As Chaves do Reino
Versão para cópiaCONQUISTA DO REINO PELA VIOLÊNCIA - ENTREGAR À MORTE O IRMÃO
O Espiritismo chegou ao mundo trazendo as "chaves", com as quais tudo torna-se inteligível, e é graças a isso que os textos bíblicos passam a exercer o seu verdadeiro papel, qual seja, o de revelar os conteúdos divinos aos "olhos de ver", para que a evolução consciente se processe por vontade lúcida e ativa do indivíduo.
O Evangelho ensina que, dando plena execução à Lei de Justiça, João, o Batista, se incumbe de preparar "o caminho do Senhor", endireitando "as suas veredas" (MC
O benfeitor Emmanuel já explorara o assunto, definindo, com brilhantismo, que a fé nasceu no "berço rústico do temor", e muitos de nós ainda caminhamos aderindo aos projetos do bem por "medo" das consequências, por interesse em ganhar algo ou se defender de possíveis problemas, e não propriamente por convicção e entrega irrestrita dos sentimentos. Esse é o retrato das lutas que estão sintetizadas na afirmativa de Jesus, de que, até João, o Reino dos Céus é tomado por assalto, por violência.
Mesmo nós, os espíritas, que somos tão bem informados sobre as leis e sua ação em favor de nosso progresso, às vezes sofremos terrivelmente por "ter de cumprir a lei", tantas vezes fazendo os outros sofrerem igualmente. Falta-nos, a par do conhecimento de natureza superior aquele toque de serenidade, oriundo da consciência desperta, para administração correta dos componentes do destino, sem pressa nem reclamação, sem tédio nem má vontade. Seja no estado de expiação ou mesmo no de prova, a paciência é ingrediente de harmonia para solução mais rápida dos problemas. Essa "violência" considerada pelo Mestre e em vigência para todos os que estamos submetidos à Lei de Justiça - querendo ou não - é que responde pelo alongamento pela intensificação de nossas dores sobre a Terra, pois a adesão que signifique o "bem sofrer" nos libera para o Reino dos Céus, quando a consciência está desobrigada da culpa, do remorso, das contaminações. Para mais amplitude do que está encerrado nessa sofrida conquista do Reino, temos no Evangelho uma sequência muito bela do processo regido pela Lei: "E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão" (MT
Não existe paz sem batalha. Não podemos aguardar virtudes sem luta íntima. A humildade nasce de muito esforço pelo autodomínio pelo flexionamento da cerviz, buscando enxergar o outro com seu direito, e empenhando-se em respeitá-lo. Isso é um processo, pede paciência. Dessa forma, a conquista do Reino, durante esse período da evolução em que nossa alma se mostra rebelde, irreverente, irrequieta inconformada, atabalhoada, se dá pela violência, pois temos de nos controlar, de nos converter - e isso caracteriza a grande luta do crescimento espiritual. A Lei, nessa fase, se mostra dura, rígida fechada, e, por isso, ela constrange e mata (desativa) os dispositivos do "homem velho", numa espécie de compensação entre forças externas e internas, visando a desativação do gênio, da personalidade, do que é vicioso, do que foge da consciência. Mas não nos iludamos quanto aos que revelam mais serenidade e mais domínio de si mesmos, pois eles também estão em embates profundos na intimidade, com a diferença de que suas lutas são travadas com consciência de causa, o que então sugere o estado de compreensão e harmonia neles.
Segundo o texto citado, que se encontra em MT
O pai, nesse caso, representa o "homem velho" - tudo aquilo que há milênios constituía a nossa forma de ver, de sentir, de fazer as coisas. O filho, que tem o poder de matar, de desativar o "velho", é a renovação o "Filho do homem".
Então, o Evangelho, conhecido e meditado, opera a "entrega à morte" e a adoção gradativa das lições de Jesus, no coração, faz nascer o "Filho do homem", o qual poderá, dessa forma, desarticular o "velho" em nós, pois significa iluminação, sublimação, superação, no rumo da consciência cósmica. Esse é o processo de sair do jugo da Lei, que atua de fora para dentro, enquanto a Mensagem do Cristo é "espírito e vida", de dentro para fora.
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Mateus 10:21
E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão.
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Mateus 16:27
Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.
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Marcos 1:3
Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
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Mateus 11:12
E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele.
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