A Vida Fala

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CAPÍTULO 6
Ilustração tribal

A Lição Inesquecível


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Hilda, menina abastada, diariamente dirigia más palavras à pequena vendedora de doces que lhe batia humildemente à porta da casa.

—Que vergonha! De bandeja! De esquina a esquina! Suma daqui!

—gritava, sem razão.


A modesta menina se punha pálida e trêmula. Entrementes, a dona da casa, tentando educar a filha, vinha ao encontro da pequena humilhada e dizia bondosa:

—Que doces tão perfeitos! Quem os fez assim tão lindos?


A mocinha, reanimada, respondia, contente:

—Foi a mamãe.


A generosa senhora comprava sempre alguma coisa e, em seguida, recomendava à filha:

—Hilda, não brinques com o destino. Nunca expulses o necessitado que nos procura. Quem sabe o que sucederá amanhã?


A menina resmungava e, à noite, ao jantar, o pai secundava os conselhos maternos, acrescentando algo:

—Não zombes de ninguém, minha filha! O trabalho, por mais humilde, é sempre respeitável e edificante. Aqueles que socorremos serão provavelmente os nossos benfeitores.


Mas,no dia seguinte, Hilda fustigava a vendedora, exclamando:

—Fora daqui! Bruxa! Bruxa! . . .

E a mãe de Hilda sempre acolhia a pequena.

Correu o tempo e, depois de quatro anos, o quadro da vida se modificara.

O paizinho de Hilda adoeceu e debalde os médicos procuraram salvá-lo. Morreu numa tarde calma, deixando o lar vazio.

A viúva recolheu-se ao leito extremamente abatida e, com as despesas enormes, em breve a pobreza e o desconforto invadiramlhe a residência. A pobre senhora mal podia mover-se.

Privações chegaram em bando. A menina, anteriormente abastada, não podia agora comprar nem mesmo um par de sapatos.

Aflita por resolver a angustiosa situação, certa noite Hilda chorou muitíssimo, lembrando-se do papai.

Oh! Papai. . . Meu papai. . .

Dormiu, lacrimosa e sonhou que ele vinha da Espiritualidade confortá-la.

-Papai. . . Papai. . .

-Minha filha!


Ouviu-o dizer, perfeitamente:

—Não desanimes, minha filha! Vai trabalhar! Vende doces para auxiliar a mamãe! . . .

Despertou, no dia imediato, com o propósito firme de seguir o conselho.


Ajudou a mãezinha enferma a fazer muitos quadradinhos de docede-leite e, logo após, saiu a vendê-los. Algumas pessoas generosas compravam-nos com evidente intuito de auxiliá-la, entretanto, outras criaturas, principalmente meninos perversos, gritavam-lhe aos ouvidos:

—Sai daqui! Bruxa de bandeja! . . .

Sentia-se triste e desalentada, quando bateu à porta de uma casa modesta. Graciosa jovem atendeu.

—você Hilda ?

—Oh! Eu. . .

Hilda esperava ser maltratada por vingança, já que era a jovem que noutro tempo vendia cocadas.

—Que doces tão perfeitos! Quem os fez assim tão lindos?


A interpelada lembrou os ensinamentos maternos de anos passados e informou:

—Foi a mamãe.

A ex-vendedora comprou quantos quadradinhos restavam na bandeja e abraçou-a com sincera amizade.

Desse dia em diante, a menina vaidosa transformou-se para sempre. A experiência lhe dera inesquecível lição.




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