As Chaves do Reino
Versão para cópiaA LETRA MATA, E O ESPÍRITO VIVIFICA
Segundo a Gnose, que geralmente sugere a matéria como o sepulcro do Espírito, tão só o conhecimento perdido por efeito desse contato do ser espiritual com o mundo material é capaz de resgatá-lo para a superação dessa proclamada "perdição", que as faixas densas estabelecem sobre o Espírito.
Não ignoramos, ao estudarmos os fundamentos filosófico-científicos do Espiritismo, que o fluido cósmico, transmutado em matéria densa consoante a conhecemos na Terra, estabelece uma "quebra" nos circuitos vibracionais do Espírito, para efeito didático, tendo em vista a planificação reencarnatória dele, com todos os ingredientes de depuração e prova que lhe interessam à afirmação pessoal diante de si e da Criação, em nome da ascese ao Divino.
Equívoco seria qualquer interpretação fechada na análise do assunto que tange o sublime e sábio movimento da Lei de Amor do Excelso Pai, operando a capacitação moral de Seus filhos ante o infinito de Suas potências eternas. Devemos respeitar, nesse capítulo das crenças e concepções mais fechadas e radicais, as necessidades psíquicas daqueles que interpretam assim e resolvem viver à risca sua particular leitura das cousas.
Temos aprendido, no trato das Revelações Divinas, que "palavra" é "espada" - a expressão da Lei codificada, tanto para "guardar" os domínios sagrados da Criação, quanto para "ceifar" tudo aquilo que o Senhor não plantou (Hebreus
Em justa apreciação das propostas filosóficas espiritualistas sobre a "matéria", relembramos que a própria Igreja Romana, durante séculos malsinou o corpo e a carne por instrumentos de "Satanás", e, com isso logramos compreender que a matéria é expressão da Lei de Justiça operando a depuração do Espírito, a fim de que ele se desperte dos "clamores" objetivos do sistema material mais fechado, sobre cujos territórios mutantes e ilusórios o ser essencial, criado por Deus, lança raízes eletromagnéticas de poder relativo, para identificação clara e dinâmica de seus potenciais até então desconhecidos.
Objetivamente, o primeiro reino do Espírito (e relacionamos aqui a condição elementar do Princípio Inteligente, que ele fora) é o mundo material, pois a trindade "Deus, espírito e matéria" é o alicerce inarredável da Criação, facultando aos estudiosos a harmônica percepção da vida cósmica, dentro da lógica e do bom senso passíveis de desenvolvimento no planeta. E como Deus é eterno, fonte da Criação, espírito e matéria guardam, na essência, a natureza divina - esta última cognominada "hausto do Criador ou força nervosa do Todo-sábio".
Em sua Segunda epístola aos coríntios, Paulo se reporta ao tema quando escreve: "O qual [o Cristo] nos fez também capazes de ser ministros dum novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, e o espírito vivifica" (II Coríntios
Temos ciência de que a experiência desativa toda e qualquer presunção ilusória, e, se a reencarnação configura estágio de despertamento de potências e aferição de valores, toda vez que a Verdade se mostre através do esforço, da vivência, isso representará a "palavra divina" a Lei de Deus.
Torna-se possível depreender que a Verdade Divina é o "espírito" que triunfa da letra, da palavra, pois tudo o que mostra a vontade de Deus guarda o poder de destruir a mentira, de matar a ilusão. A "palavra", como instrumento da Mensagem, fere como "espada", se existem interesses contrários à Lei. Por isso, a letra mata o "interesse pessoal". Vinculando o assunto de largo alcance moral ao processo reencarnatório, entendemos que, de cada existência, quando deixamos florescer uma personalidade definida, ao desencarnar levamos apenas a essência do aprendizado - o "espírito que vivifica": "Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual" (I Coríntios
No Evangelho do Senhor, as imagens são uma espécie de criptograma para os que desenvolvem a habilidade de ver e ouvir ("olhos de ver" e "ouvidos de ouvir" - MC
A "palavra", em sua feição de "espada", oriunda da "letra", tem o poder de matar a ilusão e o engodo em que nos refugiamos por efeito do culto personalista (negação de nossa natureza divina e universal) por esse processo de estiolamento do ego, quando dor e sofrimento nos socorrem para efeito de depuração. Vamos encontrar a lógica da Providência sendo exposta ainda por Paulo, coadjuvando Jesus em Sua missão redentora: "Insensato! o que tu semeias não é vivificado se primeiro não morrer" (I Coríntios
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I Coríntios 15:44
Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual.
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Gênesis 3:24
E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.
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Marcos 8:18
Tendo olhos, não vedes? e, tendo ouvidos, não ouvis? e não vos lembrais,
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Atos 28:26
Dizendo: Vai a este povo, e dize: De ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis.
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Atos 28:27
Porquanto o coração deste povo está endurecido, e com os ouvidos ouviram pesadamente, e fecharam os olhos, para que nunca com os olhos vejam, nem com os ouvidos ouçam, nem do coração entendam, e se convertam e eu os cure.
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II Coríntios 3:6
O qual nos fez também capazes de ser ministros dum novo testamento, não da letra, mas do espírito, porque a letra mata, e o espírito vivifica.
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Efésios 6:17
Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
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