Capítulo XXV

Tragédia antiga


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Em reunião do Centro Espírita Eurípedes Barsanulfo, da Vila de Peirópolis, nos arredores de Uberaba, , aberto ao acaso, nos deu para estudo o item 8 do seu capítulo XIV, que provocou vários comentários sobre Educação. No final dos trabalhos o poeta Valentim Magalhães psicografou, por nosso intermédio, o soneto Retorno.

O soneto é uma tragédia antiga em forma antiga.


RETORNO

— “Rua, filho infeliz!…” — grita brandindo a vara

O severo Dom João, de gesto frio e rude…

— “Não me mates, meu pai!…Socorro!… Deus me ajude!…”

Clama o rapaz, fugindo à mão que o desampara.


Mas não existe dor que o tempo não transmude.

Envelhece Dom João na casa nobre e rara,

Lembra com novo amor o filho que expulsara;

Quer reencontrá-lo agora e viaja amiúde…


Certa noite, ante um rio, ao vento rijo e forte,

O castelão viajor pede auxílio e transporte…

Mas surge por barqueiro estranho maltrapilho…


É um moço salteador que o saqueia e tortura…

Dom João fita o agressor… É o filho que procura…

E morre a suplicar: — “não me mates, meu filho!…”




Valentim Magalhães
Francisco Cândido Xavier

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