Capítulo XVI

Pensar para entender


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Em matéria de trabalho, aceitemos o lugar de serviço que o Senhor nos concedeu, no campo terrestre, evitando a perda de tempo com queixas desnecessárias.

Muitas vezes, é preciso raciocinar com calma, a fim de compreendermos com segurança.

Não fossem os nossos grupos de irmãos, quando em conflito;

os companheiros da mediunidade nas ocasiões em que se rendem a processos obsessivos;

os amigos hipnotizados por moléstias-fantasmas;

os enfermos necessitados de assistência espiritual;

os fronteiriços da loucura;

as vítimas da ingenuidade;

as pessoas que ainda se caracterizam por frágil estrutura psicológica, a exigirem compreensão, através de constantes diálogos;

os lares atormentados pelos débitos de existências passadas;

as criaturas amadas quando se envolvem nos distúrbios emotivos;

as tarefas abandonadas por irmãos diversos que as iniciaram sem ponderar os compromissos que assumiam;

os antagonismos entre espíritos nobres e prestimosos;

as incompreensões entre amigos generosos, mas irritadiços;

as almas caridosas, no entanto, ainda tisnadas por melindres e suscetibilidade;

os irmãos que se distanciam dos deveres que abraçam para serem solitários e infelizes;

e nós mesmos, com os desequilíbrios e tentações que, de um modo ou de outro nos assediam, o que justificaria a nossa condição de Espíritos engajados no trabalho de Jesus Cristo?


Aqui nos achamos, no chão e na atmosfera do mundo, gravitando uns em torno dos outros, com os nossos próprios problemas a resolver e com as nossas dívidas a saldar.

Será por isso, talvez, que, em nos expressando no intercâmbio espiritual, tantas vezes nos referimos aos benefícios do trabalho, e, entendendo a complexidade dos nossos processos evolutivos e dos nossos anseios de elevação, convém-nos aceitar a prática do perdão recíproco e a obrigação de servir sempre, através do culto incessante da paciência.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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