O Caminho do Reino
Versão para cópiaJESUS ENTROU E SAIU
A missão precípua do Espiritismo é o resgate da mensagem de Jesus para incremento de uma nova era para a Humanidade - o surgimento do "Filho do Homem".
Temos navegado nas águas bonançosas e fecundas da Terceira Revelação utilizando nossas embarcações psíquicas, eivadas de velhos hábitos e duvidosos conceitos, imprimindo, pela leitura tendenciosa e periférica que habitualmente fazemos do Consolador, nossos vícios morais ao movimento espírita, mesclando-o das notas personalistas e utilitárias de nosso modus vivendi.
Em declarado respeito do Criador ao nosso livre-arbítrio, Jesus Cristo - que enfeixa os conteúdos de Verdade e Amor do Pai para nossa Terra - "entra" e "sai" de nosso contexto evolucional, em movimentos oscilatórios que obedecem às circunstâncias formalizadas por nossas escolhas pessoais (AT
Já o termo "dentre vós" dá a dimensão do meio humano, definido pelas reencarnações - condição de despertamento das potências intrínsecas dos Espíritos ainda simples e ignorantes, que necessitam desse vínculo com a matéria mais densa, a fim de aprenderem a "intelectualizar" esse material, sofrendo-lhe, concomitantemente, os estados de tensão, que terminam por liberar valores de sua inteligência e sensibilidade. Todas as pelejas em corpos físicos guardam, em primeiro plano, o objetivo de fazer eclodir o poder cocriador da alma, para, num segundo momento, entre expiações e provas, fazer com que esse poder cocriador se qualifique, quando as expressões morais e éticas se evidenciam, dispondo a criatura em processo evolucional a administrar suas forças em conexão com as Leis de Deus. Nesse contexto de desafios crescentes em aspecto subjetivo, porque morais, é que Jesus "entra" na "casa mental", para sugestionar os valores eternos, as novas bases sobre as quais se erige o "Filho do Homem". O "guia e modelo" da Humanidade terreal "entra" e "sai", uma vez que, como potência divina, respeita os movimentos da alma, dentro do que aprendemos: "Deus usa o tempo e não a violência" (Estantes da Vida, capítulo 25).
Compreendendo a interação das forças educativas das circunstâncias existenciais, lançamos mão do que se registra em Atos, no capítulo 1, versículo 22: "Começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima". Sem a clara noção de Justiça (que se elabora no período de expiação e provas, quando o "senso moral" se projeta no campo da mente), as operações de elevação que o Evangelho de Jesus leva a efeito com harmonia na intimidade do Ser não teriam vez. João, o Batista, expressa a culminância de um processo de aprendizado que pode ser definido por um adágio conhecido na Antiguidade: "Não faças a teu próximo o que não desejas que teu próximo te faça". Esse princípio de posição defensiva antecede as ações do amor e da caridade, que chegariam com Jesus ao nosso Mundo.
O Cristo evidencia esse respeito às conquistas individuais da criatura humana quando afirma: "Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus" (MT
Curiosamente, esse processo de Jesus "entrar" e "sair" assinala a didática misericordiosa do Pai e Criador, pois, ao "entrar", permite que os valores da pureza surjam entre as iniquidades humanas, para que aqueles interajam com estas sem se macular, em profundo respeito aos limites e às escolhas dos homens. Note-se que Jesus "entra" sem tumultuar, sem violentar, mostrando-se solidário, compreensivo, amoroso, em sentido incondicional. Quando "sai" - o texto de Atos diz "até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima" –, Jesus se dilui em sua proposta de amor puro e desinteressado e se deixa "evolar", para não ferir a ordem de trabalho e de escolhas pessoais daquela criatura que o acolhe pelo superconsciente. Toda a operação se dá em respeito às escolhas da individualidade em evolução, no piso da espontaneidade, porque Evangelho é adesão, é comunhão, nunca imposição, constrangimento. E, para referendar esse movimento de regeneração que nos alcança na Terra, pincelamos do diálogo de Nicodemos com Jesus (JO
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Atos 1:11
Os quais lhe disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.
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Mateus 5:43
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo.
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Mateus 5:44
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem;
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Mateus 5:45
Para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.
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