Alma e Coração
Versão para cópiaPaz de espírito
Temos hoje, em toda parte da Terra, um problema essencial a resolver, a aquisição da paz de espírito, em que se desenvolvem todas as raízes da solução aos demais problemas que sitiam a alma.
Que diretrizes, porém, adotar na obtenção de semelhante conquista? Usar a força, impor condições, armar circunstâncias?
Não desconhecemos, no entanto, que a tensão apenas consegue impedir o fluxo das energias criadoras que dimanam das áreas ocultas do espírito, agravando conflitos e mascarando as realidades profundas de nossa vida íntima, habitualmente imanifestas.
A paz de espírito, ao contrário, exclui a precipitação e a inquietude, para deter-se e consolidar-se na serenidade e no entendimento. Para adquiri-la, por isso mesmo, urge entregar as nossas síndromes de ansiedade e de angústia à providência invisível que nos apoia.
As ciências psicológicas da atualidade nomeiam esse recurso como sendo “o poder criativo e atuante do inconsciente”, mas, simplificando conceitos, a fim de adaptá-los ao clima de nossa fé, chamamos-lhe “o poder onisciente de Deus em nós”.
Render-nos aos desígnios de Deus, e confiar a Deus as questões que nos surjam intrincadas no cotidiano, é a norma exata da tranquilidade suscetível de garantir-nos equilíbrio no mundo interno para o rendimento ideal da vida.
Colocar à conta de Deus a parte obscura de nossa caminhada evolutiva, mas sem desprezar a parte do dever que nos compete. Trabalhar e esperar, realizando o melhor que pudermos. Fé e serviço, calma sem ócio.
Pensemos nisso e alijemos o fardo dos agentes destrutivos de ódio, ressentimento, culpa, condenação, crítica ou amargura que costumamos arrastar no barro da hostilidade com que tratamos a vida, tanta vez arruinando tempo e saúde, oportunidade e interesses.
Fundamentemos a nossa paz de espírito numa conclusão clara e simples: Deus que nos tem sustentado, até agora, nos sustentará também de agora em diante.
Em suma, recordemos o texto evangélico que nos adverte sensatamente: “Se Deus é por nós, quem poderia ser contra?” (Rm
(Reformador, outubro 1968, página 232)
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