Agora e o Tempo

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Capítulo XIX

Os que esperam


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Falas de beneficência, com a certeza de quem voltará à própria casa, onde dispões do mundo que construíste: o lar em que os entes amados te prepararam a festa do carinho. O ambiente seguro, o farnel da noite, a presença de alguém que te enderece palavras de ternura e o leito pronto para assegurar-te o repouso.

Lembra-te, porém, daqueles que atravessaram o dia, mentalizando o prato que não tiveram;

dos que refletiram, em vão, no cobertor que não apareceu;

dos enfermos que sonharam com os medicamentos suscetíveis de aliviá-los e que não lhes chegaram às mãos;

dos que se enrolaram, sem perceber, na rede da solidão e se inclinam para a calamidade do suicídio;

dos pais que não descansam, procurando o sorriso de um filho que a morte ocultou no silêncio…

Lembra-te dos que sofrem sem esperança e estende-lhes a tua migalha de tempo e de amor materializando o que ensinas.

Não hesites.

Segue ao encontro daqueles que esperam por algo ou por alguém que lhes ofereça o auxílio de que disponhas.

Não importa seja o mínimo aquilo que possas dar.

A tua xícara de leite ou a tua pétala de esperança estarão abençoadas por Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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