esposa do imperador Constantino, encontrou a cruz de Jesus e reconheceu-a por causa da inscrição que lhe estava pregada.

A dúvida é sugerida porque Eusébio de Cesareia, que narra todos os feitos de Helena, omite esse pormenor, do encontro da cruz, que, no entanto, devia ser primordial em sua vida.


CRUCIFICAÇÃO


Os crucificadores eram quatro normalmente (o tetrádion, citado em AT 12:4 e no vers. 23 de João), número que constituía "uma escolta". Mas sabemos (por MT 27:54, MC 15:39 e LC 23:47) que estava presente um centurião, talvez em virtude da importância religiosa e política do condenado, que não era réu de crime comum. Essa escolta devia permanecer a postos até a morte da vítima.

O condenado era pregado pelos punhos (não pelas palmas das mãos) no patíbulo, que posteriormente era suspenso e colocado acima da haste (donde ascendere in crucem e subire in crucem). A seguir eram pregados os dois pés, um sobre o outro, com cravo (ou os dois separadamente, cada um com seu cravo). Esse era o costume, conforme nos informam os autores profanos (2).

(2) Firmicus Maternus (De Errore Profanorum Religionum) diz: Suffixus in crucem, patibulum tollitur pregado na cruz, patíbulo é suspenso". Assim também Cícero (in Verr. 1, 7): quos... in crucem sustulit; (ib. 6,13): ab isto civem Romanum... sublatum esse in crucem; (ib. 5,7): illum jussu praetoris in crucem esse sublatum; (ib. 5,168): ut... quamvis civis Romanus esset, in crucem tolleretur.


Os dois ladrões também foram pregados, segundo o costume, e não amarrados e suas cruzes eram da mesma altura, iguais à de Jesus (cfr. João Crisóstomo, Hom. 5,5 in Cor. 1:26, Patr. Gr. vol. 61 col. 45). A tradição pictográfica estabelece diferenças para fazer subressair Jesus e seu martírio (3).
(3) Os testemunhos de autores profanos são numerosos nesse sentido, como Plauto (Persa, 295): te cruci ipsum propediem adfigunt alii "outros em breve te pregam na cruz"; Plauto (Mostellaria,

359-360): ego dabo ei talentum, primus qui in crucem excucurrerit, sed ea lege, ut offigantur bis pedes, bis bracchia, "darei um talento àquele que primeiro correr para a cruz, mas com a condição de que sejam pregados os dois pés e os dois braços" (não "as duas mãos"). O verbo mais usual era figere, adfígere ou suffigere, "pregar" ou "fixar", como lemos em Sêneca (Hypp.
497) cruci suffixus;


César (Bell. Afric.
66) Jaba Numinas... in cruce omnes suffixit: Horácio (Sát. 1, 3, 82): si quis

... in cruce suffigat; Catulo (99, 4), em sentido figurado: namque amplius horam suffixum in summa me mémini esse cruce, e muitos outros passos e autores.


FIXAÇÃO DAS MÃOS


Segundo os estudos do cirurgião Dr. Pierre Barbet – que, aproveitando-se do Laboratório de Necropsia ("autópsia") onde dava as aulas, realizou numerosas experiências de crucificação em cadáveres recentes, a fim de aprofundar estudos - os cravos eram fixados na flexão do punho (o. c., pág.
123) em pleno carpo (pag
129) entre o semilunar, o piramidal e o grande osso (pag.
139) imediatamente antes da interl ínea de Lisfranc, na parte posterior do 2. º espaço intermetatarsiano (pág. 150). Nesse ponto é moderada a efusão de sangue (pág.
142) ou seja, a hemorragia é de pouca importância, pois a rede circulatória é quase unicamente venosa.

Uma vez metido o cravo, o polegar se dobra, opondo-se à palma da mão, em virtude da contração dos músculos tenarianos. É atingido o tronco do nervo mediano, de grande sensibilidade, mas ficam intactos os nervos do curto obdutor, do oponente e do curto flexor.


FIXAÇÃO DOS PÉS


Pelo estudo do sudário, o Dr. P. Barbet deduziu que realmente os pés de Jesus foram pregados o esquerdo sobre o direito com um só cravo (o. c., pág. 145); e isso em vista das manchas sanguíneas deixadas no pano; e ainda, que foram pregados diretamente na haste, e não no supedâneo (pág. 146).


SUPEDÂNEO


O supedâneo, pedaço de madeira que ficava sob os pés do crucificado, citado pela primeira vez no 6. º século, por Gregório de Tours (De Glória Mártyrum 6, Patr. Lat, vol. 71, col. 711). Mas aparece no grafitto supracitado.


SEDILE


O sedile consistia num pedaço de madeira, fixada na haste, e que sustentava o condenado entre as pernas, apoiando-se nele o períneo (donde a expressão equitare in cruce, "cavalgar na cruz"). Era usual e indispensável, para evitar que o peso do corpo fizesse que os cravos rasgassem os tecidos. Em Sêneca (Epist. Morales) lemos: sedere in cruce, "sentar-se na cruz, e em Justino (Diál.com Triphon. 91,2) temos: kaì tò en tôi mésòi pegnymenon hôs kéras kaì autô exéchon estín, eph"hôi epochoúntai hoi stauC. roúmenoi, ou seja, "E, no meio, a estaca que é saliente, como chifre, sobre a qual se apoiam os crucificados" . A isso, Tertuliano chamava sedilis excessus (Ad Marcionem).

A HORA


Marcos é o único que afirma Ter sido realizada a crucificação na terceira hora. Mas como pode ter sido na terceira hora, se Jesus foi apresentado por Pilatos aos Judeus na sexta hora, isto é, por volta do meio-dia?


Eusébio, Jerônimo, Pedro Alexandrino, Severo de Antióquia, Amônio e muitos outros moderno, perguntam se não houve erro de copista, embora este tivesse que provir do original (o que é possível), já que era fácil confundir o número 3 (representado pelo gamma,

Γ) com o número 6 (representado pelo digama F). Uma simples falha do traço horizontal inferior teria transformado o 6 em 3.

No entanto, temos que levar em conta que a 3. ª hora ia de 9 às 12 horas, a 6. ª, de 12 às 15 h; e a 9. ª, das 15 às 18 h, e isso sem a precisão exata e cronométrica dos relógios modernos; eram relógios solares ou cálculo visual da altitude do sol. Nada impede, pois, que tomemos as palavras de Marcos lato sensu: apresentado a Pilatos cerca da 6. ª hora (por volta do meio-dia) seguiu logo após para o Gólgota, a meio quilômetro, onde deve ter sido cravado na cruz entre, no máximo, 13 e 14 horas, tendo parecido ao jovem Marcos (ou a Pedro) que ainda não finalizara a hora terceira.


DIVISÃO DAS VESTES


A roupa do condenado pertencia tradicionalmente aos carrascos, que ficavam com todos os pertences desde quando a vítima seguia para o suplício. Mas como Jesus fora novamente recoberto com suas vestes, só fizeram a distribuição depois de crucificá-lo. João especifica que eram quatro (como vimos acima) e que cada um ficou com uma parte: o manto, o cinto, a camisa, as sandálias. Todavia, como a túnica era inconsútil, não quiseram cortá-la: foi então sorteada (cfr. SL 19:23). Também no SL 21:18 está escrito: "repartiram minhas vestes".


O TÍTULO


A palavra latina títulus foi transliterado para o grego títlos, em lugar ao legítimo epígraphê ou mesmo o pínax. Embora em essência os evangelistas digam o mesmo, as palavras variam:
O REI DOS JUDEUS (Marcos)
ESTE É O REI DOS JUDEUS (Mateus e Lucas)
JESUS O NAZOREU, REI DOS JUDEUS (João).

A tabuleta, com o resumo da sentença, era carregada pelo próprio condenado (cfr. Suetônio, Calígula, 32, 4: praecedenfe título qui causam poenac indicaret; e Dion Cassius, 54, 3).

Eusébio (Hist. Eccles. 5,1. ; Patr. Gr. vol. 20, col.
425) cita a carta dos cristãos de Lyon, onde narram o martírio de Áttalo, que também carregou uma inscrição (pínax) com as palavras: hoútos estin Áttalos, ho christianos.

Conforme vimos, quando Helena encontrou a cruz de Jesus, identificou-a pela tabuleta que nela estava pregada, e que ainda hoje se conserva na igreja de Jerusalém, em Roma. Devia ter mais ou menos 65 x 20 cm, era pintada de branco com as letras, de 3 cm de altura, vermelhas. Em 1492 já faltava o um da palavra Judaeorum; em 1564 não havia mais as palavras Jesus e Judacorum. Hoje está reduzida a 23 x 13 cm, faltando muitos sinais: restam apenas alguns traços inferiores das letras hebraicas; a palavra NAZARENOUS I (BASILEOS) do grego, sem o artigo, conforme é citado por João, que nos conservou parece, a inscrição verdadeira do original; e NAZARENUS RE(X), do latim.

Todas as palavras estão escritas da direita para a esquerda, o que é evidente prova da autenticidade da tabuleta encontrada por Helena, já que a um falsário jamais ocorreria escrever errado. João cita NAZÔRAIOS, certo; na tabuinha está NAZARENOUS, errado. E na época evangélica já ninguém mais se lembrava, havia séculos, da escrita boustrophêdón (uma unha em cada direção alternadamente) e muito menos da primitiva maneira de grafar o grego da direita para a esquerda, coisa que não ocorrera com o latim. Portanto, quem escreveu a tabuleta devia ser um judeu, e grafou as línguas grega e latim à maneira do hebraico (cfr. Sozômeno, Hist. Eccl. 2,1; Patr. Gr. vol. 67, col. 929).

O clero irritou-se quando leu a inscrição, ou logo à saída de Jesus do Pretório, ou depois que foi pregado na cruz. Não na aceitaram, porque Jesus não estava sendo crucificado porque era rei dos judeus, mas porque se dissera tal. Pilatos, que preferira essa causa de condenação porque fora a que o levara, a condenar o réu, para evitar que os judeus o denunciassem, respondeu secamente: o que escrevi, escrevi.


Inegavelmente era o reconhecimento oficial da realeza iniciática de Jesus.
Restam-nos duas anotações:


1) O versículo 28 de Marcos; "E cumpriu-se a Escritura que diz; E foi contado entre os malfeitores", é omitido nos códices álef, A, B, C, D, X, psi, nos 1ecionários, na ítala d, e k, na siríaca sinaítica, na copta sahídica e do manuscrito bohaírico, na favense, no texto do canon de Eusébio, em Amônio, Nestle, Swete, Lagrange, Knáhenbauer, Huby, Alland, Pirot.


Mas aparece (em LC 22:37 e IS 53:12) nos códices K, L, P, delta, theta e pi, nos manuscritos 0112:0250, f2, f13 28:33-565, 700, 892, 1009, 1010, 1071, 1079, 1195, 1216, 1230, 1241, 1242,1253, 1344, 1365, 1546, 1646, 2148 e 2174, nos lecionários bizantinos 10:211-883, 1642, nas ítalas aur, e, ff2, l, n, r1, na vulgata, nas siríacas peschitto, palestinense, harcleense, na copta bohaírica, na gótica, na armênia, na etiópica, na geórgia, no pseudo-Hipólito, em Orígenes, no manuscrito do cânon de Eusébio, em Vigílio, Bodin, Von Soden, Merck.

2) O versículo 34 de Lucas, em sua primeira parte; "E Jesus disse: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem", aparece nos códices: alef (original), A, C, D (2. ª mão), E, K, L X, delta, pi, psi, nos manuscritos 0117:0250, f1, f13 28:33-565, 700, 892, 1009, 1010, 1071, 1079, 1195, 1216, 1230,

1242, 1253, 1344, 1365, 1546, 1646, 2148, 2174, nos lecionários bizantinos nas ítalas aur., b, c, e, f, ff2, l, r1, na vulgata, nas siríacas peschitto e palestinense, no manuscrito bohaírico da copta, na armênia, na etiópica, na geórgia, e nos autores: Hegesipo, Marcion, Diatessaron, Justino, Irineu (latino), Clemente, Orígenes (latino), Eusebio, no cânon eusebiano, no Ambrosiáster, em Hilário, Basílio, nas Constitutiones Apostolicae, em Ambrósio, João Crisóstomo. Jerônimo, Agostinho, Teodoreto, João Damasceno e na maioria dos modernos.

Mas é omitida no papiro 75, em aleph (2. ª mão), B, D (original), W, theta, 0124, 1241, nas ítalas a e d, na siríaca sinaítica, na copta sahídica, em Cirilo e Wescott e Hort.

Supõe-se que a omissão tenha sido devida por julgarem que a indulgência era demasiada. Perdão para os romanos? ou para os judeus, induzidos a isso por seus preconceitos religiosos? Lemos nos Atos (3:17 e 13:
27) e em Coríntios (1. ª, 2:
8) que eles agiram por ignorância, mas eram responsáveis. Como perdoar-lhes ?Assistimos, aqui, à execução da parte crucial da ação física do supremo holocausto a que são submetidos os que realizam o quinto grau iniciático. A demonstração efetuada na pessoa humana de Jesus que é, não no esqueçamos, o símbolo da Individualidade para nós - representa o sacrifício máximo do Espírito que perlustra os últimos passos de sua evolução terrena: sua crucificação na matéria densa, por vontade própria, indispensável para ascender à unificação total e definitiva com a Divindade que em todos reside, e que é a essência última de todos e de tudo.

Facilidades são oferecidas a quem se dispõe a palmilhar esta senda duríssima e árdua, para atingir tal altitude evolutiva: o vinho com mirra, ou seja, o embriagamento dos sentidos, o que diminuirá o sofrimento. Os "grandes" rejeitam esses paliativos externos: têm, em si mesmos, a capacidade e o mérito de criar condições próprias, a fim de ajudar a superação das dores. Vimo-lo no revestimento da cristalização do ectoplasma. Mas isso, que constitui o pior sacrifício dos Espíritos Superiores (a prisão num corpo de carne), apresenta-se como um dos maiores prazeres para aqueles que se encontram no início da evolução, e que buscam avidamente a encarnação como a satisfação mais perfeita e ampla de seus instintos ainda animalizados.

Se, para o Espírito evoluído, a permanência na cruz do corpo físico é sofrimento, para o espírito apegado à matéria - única realidade para ele a estada na carne constitui a realização máxima de seu sonho: aí pode sentir-se realizado, experimentando as sensações gozosas do paladar, as emoções inebriantes do sexo, a alegria ilusória da posse, o prazer vaidoso do intelectualismo, a glória da fama que incha, o aplauso das multidões que o enaltece, o gosto do domínio que o ilude, enfim, a satisfação de todo o acerto que trouxe do reino animal, ainda vivamente degustado em sua mente. Daí suportar heroicamente todas as dores, sofrimentos e aleijões, contanto que permaneça nessa "cruz" (para ele "paraíso") o maior tempo possível, jamais conseguindo compreender plenamente o que ele chama de fenômeno insuportável de abandonar a carne. E quando a isso coagido, busca regressar a ela o mais depressa que pode.

No entanto, para quem superou esses instintos, sobrepujando as sensações e dominando as emoções, desprezando o intelectualismo balofo, porque já experimentou a superioridade indescritível da intuição verdadeira, pois aprendeu a agir ligado diretamente à Fonte divina da inspiração espiritual, essa crucificação se torna martírio atroz. Para estes, por isso, essa crucificação é vantagem, porque tal martírio age em seu sentido etimológico de "testemunho" ou de "comprovação" de suas qualidades, além de adaptar-se ao sentido vulgar de sofrimento violento.

Passam pelo mundo incompreendidos pelas massas e por aqueles mesmos que se lhes ligam afetivamente, constituindo seu lar e seu parentesco: para todos é o orgulhoso, o convencido, o esquisito, o diferente, o egoísta, o insensível e talvez até mesmo o mau. Diante do modo de agir "normal" para o mundo, ele se torna o estulto, o desequilibrado, o idiota, o que não entende. Sua honestidade é falta de inteligência: sua indiferença às ofensas que recebe, é desfibramento; seu perdão aos que lhe fazem mal e o caluniam, é o máximo de covardia: sua paz, que o faz fugir de qualquer briga, é falta de personalidade; seu desejo de ajudar é intromissão que atrapalha; sua dedicação total é reflexo de seu egoísmo; sua humildade amorosa que o faz realizar pessoalmente todos os serviços e atribuições de empregados domésticos, para demonstrar seu amor, é prova de baixeza de ânimo; seu amor por todos é o sinal evidente de que não ama a família; sua generosidade é pródigo desperdício; sua firmeza em cumprir à risca seus menores e menos importantes deveres, é inferioridade mental; sua responsabilidade nos mínimos atos representa sua alma de escravo; e tudo isso demonstra no cômputo total, sua absoluta inferioridade e seu atraso.

Assim enumerados, esses comportamentos parecem constituir a descrição fria de teorias. Quem, todavia, sente na carne, durante o dia e durante a noite, esses impactos, durante dias, meses e anos seguidos, provenientes das pessoas que mais ama, vai torturando sua alma, e são frequentes as vezes em que de seu coração parte a exclamação: "minha alma está triste até a morte... Pai, se é possível, afasta de mim esta taça... todavia, não o que quero, mas o que tu queres" (MT 26:38-39; MC 14:34-36; LC 22:42).


* * *

Trata-se, portanto, de uma crucificação que dura ANOS, e, por ser longa, nem por isso deixa de ser dolorosa e difícil de suportar. Jesus, a Individualidade, reuniu numa cena de extrema violência todas essas facetas, de forma que pudéssemos aprender, proporcionalmente, como agir em nossa crucificação diuturna e, sem dúvida, menos violenta. Embora, em certas ocasiões, o que sofre o Espírito "acordado" que vive na carne, é correspondentemente violento, pelas terríveis humilhações e desafios: se é tão confiante no Pai, por que Este não o socorre e ajuda na hora?

As zombarias são totais e a Terra, para ele, se apresenta sem a menor dúvida, o "Lugar da Caveira", o local em que todos querem, de fato, assistir a sua derrota, sua queda, seu sumiço, sua "caveira", literalmente. Sua presença incomoda: é mister livrar-se dele.

E a razão principal de sua condenação, ou seja, a "sua culpa", está marcada sobre sua cabeça: é "o rei dos judeus", isto é, um dos seres ou o ser mais elevado de sua raça, aquele que possui todas as características morais, espirituais, psíquicas, intelectuais e até talvez mesmo físicas, para servir de modelo e exemplo a todos, para ditar a orientação certa do rebanho, porque conhece todo o caminho a perlustrar.

Rei! Rei que serve, coberta a cabeça com o véu da humildade e, na mão, qual cetro, os instrumentos dos serviços mais humildes; rei vilipendiado e desprezado, pois todos os julgam com o direito de zombar e de pisoteá-lo impunemente, "para maior glória de Deus", porque ele não sabe reagir: perdoa sempre! Pois, a atitude desse rei terá que ser sempre a que Jesus exemplificou: "perdoai-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem"! É o adulto que sorri quando uma criança de dois anos caçoa dele: que segue em frente amável, ao receber uma assuada de meninos levados; que não se magoa se uma menininha lhe vira as costas quando ela se dirige amorosamente: malcriações infantis são perdoadas, "porque não sabem o que fazem". Assim terá que agir o Evoluído em relação à massa involuída que o cerca, pois ele também "foi contado entre os malfeitores".

Rei dos judeus, dos religiosos, líder da religião devocional, perseguido exatamente pelo sacerdócio, pretenso dono da religião, que jamais admite intromissões leigas em sua área de serviço, permanecendo atentos a qualquer tentativa de invasão de seu território, para defendê-lo com qualquer arma a seu alcance: do combate oral sério às acusações mentirosas, da calúnia à ironia ferina, da perseguição oculta ao assassinato, que hoje em dia é disfarçado de muitas maneiras, embora na antiguidade fosse claro: "matem todos, Deus escolherá os seus", dizia célebre inquisidor espanhol.

A crucificação de nossos Espíritos num corpo humano, a longo prazo, constitui experiência dolorosa, mas indispensável à evolução.


* * *

Quanto às três cruzes, já os primeiros Pais da igreja as comparavam às árvores do "paraíso terrestre": a árvore da ciência do bem e do mal e a árvore da vida, dizendo que eram três: a árvore da vida no centro (Jesus), a árvore do bem de um lado (o "bom ladrão") e a árvore do mal do outro lado (o mau ladrão").

Mas, podemos dar um passo à frente, na simbologia.

Assim como, na passagem do reino animal para o reino hominal, a criatura provou da árvore do bem e do mal, perdendo por isso o paraíso da irresponsabilidade animal e adquirindo o livre-arbítrio, assim também na passagem do reino hominal para o reino dos céus a criatura experimentará (páthein) a árvore da vida, adquirindo a VIDA IMANENTE, também chamada, mais geralmente, VIDA ETERNA.

É a árvore do centro, a Cruz de Jesus, que proporciona a Vida, e por isso Ele foi classificado como "o Salvador" ou ainda o "Redentor". Embora a interpretação desse fato tenha sido deteriorada por ignorância da realidade; de qualquer modo esses atributos estão bem aplicados.

Não é, pois, Redentor no sentido de que sua paixão (páthein) tenha redimido por si só a humanidade, mas sim no sentido de que foi o primeiro a conseguir passar, nesta Terra, de um estágio a outro, abrindo o caminho ("eu sou o CAMINHO da Verdade e da Vida", JO 14:6 para que todos pudessem segui-Lo, redimindo-se, também, cada um a si mesmo, porque, na estrada que abriu, como batedor ou sapador, todos nós temos mais facilidade de seguir seus passos. Árvore da Vida, a Cruz de Jesus, que simboliza a cruz do corpo humano, que para nós constitui o meio da redenção final, na estrada real da evolução.

E no topo dessa cruz está a inscrição que inspiradamente foi ordenada por Pilatos: o rei dos judeus, o hierofante da raça sacerdotal de toda a humanidade. Quando todos atingirmos essa graduação inequívoca, esse ápice evolutivo do gênero humano, teremos conquistado a redenção final e estaremos "salvos", pois não necessitaremos mais ser crucificados, através das encarnações, no corpo de carne.

A tentativa do clero personalístico de inutilizar a frase de Pilatos fracassou, diante da vontade inflexível daquele que, embora julgado titubeante e facilmente influenciável pelos mais fortes como a biruta ao vento, no entanto bateu o pé e mandou mantê-la. Era impossível descer do pedestal de sua autori dade, porque aí não foi o homem Pilatos que agiu, mas a autoridade máxima que outorgada lhe fora pelo Alto.

A sugestão de que fosse escrito: "Ele disse que era rei dos judeus" alerta-nos ainda para um fato muito importante, e Pilatos acertou em não aceitar. Não é o fato de alguém SE DIZER rei ou hierofante, que lhe ratifica o posto: este só pode ser conferido por quem tenha autoridade de fazê-lo, como foi o caso de Pilatos, legitimamente constituído como Governador, tendo recebido, portanto, do Alto sua investidura civil e religiosa, já que era delegado do Imperador-Pontífice Tibério César. Hoje, muita gente ostenta títulos e nomes geralmente arrevezados por iniciativa própria, atribuídos a si por eles mesmos ou por amigos que se reúnem em sistema de elogios mútuos, conferindo-se uns aos outros títulos bombásticos e honoríficos, sem qualquer autoridade. São encontradiços vários "mestres", alguns "sris", outros "yogis" e mesmo "swamis", além de muitos "anandas". Uma vez revestidos dessas insígnias verbais, inflam o peito vaidosamente e se creem grandes emissários das fraternidades (sempre orientais), esquecidos de que o pior vício que afasta da Fonte é exatamente a vaidade que exalta a personagem. Colocam sobre seus próprios ombros "missões" importantes e acreditam-se grandes seres, embora suas palavras e ações (reveladoras dos mais íntimos pensamentos) contradigam frontalmente o que pretendem aparentar.

Jesus jamais atribuiu a si mesmo qualquer título. Antes, recusou o atributo de BOM, afirmando ser bom apenas o Pai, e negou ser MESTRE, ensinando que só o Cristo devia ser tido como Mestre (MT 23:10). Por que Lhe não seguirmos as pegadas? Por que não anularmos nosso eu personalístico e vaidoso, convencendo-nos de que, se estamos encarnados neste planeta, isto significa que somos apenas espíritos devedores, ainda carregados de carmas negativos, que precisamos expurgar, para podermos ser merecedores de receber qualquer missão? Deixemos de lado os títulos e nomes exóticos, e sejamos discípulos humildes e verdadeiros, enquanto estamos crucificados nesta carne transitória, pois "a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus" (1CO 15:50): só o Espírito o vive.

Por que pois pretender salientar a personagem terrena (carne e sangue) com nomes orientais pomposos, que nada valem, mas ao contrário prejudicam, porque alimentam a vaidade íntima? Vivamos de forma a poder dizer, no fim de nossa romaria terrena: "somos servos inúteis, cumprimos nosso dever" (LC 17:10).

Aproveitamos a crucificação sem reclamar, como a soube aproveitar o "bom ladrão", que se limitou humildemente a solicitar auxilio.

E não nos preocupemos se nossas vestimentas forem divididas e sobre elas lançadas sortes, ficando nós nus: que é a roupa para o corpo? Assim também, que é o corpo, veste do Espírito, em relação a este? Que nos maltratem, nos firam e nos matem o corpo: o Espírito permanecerá vivo e progredirá; temamos os que podem matar o Espírito, não os que só atingem o corpo físico e a personagem terrena (cfr. MT 10:28); e tudo o que nos seja arrancado - objetos, propriedades, amigos, parentes e até o corpo - constituem apenas agregações temporárias que poderão ser reconquistadas todas pelo Espírito eterno. Aproveitemos a crucificação na Terra, para aprender a renúncia a tudo o que é externo, só valorizando o Espírito.




Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 31.
Para visualizar o capítulo 31 completo, clique no botão abaixo:

Ver 31 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?

Veja mais em...

Mateus 27:33

E, chegando ao lugar chamado Gólgota, que se diz: Lugar da Caveira,

mt 27:33
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 27:34

Deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber.

mt 27:34
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 27:35

E, havendo-o crucificado, repartiram os seus vestidos, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si os meus vestidos, e sobre a minha túnica lançaram sortes.

mt 27:35
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 27:36

E, assentados, o guardavam ali.

mt 27:36
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 27:37

E por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: Este É Jesus, O Rei dos Judeus.

mt 27:37
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 27:38

E foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda.

mt 27:38
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 15:22

E levaram-no ao lugar do Gólgota, que se traduz por lugar da Caveira.

mc 15:22
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 15:23

E deram-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou.

mc 15:23
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 15:24

E, havendo-o crucificado, repartiram os seus vestidos, lançando sobre eles sortes, para saber o que cada um levaria.

mc 15:24
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 15:25

E era a hora terceira, e o crucificaram.

mc 15:25
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 15:26

E por cima dele estava escrita a sua acusação: O Rei dos Judeus.

mc 15:26
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 15:27

E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda.

mc 15:27
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 15:28

E cumpriu-se a escritura que diz: E com os malfeitores foi contado.

mc 15:28
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Lucas 23:33

E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.

lc 23:33
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Lucas 23:34

E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo os seus vestidos lançaram sortes.

lc 23:34
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

João 19:17

E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota.

jo 19:17
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

João 19:18

Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.

jo 19:18
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

João 19:19

E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.

jo 19:19
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

João 19:20

E muitos dos judeus leram este título; porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim.

jo 19:20
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

João 19:21

Diziam pois os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas, Rei dos Judeus; mas que ele disse: Sou Rei dos Judeus.

jo 19:21
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

João 19:22

Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi.

jo 19:22
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

João 19:23

Tendo pois os soldados crucificado a Jesus, tomaram os seus vestidos, e fizeram quatro partes para cada soldado uma parte; e também a túnica. A túnica, porém, tecida toda d?alto a baixo, não tinha costura.

jo 19:23
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

João 19:24

Disseram pois uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será. Para que se cumprisse a Escritura que diz: Dividiram entre si os meus vestidos, e sobre a minha vestidura lançaram sortes. Os soldados, pois, fizeram estas coisas.

jo 19:24
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 15:21

E constrangeram um certo Simão Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz.

mc 15:21
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Lucas 23:21

Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o crucifica-o

lc 23:21
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Hebreus 13:12

E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta.

hb 13:12
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 27:39

E os que passavam blasfemavam dele, meneando as cabeças,

mt 27:39
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Provérbios 31:6

Dai bebida forte aos que perecem, e o vinho aos amargosos de espírito;

pv 31:6
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 27:48

E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber.

mt 27:48
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Atos 12:4

E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da páscoa.

at 12:4
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 27:54

E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus.

mt 27:54
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 15:39

E o centurião, que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.

mc 15:39
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Lucas 23:47

E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo.

lc 23:47
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Lucas 22:37

Porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento.

lc 22:37
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Isaías 53:12

Pelo que lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercede.

is 53:12
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 26:38

Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui, e velai comigo.

mt 26:38
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 26:39

E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

mt 26:39
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 14:34

E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte: ficai aqui e vigiai.

mc 14:34
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 14:35

E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para que, se fosse possível, passasse dele aquela hora.

mc 14:35
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Marcos 14:36

E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres.

mc 14:36
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

João 14:6

Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.

jo 14:6
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 23:10

Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.

mt 23:10
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Lucas 17:10

Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.

lc 17:10
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

I Coríntios 15:50

E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção.

1co 15:50
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa

Mateus 10:28

E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.

mt 10:28
Detalhes Capítulo Completo Perícope Completa