Antologia Mediúnica do Natal

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Capítulo LVII

Encontro de Natal


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Recolhes as melodias do Natal, guardando o pensamento engrinaldado pela ternura de harmoniosa canção…

Percebes que o Céu te chama a partilhar os júbilos da exaltação do Senhor nas sombras do mundo.

Entretanto, misturada ao regozijo que te acalenta a esperança, carregas a névoa sutil de recôndita angústia, como se trouxesses no peito um canteiro de rosas orvalhado de lágrimas…

É que retratas no espelho da própria emoção o infortúnio de tantos outros companheiros que foram inutilmente convidados para a consagração da alegria.

Levantaste no lar a árvore da ventura doméstica, de cujos galhos pendem os frutos do carinho perfeito; entretanto, não longe, cambaleiam seguidores de Jesus, suspirando por leve proteção que os resguarde contra o frio da noite;

banqueteias-te, sob guirlandas festivas, mas, a poucos passos da própria casa, mães e crianças desprotegidas, aguardando o socorro do Cristo, enlanguescem de fadiga e necessidade;

repetes hinos comovedores, tocados pela serena beleza que dimana dos astros; no entanto, nas vizinhanças, cooperadores humildes do Mestre choram cansados de penúria e aflição;

abraças os entes queridos, desfrutando excessos de reconforto; contudo, à pequena distância, esmorecem amigos de Jesus, implorando quem lhes dê a bênção de uma prece e o consolo de uma palavra afetuosa, nas grades dos manicômios ou no leito dos hospitais…

Sim, quando refletes na glória da Manjedoura, sentes, em verdade, a presença do Cristo no coração!

Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o Céu que se reparte com a Terra, através do eterno amor que se derramou das estrelas.

Agradece o dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de alguém!…




Meimei
Francisco Cândido Xavier

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