O Caminho do Reino

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CAPÍTULO 2

CONSOLADOR, O ESPÍRITO SANTO

Allan Kardec, no primeiro capítulo da obra A Gênese, demonstra a sublime natureza do Espiritismo, que cumpre, em tudo o que o constitui, a promessa de Jesus concernente à vinda do Consolador à Terra. E, nesse passo, não há dúvida quanto ao cumprimento de um ciclo evolutivo que se inicia com Moisés e culmina com a Revelação do Espírito de Verdade, ou o Espírito Santo que o Pai envia aos homens.

A geratriz da Vida está no poder criador do Pai, e toda a proposta crística, definida por João no Verbo do princípio (JO 1:1-5), guarda os fundamentos do Espírito de Verdade, que resume a pureza indissociável que tão somente o Amor define. Não dispondo dos sentidos próprios para "ver" Deus e comungar-Lhe os eternos dons na infinitude que os caracteriza, esbarramos, ainda que filosoficamente, nas expressões do Cristo Jesus, para balizamento ou ajuizamento de nossos processos intrínsecos, no plano da evolução cósmica. Inconscientemente, mas também de modo refletivo para alguns, os "filhos de Eva" - esse filtro oriundo da miscigenação de graus evolutivos, imprescindível à dinâmica do progresso e Lei Universal em todos os domínios da Criação - sentem o poder de Jesus que, ao formar o globo terreno sob os auspícios do Pai e tendo por apoio as plêiades afins, imprimiu e mantém, nas estruturas vibratórias desse Mundo, sua natureza divina, em harmonias e na ordem inviolável do Amor, em sublime reflexão do Pai.

A criatura encarnada ou mesmo a desencarnada, mas ainda incapaz de "ler" vibrações essenciais, se move consoante os desejos que lhe inflamam, e isso constitui o ego, a personalidade, a ilusão. Em plano externo de busca e movimento, mas também com identificação ou afinidade no plano interno para usufruto do que lhe seduz por fora, trabalha a instrumentalidade mental por milênios sucessivos, até que logre as sínteses evolutivas, ou seja, conquiste internamente os estados simplificados, mas riquíssimos de conteúdo, nas concepções de ordem moral, sem os exotismos da adoração externa que as religiões materializadas propõem por fator condicionante das almas aos propósitos divinos.

O Consolador, para muito além do alento, da esperança que refaz, do reconforto após desgastes e dores, significa efetivamente o religare.

O Espírito de Verdade, que pode ser compreendido por conjunto dos princípios da Vida e também pelo próprio Jesus que nos governa espiritualmente neste Mundo, resume todo o processo de depuração evolutiva que se dá através das vicissitudes e pelejas reencarnatórias, anunciando a imersão do Espírito na 5erdade Divina, quando se liberta efetivamente das impressões materiais e se capacita a operar conscientemente sua marcha de aperfeiçoamento, com benefícios evidentes a toda ordem de Espíritos que se lhe colocam aquém das conquistas.

Exercitando-se filosoficamente e tendo por fecundação da mente os exercícios diários de ajuste pessoal às propostas captadas das experiências de melhor nível, o Espírito em pelejas reencarnatórias se elevará em ideais e submergirá em provas, para alcançar o equilíbrio das potências íntimas. Daí o Consolador por excelência, na feição do Cristo de Deus que esteve entre nós, assinalar: "Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós" (JO 14:18). Realmente, Jesus lançou mão da prerrogativa de um corpo físico, consoante a Codificação Espírita explicita sem rodeios, para fundar com seu imenso sacrifício a era do despertamento espiritual no Globo. E prometeu a vinda do Consolador, para que não ficássemos órfãos, ou seja, o Mestre "causou" no plano denso da matéria, imprimindo ao Mundo melhor noção do poder de Deus que Ele intermediava. Pouco depois, após o fluxo e refluxo das forças que lançou nos corações humanos e no meio ambiente, orquestrou do Alto os movimentos de expansão e recolhimento observados na História, para, em momento adequado, com relativo amadurecimento intelecto-moral de grupos capazes de liderar o processo evolutivo, permitir a chegada do Consolador em aspectos filosóficos e científicos, apontando, entre fatos e ensinos inteligentíssimos, a moral que constitui a Verdade, a imagem do Criador estampada nas fímbrias dos filhos convertidos ao Seu Amor. Aí está a segunda vinda do Mestre e Senhor de nossa evolução planetária.

Eis o Consolador, que "vos guiará em toda a Verdade" (JO 16:13).



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João 16:13

Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.

jo 16:13
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João 1:1

NO PRINCÍPIO era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

jo 1:1
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João 1:2

Ele estava no princípio com Deus.

jo 1:2
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João 1:3

Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

jo 1:3
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João 1:4

Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens;

jo 1:4
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João 1:5

E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.

jo 1:5
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João 14:18

Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.

jo 14:18
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