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“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” — JESUS (Mt
Imperioso modifiques a própria conceituação, em torno do adversário, a fim de que se te apague da mente, em definitivo, o fogo da aversão.
Isso porque o suposto ofensor pode ser alguém:
que age sob a compulsão de grave processo obsessivo;
que se encontra sob o guante da enfermidade e, por isso, inabilitado a comportar-se corretamente;
que experimenta deploráveis enganos e se acomoda na insensatez;
que não pode enxergar a vida no ângulo em que a observas.
E que nenhum de nós encontre motivos para lhe reprovar o desajuste, porquanto nós todos somos ainda suscetíveis de incorrer em falhas lamentáveis, como sejam:
cair sob a influência perturbadora de criaturas a quem dediquemos afeições sem o necessário equilíbrio;
iludir-nos a nosso próprio respeito quando não pratiquemos o regime salutar da autocrítica;
entrar em calamitoso desequilíbrio por efeito de capricho momentâneo;
assumir atitudes menos felizes, por deficiência de evolução, à frente de companheiros em posições mais elevadas que a nossa.
Em síntese, para sermos desculpados é preciso desculpar.
Reflitamos na absoluta impropriedade de qualquer ressentimento e recordemos a advertência de Jesus quando nos recomendou a oração pelos que nos perseguem. O Mestre, na essência, não nos impelia tão só a beneficiar os que nos firam, mas igualmente a proteger a sanidade mental do grupo em que fomos chamados a atuar e servir, imunizando os companheiros, relativamente ao contágio da mágoa, e frustrando a epidemia da queixa, sustentando a tranquilidade e a confiança dos outros, tanto no amparo a eles quanto a nós.
(Reformador, setembro de 1969, p. 197)
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