A semente de mostarda

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Capítulo XVII

Paz


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Quem diz “paz em nome de Cristo”, nem sempre observa que a paz, na maioria das vezes, nasce de perigosas situações.

Pensemos em Jesus nas últimas horas do convívio com as criaturas humanas. Preso na véspera do Supremo Sacrifício, trazia o espírito preocupado ante a deserção dos discípulos; é conduzido ao cárcere onde sofre agressões e vexames; passa a noite injuriado e açoitado pelos agentes do Sinédrio; é vestido pelos próprios verdugos, de modo a que a multidão não lhe veja as feridas que eles próprios lhe abriram no transcurso da noite; é duramente humilhado na casa de ; volta ao julgamento e Pilatos, perante o público que o cobria de impropérios coloca-o inferior a Barrabás, o criminoso; é obrigado a carregar a cruz do suplício e quase cambaleando, ao peso do lenho, após depô-lo no chão, foi nele cruelmente crucificado.

Esse mesmo Cristo é que volta das sombras do túmulo e fala aos amigos envergonhados: — “A minha paz vos dou…” (Jo 14:27)


Quem estiver esperando a paz e especialmente a paz de Cristo, recorde o preço da paz obtida por ele, o Divino Mestre e Senhor, e acabará reconhecendo que a paz, muitas vezes, vem até nós, mas através das mais dolorosas e difíceis situações.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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