Amanhece
Versão para cópiaEscolha das provas
Sobre a escolha das provações, amigos vários falavam conosco. Diante de certas provas, aflitivas e terríveis, seria o próprio Espírito quem as pediria, antes de tomar o corpo terrestre? A pergunta, formulada por um simpatizante da Doutrina Espírita, provocou muitos comentários. No momento mais aceso da nossa conversação fomos convidados à prece em conjunto.
Consultado, deu-nos a questão 259 para estudo, seguindo-se explanações rápidas e expressivas. Ao término da reunião, foi o nosso estimado Cornélio Pires quem nos trouxe a palavra do mundo espiritual.
ASSUNTO DE ACEITAÇÃO“Se pedimos nossas provas, — Diz você, Joaquim Paixão — Como é que se vê do Além O assunto da aceitação?” “Se há tanta gente na fuga Do respeito a compromisso, Diga, Cornélio, o que há, Como posso entender isso?” Compreendo, caro irmão, Seus raciocínios extremos. No entanto, saiba!… Nós mesmos Pedimos o que sofremos. Nos fatos da delinquência É que a coisa se complica: Reparação do infrator É a pena que se lhe aplica. Sem essa exceção na regra, Na verdade vista, a fundo, Rogamos, antes do berço, As nossas lições no mundo. Ao fim de cada existência, Em conta particular, O espírito reconhece Os débitos a pagar. A gente anota com susto Quantas faltas ao dever; Quantos votos a cumprir, Quanto trabalho a fazer! Analisando a nós mesmos, Em claro e justo juízo, Pede-se a Deus corpo novo Para o que seja preciso. Aparece a concessão. Eis que a pessoa renasce; Por dentro, as tendências velhas Sob a luz de nova face… Aí, começam problemas… Encontra-se a obrigação. Entretanto, é muita gente Nas ondas da deserção. Se você quer aprender, Segundo o Reto Pensar, São muitos os casos tristes Que podemos relembrar. Você recorda o Nhô Cássio? Pediu cegueira comprida: Ao ver-se na provação, Matou-se com formicida. Aninha rogou viver Com dois filhos mutilados; Ao ter dois gêmeos em luta Fez dois anjos enjeitados. Rogou fraqueza no corpo Nhô Nico Bartolomeu; Sentindo-se desprezado, Revoltou-se e enlouqueceu. Anita pediu o encargo De proteger João de Tina; Ao vê-lo pobre e doente, Largou-se na cocaína. Na penúria que pedira Nosso amigo João 5ilaça, Em vez de buscar serviço, Atolou-se na cachaça. Pediu nervos relaxados Nhô Sizínio Rapadura; Ao ver-se em corpo imperfeito, Jogou-se de grande altura. Léo rogou prisão no leito E, tendo paralisia, Atirou-se na descrença E acabou na rebeldia. Joana pediu procissões, Corpo enfermo e vida em brasa, Quando entrou na provação, Desprezou a própria casa. É isso aí… Paciência Não vive conosco em vão… Quem se aceita, espera e serve, Melhora de condição. De tudo, aparece um ensino Que não se deve olvidar: Dor de quem não se conforma Tende sempre a piorar. |
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