Honório Onofre de Abreu nasceu em Belo Horizonte, em 12 de junho de 1930. Filho de Joaquim Honório de Abreu e Ana Maria Abreu, recebeu de seu pai, que descobrira no Espiritismo o roteiro de iluminação pessoal, o incentivo que o tornaria abnegado divulgador do Cristianismo Redivivo.

Após ingressar no Banco do Brasil, onde exerceu funções relevantes, casou-se, em 22 de julho de 1953, com Nilza Ferreira de Abreu, cuja família se completa com as filhas Eliane e Denise. Ao lado da esposa, de alguns de seus irmãos e de amigos, que à sua família se associaram na empreitada de luz, como Leão zállio e José Damasceno sobral, ajudou a fundar o Grupo Espírita Emmanuel, em primeiro de novembro de 1957.

Nesta respeitável instituição, que se tornou referência na Terra das Alterosas, dedicou-se aos estudos doutrinários e evangélicos, tanto quanto às atividades de assistência caritativa aos FILHOS DO CALVÁRIO, na busca da vivência real do amor ensinado pelo Cristo. um evangelizador nato, na mais profunda acepção do termo, destacou-se pela segurança e sabedoria no trato com os princípios espíritas, utilizando-os, como poucos, para extrair do Evangelho, quanto do Antigo Testamento, o espírito que vivifica. Dedicou-se, também, com imenso carinho, à evangelização infantojuvenil, viajando por muitos e muitos anos, em tarefa de divulgação e formação de trabalhadores, por todo o País, inclusive pela Federação Espírita Brasileira.

Encontrei sua figura paternal e sábia no ano de 1987, ocasião em que se tornara notável pelos estudos sistematizados sobre os temas Evolução, Antigo Testamento (Gênesis de Moisés) e Apocalipse de João, no Grupo Emmanuel, aos sábados pela manhã e às terças-feiras à noite.

A reunião das pérolas de suas experiências doutrinário-evangélicas igualmente redundou na formação da obra Luz Imperecível, publicada pela união Espírita Mineira. Convidado pela Federação Espírita Brasileira, coordenou, com inspiração e zelo, a apostila Parábolas e Ensinos de Jesus, do EADE - Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita –, trabalho do qual tive a honra de participar, recordando-me com saudade dos nossos encontros semanais em sua residência, por aproximadamente um ano.

E devo dizer, desincumbindo-me de um dever de gratidão, partiram dele a inspiração, as linhas mestras e a orientação inicial para o projeto de tradução de O Novo Testamento para o Conselho Espírita internacional, que não teria sequer nascido não fosse sua iniciativa e intervenção pessoal no assunto.

É bom lembrar suas características de homem probo, sábio e dedicado à Causa da Doutrina Espírita, testemunhando, seja em família, na profissão, na vida social ou na seara Espírita, sua honradez, sua liderança pacifista, aglutinadora, inspirada, sempre a serviço do Evangelho.

Diretor para Assuntos de unificação da Federativa de Minas Gerais, foi eleito presidente da união Espírita Mineira, em dezembro de 2002, cargo que honrou e exerceu com admirável integridade moral até o dia de sua desencarnação, em 13 de novembro de 2007, deixando um vazio difícil de ser preenchido, em razão da sua capacidade de respeitar a diversidade e unir as pessoas em torno do ideal, sem qualquer pretensão de impor diretrizes pessoais.

No ano de 1998, passara a se dirigir semanalmente ao Grupo Espírita 14 da Bênção, na cidade de Mário Campos, para participar dos trabalhos mediúnicos daquele núcleo, deixando em todos nós indelével marca de um dirigente de reunião mediúnica verdadeiramente cristão.

No trato com os Espíritos, com os médiuns e demais participantes, e até mesmo na mesa de café, mineiramente preparada, pudemos vivenciar momentos inesquecíveis, que somente podem ser comparados aos núcleos cristãos mais singelos do Cristianismo Nascente.

Querido Professor: dos Altiplanos da Espiritualidade, para onde te conduziram teus atos genuinamente evangelizados e tua conduta ilibada, lembra-te dos teus evangelizandos que ficaram, saudosos da tua palavra amiga, serena e sempre, sempre sábia!

Haroldo Dutra Dias Belo Horizonte, 9 de maio de 2014.